Estudo:

CAPÍTULO 13 – QUE A MÃO ESQUERDA NÃO SAIBA O QUE FAZ A DIREITA - II - A BENEFICÊNCIA – itens 11/12 - PARTE 1

HORA DO EVANGELHO NO LAR 
 
"Sede bons e caridosos: eis a chave dos céus, que tendes nas mãos. Toda a felicidade eterna se encerra nesta máxima: “Amai-vos uns aos outros”.  (São Vicente de Paula, ESE, cap. XIII - item 12).
 
 
PRECE  
Deus nosso Pai, ao colocarmos nossos corações em preces, queremos Te fazer um pedido especial, nosso pedido Pai vai ao encontro dos mais nobres sentimentos ensinados por Jesus, quando esteve entre nós. 
Rogamos-te Pai de Infinita Bondade, que estendas Tuas Mãos sobre toda a humanidade, de forma a tocar os corações, de maneira tão profunda, que possas exaltar nossa sensibilidade para o ensinamento de Jesus, de amarmos uns aos outros, como Ele nos ama. 
E assim Pai Amado, ilumina nosso desejo de harmonia, para que a paz do mundo, que tanto desejamos, comece em nós mesmos. 
Estimula nossos corações à fraternidade e à solidariedade, dando além do pão que sacia a fome do corpo, o pão que sacia a fome espiritual, dando o melhor que há em nós. 
Estimula-nos à humildade, para que estejamos presentes de corpo e alma, junto aos nossos familiares e amigos, e permita Pai, a presença de Jesus e de nossos Mentores Espirituais entre nós, emanando boas vibrações, nos encorajando ao perdão das ofensas, à benevolência para com todos e indulgência com as imperfeições alheias e para com as nossas próprias imperfeições. 
Por fim, Pai de Bondade, rogamos que a Luz do Teu Amor e de Jesus, esteja presente em todos lares, no nosso também e em todos os dias de nossas vidas, nos conduzindo ao Amor Fraternal. 
Que assim seja. 
Graças a Deus. 
 
 
MENSAGEM INICIAL 
NOS TRILHOS MAIS ÍNTIMOS 
Além da beneficência que os recursos amoedados conseguem realizar, uma beneficência existe, ao alcance de todos, que pode frondejar e frutescer nos trilhos mais íntimos do cotidiano, começando por dentro do próprio lar. 
É o verbo que se cala ante a maledicência ou a palavra otimista, que alimenta as boas intenções, convertendo-as em obras elogiáveis. 
É a gentileza que se dispensa ao vizinho, no culto do entendimento e da cordialidade que perdoa espontaneamente o gesto infeliz de algum companheiro. 
É o pensamento amigo que a bondade exterioriza, em favor do necessitado de paz, ou a prece que se formula em apoio aos irmãos caídos em provação e desvalimento. 
É o serviço aparentemente insignificante que se pode prestar aos que nos compartilham das experiências diárias, quais sejam a informação útil ou a condução de um fardo pequenino. 
É a generosidade com que nos será justo suportar a irreflexão desse ou daquele interlocutor e a desculpa sem queixa para com as ofensas recebidas. 
Dessa benemerência, às vezes, despercebida nas agitações do mundo, nascem valiosos fatores para a harmonia da existência. 
Aprendamos a tolerar-nos uns aos outros, sem atrito, sem mágoa e sem lamentações. 
Reconheçamos que a possível falta de alguém, tanto quanto a enfermidade de companheiro determinado, poderiam ser nossas. 
E não olvidemos que o nosso beneficiário de hoje poderá ser o nosso benfeitor de amanhã. 
Situando o próprio coração em nossos gestos, marcando a nossa romagem com o selo da compreensão e do amor, estaremos efetivamente seguindo os exemplos do Amigo Celeste, que nos auxilia e socorre, de instante a instante, sem que venhamos a perceber. 
Livro “Convivência”. Lição nº 14. Página 67. Pelo Espírito Emmanuel/Chico Xavier. 
 
