Estudo:

CAPÍTULO 13 – QUE A MÃO ESQUERDA NÃO SAIBA O QUE FAZ A DIREITA - INSTR. ESP. IV – Os Órfãos – itens 18 a 20

HORA DO EVANGELHO NO LAR

“Daí com ternura, juntando ao benefício material o mais precioso de todos: uma boa palavra, uma carícia, um sorriso amigo."  
(Um Espírito Protetor - ESE - Cap. XIII - Item 18) 
 
PRECE  
Vamos silenciando nossos pensamentos, nossos corações e buscando em nossa mente a Figura Meiga de nosso Mestre Jesus e assim, sentindo a Paz do Senhor, invadir nossas almas, vamos nos equilibrando, nos sintonizando com nosso Senhor Jesus e rogarmos. 
Mestre Jesus, neste momento em que iniciamos o estudo do Teu Evangelho de Luz, Te pedimos: dá-nos a Tua inspiração e sustenta-nos através dos Teus mensageiros para que possamos assimilar os ensinamentos, compreendê-los e colocá-los em prática em nosso dia a dia. 
Senhor, através da oração e de Teus ensinamentos temos buscado a renovação constante de nossos sentimentos e de nossas ações, pois sabemos e compreendemos que somente a prática do amor incondicional e o exercício verdadeiro do bem é que nos fazem pessoas melhores, amorosas, tolerantes e compreensivas, nos conduzindo a Ti, Mestre amado.  
E assim, envolvidos pelas Tuas vibrações harmoniosas e pacificadoras, em Teu Nome Mestre Jesus, em nome de Francisco de Assis e de nossos benfeitores espirituais, mas acima de tudo em nome de Deus - nosso Pai, iniciamos os estudos de hoje. 
Permaneça conosco Mestre Jesus, hoje e sempre. 
Que assim seja. 
Graças a Deus e ao Mestre Jesus!  
 
 MENSAGEM INICIAL 
Orfandade 
Realmente, não há desamparado diante do Senhor, mas há uma espécie de orfandade que nos convoca em toda parte, maiores reflexões, quanto ao dever de amparar a vida que nos cerca. 
Referimo-nos às necessidades múltiplas que nos reclamam o esforço e a tolerância na Pratica efetiva do bem. 
Em verdade, será sempre louvável a construção de casas e refúgios, creches e hospitais, onde as crianças sem lar encontrem abrigo e medicação. 
Todavia, não olvidemos o mundo das criaturas inferiores e das coisas, aparentemente sem importância, que nos rodela. 
Aí, vemos quadros inquietantes que efetivamente nos ensombram e afligem. 
Não é somente o painel escuro do irmão em Humanidade, que vagueia sem rumo, a única porta de dor a pedir no trabalho assistencial. 
É também a terra empobrecida, necessitada de adubo e sementeira vivificante. 
É a árvore benfeitora, relegada ao abandono. 
É a fonte intoxicada, que nos solicita proteção e carinho. 
É a casa desmantelada, rogando atenção e limpeza. 
É a via pública que nos compete defender e respeitar, pedindo-nos bondade e higiene. 
É a animal que nos auxilia, endereçado por nossa inconsequência ao cansaço, sede e fome, suplicando-nos alimento e repouso. 
É a ferramenta que sentenciamos à ferrugem e ao esquecimento prejudicial. 
A essa orfandade triste, que nos desafia, em todos os setores da luta terrestre, podemos prestar o melhor concurso, - o concurso da bondade silenciosa e diligente, - que nos trará a resposta do progresso e do bem-estar de todos. 
Não esquecer que somos responsáveis pela região de serviço que nos sustenta. 
Não condenes a orfandade os instrumentos de trabalho em que a tua missão na Terra se desenvolve. 
Cuida de assistir aos seres e às coisas do próprio caminho, com os mais elevados sentimentos do coração, e receberás a constante assistência da Bondade Divina, luz da vida a brilhar perenemente no caminho de todos. 
 
Pelo Espírito Emmanuel 
XAVIER, Francisco Cândido. Fonte de Paz. Espíritos Diversos. IDE. Capítulo 14. 
 
 
LEITURA DO EVANGELHO  
CAPÍTULO 13 – QUE A MÃO ESQUERDA NÃO SAIBA O QUE FAZ A DIREITA - INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS: IV – OS ÓRFÃOS– itens 18 a 20. 
 