LEITURA DO EVANGELHO  
CAPÍTULO 13 – QUE A MÃO ESQUERDA NÃO SAIBA O QUE FAZ A DIREITA  - INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS:  II A Beneficência – itens 11 e 12 - PARTE 1 

ADOLFO 
Bispo de Alger, Bordeaux, 1861. 
 
11 – A beneficência, meus amigos, vos dará neste mundo os gozos mais puros e mais doces, as alegrias do coração, que não são perturbadas nem pelos remorsos, nem pela indiferença. Oh!, pudésseis compreender tudo o que encerra de grande e de agradável a generosidade das belas almas, esse sentimento que faz que se olhe aos outros com o mesmo olhar voltado para si mesmo, e que se desvista com alegria para vesti a um irmão! Pudésseis, meus amigos, ter apenas a doce preocupação de fazer aos outros felizes! Quais as festas mundanas que se pode comparar a essas festas jubilosas, quando, representantes da Divindade, levais a alegria a essas pobres famílias, que da vida só conhecem as vicissitudes e as amarguras; quando vedes esses rostos macilentos brilharem subitamente de esperança, desprovidos de pão, esses infelizes e seus filhos, ignorando que viver é sofrer, gritavam, choravam e repetiam estas palavras, que, como finos punhais, penetravam o coração materno: “Tenho fome!” Oh!, compreendei quanto são deliciosas as impressões daquele que vê renascer a alegria onde, momentos antes, só havia desespero! Compreendei quais são as vossas obrigações para com os vossos irmãos! Ide, ide ao encontro do infortúnio, ao socorro das misérias ocultas, sobretudo, que são as mais dolorosas. Ide, meus bem-amados, e lembrai-vos destas palavras do Salvador: “Quando vestirdes a um destes pequeninos, pensai que é a mim que o fazeis!” 
Caridade! Palavra sublime, que resume todas as virtudes, és tu que deves conduzir os povos à felicidade. Ao praticar-te, eles estarão semeando infinitas alegrias para o próprio futuro, e durante o seu exílio na Terra, serás para eles a consolação, o antegozo das alegrias que mais tarde desfrutarão, quando todos reunidos se abraçarem, no seio do Deus de amor. Foste tu, virtude divina, que me proporcionaste os únicos momentos de felicidade que gozei na Terra. Possam os meus irmãos encarnados crer na voz do amigo que lhes fala e lhes diz: É na caridade que deveis procurar a paz do coração, o contentamento da alma, o remédio para as aflições da vida. Oh!, quando estiverdes a ponto de acusar a Deus, lançai um olhar para baixo, e vereis quantas misérias a aliviar, quantas pobres crianças sem família; quantos velhos sem uma só mão amiga para os socorrer e fechar-lhes os olhos na hora da morte! Quanto bem a fazer! Oh!, não reclameis, antes agradecei a Deus, e prodigalizai a mancheias a vossa simpatia, o vosso amor, o vosso dinheiro, a todos os que, deserdados dos bens deste mundo, definham no sofrimento e na solidão. Colhereis neste mundo alegrias bem suaves, e mais tarde… somente Deus o sabe! 
 
 
SÃO VICENTE DE PAULO 
Paris, 1858. 
 
12 – Sede bons e caridosos: eis a chave dos céus, que tendes nas mãos. Toda a felicidade eterna se encerra nesta máxima: “Amai-vos uns aos outros”. A alma não pode elevar-se às regiões espirituais senão pelo devotamento ao próximo; não encontra felicidade e consolação senão nos impulsos da caridade. Sede bons, amparai os vossos irmãos, extirpai a horrível chaga do egoísmo. Cumprido esse dever, o caminho da felicidade eterna deve abrir-se para vós. Aliás, quem dentre vós não sentiu o coração pulsar, crescer sua alegria interior, ao relato de um belo sacrifício, de uma obra de pura caridade? Se buscásseis apenas o deleite de uma boa ação, estaríeis sempre no caminho do progresso espiritual. Exemplos não vos faltam; o que falta é a boa vontade, sempre rara. Vede a multidão de homens de bem, de que a vossa história evoca piedosas lembranças. 
O Cristo não vos disse tudo o que se refere a essas virtudes de caridade e amor? Por que deixastes de lado os seus divinos ensinamentos? Por que fechar os ouvidos às suas divinas palavras, o coração às suas doces máximas? Eu desejaria que se votasse mais interesse, mais fé às leituras evangélicas; mas abandona-se esse livro, considerado como texto quimérico, mensagem cifrada; deixa-se no esquecimento esse código admirável. Vossos males provêm do abandono voluntário desse resumo das leis divinas. Lede, pois, essas páginas ardentes sobre a abnegação de Jesus, e meditai-as. 
Homens fortes, armai-vos; homens fracos, fazei da vossa doçura, da vossa fé, as vossas armas; tende mais persuasão e mais constância na propagação de vossa doutrina. É apenas um encorajamento que vimos dar-vos, e é para estimular o vosso zelo e as vossas virtudes, que Deus permite a nossa manifestação. Mas, se quisésseis, bastaria a ajuda de Deus e da vossa própria vontade, pois as manifestações espíritas se produzem somente para os que têm os olhos fechados e os corações indóceis. 
A caridade é a virtude fundamental que deve sustentar o edifício das virtudes terrenas; sem ela, as outras não existiriam. Sem a caridade, nada de esperar uma sorte melhor, nenhum interesse moral que nos guie; sem a caridade, nada de fé, pois a fé não é mais do que um raio de luz pura, que faz brilhar uma alma caridosa. 
A caridade é a âncora eterna de salvação em todos os mundos: é a mais pura emanação do Criador; é a sua própria virtude, que Ele transmite à criatura. Como pretender desconhecer esta suprema bondade? Qual seria o coração suficientemente perverso para, assim pensando, sufocar em si e depois expulsar este sentimento inteiramente divino? Qual seria o filho bastante mau para revoltar-se com essa doce carícia: a caridade? 
Não ousarei falar daquilo que fiz, porque os Espíritos também têm o pudor de suas obras; mas considero a que iniciei como uma das que mais devem contribuir para o alívio de vossos semelhantes. Vejo frequentemente os Espíritos pedirem por missão continuar a minha tarefa; eu os vejo, minhas doces e queridas irmãs, no seu piedoso e divino ministério; eu os vejo praticar a virtude que vos recomendo, com toda a alegria que essa existência de abnegação e sacrifícios proporciona. É uma grande felicidade, para mim, ver quanto se enobrece o seu caráter, quanto a sua missão é amada e docemente protegida. Homens de bem, de boa e forte vontade, uni-vos para continuar amplamente a obra de propagação da caridade. Encontrareis a recompensa dessa virtude no seu próprio exercício. Não há alegria espiritual que ela não proporcione desde a vida presente. Permanecei unidos. Amai-vos uns aos outros, segundo os preceitos do Cristo. Assim seja! 
  
REFLEXÕESJesus esclareceu-nos que todas as vezes que dermos de comer a um faminto; dermos de beber a quem tem sede; dermos abrigo a quem não tem um lar; vestirmos os nus; visitarmos os doentes e encarcerados, é a Ele próprio e a Deus que estamos fazendo. Portanto, mãos à obra. Há um longo caminho a percorrer, e que será menos áspero cada vez que nos disponibilizarmos a praticar a beneficência.  
A alma não pode elevar-se às regiões espirituais senão pelo devotamento ao próximo; não encontra felicidade e consolação senão nos impulsos da caridade. Sede bons, amparai os vossos irmãos, extirpai a horrível chaga do egoísmo. Cumprido esse dever, o caminho da felicidade eterna deve abrir-se para vós...”, recomenda-nos S. Vicente de Paulo, no item 12 do capítulo citado do Evangelho. 
Pensemos nisto! 
  
 
PRECE E VIBRAÇÕES – 
 
"Coloca o teu recipiente de água cristalina à frente de tuas orações e espera e confia." [Emmanuel / Chico Xavier] 
 
Elevemos nosso pensamento mentalizando Jesus e vamos orar, vibrando por todos os necessitados. 
O mundo permanece coberto de males de toda a sorte. 
Há epidemias de ódio, desequilíbrio, guerras, perversidade e ignorância, como em outro tempo conhecíamos a infestação de peste bubônica e febre amarela. 
Em toda parte, vemos enfermidades, aflições, descontentamentos, desarmonias... 
Tudo é doença do corpo e da alma. 
Tudo é ausência do Espírito do Senhor. 
Não ignoramos, porém, que todos temos a prece à nossa disposição como força de recuperação e de cura. 
É necessário ir acalmando nossos sentimentos e sossegando nossos impulsos, para, em seguida, elevarmos o pensamento ao manancial de todas as bênçãos, colocando a nossa vida em ligação com a Divina Vontade. 
Disse o Senhor: -“Brilhe vossa luz”. 
Cada aprendiz do Evangelho necessita, assim, afeiçoar-se ao culto da prece, no próprio mundo íntimo, valorizando a oportunidade que lhe é concedida para a comunhão com o Infinito Poder. 
Nós vemos o Amor de Deus em nossas vidas, por intermédio do Grande Mediador, Jesus Cristo, em forma de alegria, paz, saúde, concórdia, progresso e felicidade; entretanto, acima de todas essas manifestações, abordáveis ao nosso exame, permanece o invisível manancial do Ilimitado Amor e da Ilimitada Sabedoria. 
O canal de nossa mente e de nosso coração devem estar desimpedidos de todos os raciocínios e sentimentos que não se harmonizem com os padrões de Nosso Senhor. 
Alcançada essa fase preparatória, é possível utilizar a oração por medida de reajuste para nós e para os outros, incluindo quantos se encontram perto ou longe de nós. 
Ninguém pode calcular no mundo o valor de uma prece nascida do coração humilde e sincero diante do Todo Misericordioso. 
E estejamos certos de que, ligando o fio de nossa fé à usina do Infinito Bem, as fontes vivas do Amor Eterno derramar-se-ão através de nós, espalhando saúde e alegria. 
Desse modo, conduzamos nossa boa vontade aos companheiros que sofrem, suplicando a Infinita Bondade em favor de nós mesmos. 
E assim, conectados com o mais alto rogamos: 
Abençoa Mestre Jesus, e suavize as dores de todos aqueles que estão sofrendo internados nos hospitais, muitos em suas próprias casas, outros nos asilos ou pelas ruas, sofrendo dores físicas e espirituais, que eles tenham o lenitivo para suas dores. 
Guia Senhor a todos aqueles que se acham perdidos em meio aos vícios, a solidão, a depressões, desconsolados e desamparados de si mesmos. Tenha piedade deles Senhor. Que Teu roteiro de amor os guie para os caminhos da recuperação. 
Que as crianças e os jovens recebam sempre amor e orientação que os conduza sempre pelos caminhos do bem. 
Abençoe e Proteja nossa Casa Espírita e todos seus colaboradores, para que possam continuar sendo o Porto Seguro de Almas Aflitas que veem em busca de socorro e amparo espiritual. 
Abençoe nossos familiares, aos amigos e principalmente Mestre, abençoe aqueles que ainda não te conhecem e não aceitam teus ensinamentos.  
Que a Proteção Divina se estenda por todos os lares, ao nosso também. Que neles reinem o respeito, a harmonia e o amor. 
Que possamos Senhor levantar aqueles que atiramos ao chão, amar aos que aborrecemos e, acender a alegria nos corações que encharcamos de lágrimas. 
Auxilia-nos a seguirmos por Teu caminho de Amor, que nossos atos, pensamentos e sentimentos sejam sempre pautados pelo amor que vieste nos ensinar.  
Mestre Jesus que neste momento, nossas águas recebam o orvalho dos fluidos Divinos para que possamos nos harmonizar, equilibrarmos a saúde, adquirirmos vitalidade, força e coragem para as lutas de todos os dias e assim, em nome do Teu Evangelho, servirmos e ajudarmos sempre. 
Que Nosso Senhor Jesus Cristo nos assista e nos abençoe em todos os dias de nossas vidas. 
Graças a Deus, Graças a Jesus! 
 
Paz e Bem!