UM ESPÍRITO PROTETOR - Paris, 1860 
18 – Meus irmãos, amai os órfãos! Se soubésseis quanto é triste estar só e abandonado, sobretudo quando criança! Deus permite que existam órfãos, para nos animar a lhes servirmos de pais. Que divina caridade, a de ajudar uma pobre criaturinha abandonada, livrá-la da fome e do frio, orientar sua alma, para que ela não se perca no vicio! Quem estende a mão a uma criança abandonada é agradável a Deus, porque demonstra compreender e praticar a sua lei. Lembrai-vos também de que, frequentemente, a criança que agora socorreis vos foi cara numa encarnação anterior, e se o pudésseis recordar, o que fazeis já não seria caridade, mas o cumprimento de um dever. Assim, portanto, meus amigos, todo sofredor é vosso irmão e tem direito à vossa caridade. Não a essa caridade que magoa o coração, não a essa esmola que queima a mão que a recebe, pois os vossos óbolos são frequentemente muito amargos! Quantas vezes eles seriam recusados, se a doença e a privação não os esperassem no casebre! Daí com ternura, juntando ao benefício material o mais precioso de todos: uma boa palavra, uma carícia, um sorriso amigo. Evitai esse ar protetoral, que resolve a lâmina no coração que sangra, e pensai que, ao fazer o bem, trabalhais para vós e para os vossos. 
  
GUIA PROTETOR – Sens, 1862 
19 – Que pensar das pessoas que, sofrendo ingratidão por benefícios prestados, não querem mais fazer o bem, com medo de encontrar ingratos?                                           
Essas pessoas têm mais egoísmo do que caridade, porque fazer o bem somente para receber provas de reconhecimento, é deixar de lado o desinteresse, e o único bem agradável a Deus é o desinteressado. São ainda orgulhosas, porque se comprazem na humildade do beneficiado, que deve rojar-se aos seus pés para agradecer-lhes. Aquele que busca na Terra a recompensa do bem que faz, não a receberá no céu, mas Deus a reservará para o que assim não procede. 
É necessário ajudar sempre aos fracos, mesmo sabendo-se de antemão que os beneficiados não agradecerão. Sabeis que, se aquele a quem ajudais esquecer o benefício, Deus o considerará mais do que se fosseis recompensados pela sua gratidão. Deus permite que às vezes sejais pagos com a ingratidão, para provar a vossa perseverança em fazer o bem. 
Como sabeis, aliás, se esse benefício, momentaneamente esquecido, não produzirá mais tarde os seus frutos? Ficai certos, pelo contrário de que é uma semente que germinará com o tempo. Infelizmente, não vedes nunca além do presente, trabalhais para vós, e não tendo em vista os semelhantes. A benemerência acaba por abrandar os corações mais endurecidos; pode ficar esquecida aqui na Terra, mas quando o Espírito se livrar do corpo, ele se lembrará, e essa lembrança será o seu próprio castigo. Então, ele lamentará a sua ingratidão, desejará reparar a sua falta, pagar a sua dívida noutra existência, aceitando mesmo, frequentemente, uma vida de devotamento ao seu benfeitor. É assim que, sem os suspeitadores, tereis contribuído para o seu progresso moral, e reconhecereis então toda a verdade desta máxima: um benefício jamais se perde. Mas tereis também trabalho para vós, pois tereis o mérito de haver feito o bem com desinteresse, sem vos deixar bater pelas decepções. 
Ah!, meus amigos, se conhecêsseis todos os laços que, na vida presente, vos ligam às existências anteriores! Se pudésseis abarcar a multiplicidade das relações que aproximam os seres uns dos outros, para o seu mútuo progresso, admiraríeis muito melhor a sabedoria e a bondade do Criador, que vos permite reviver para chegardes a ele! 
  
SÂO LUIS - Paris, 1860 
20 – A beneficência é bem compreendida, quando se limita ao círculo de pessoas da mesma opinião, da mesma crença ou do mesmo partido? 
Não, pois é sobretudo o espírito de seita e de partido que deve ser abolido, porque todos os homens são irmãos. O verdadeiro cristão vê irmãos em todos os seus semelhantes, e para socorrer o necessitado, não procura saber a sua crença, a sua opinião, seja qual for. Seguiria ele o preceito de Jesus Cristo, que manda amar até mesmo os inimigos, se repelisse um infeliz, por ter crença diferente da sua? Que o socorra, pois, sem lhe interpretar a consciência, mesmo porque, se for um inimigo da religião, será esse o meio de fazer que ele a ame. Repelindo-o, só faria que a odiasse. 
 
  REFLEXÕES: A mensagem, de Um Espírito Protetor, embora escrita em 1862, é atualíssima, considerando a quantidade de crianças pelas ruas, pedindo dinheiro nos semáforos e, considerando também, que órfãos hoje, não são somente as que não têm pais e mães, mas as que são consideradas carentes, que vivem nas ruas durante o dia indo para casa a noite, as abandonadas ou as que fugiram de casa, as exploradas por adultos, as que não frequentam escolas, com pais ou sem eles... 
A mensagem toda é um apelo a que os homens amem essas crianças, cuidem delas, as amparem, considerando que, se Deus permite que elas existam, pela imperfeição dos próprios homens, no respeito ao livre-arbítrio do Espírito imortal, espera que elas despertem os sentimentos bons, que todos possuem, em maior ou menor grau de desenvolvimento, amparando-as, servindo-lhes de pais. Lembra o autor que, “frequentemente, a criança que agora socorreis vos foi cara numa encarnação anterior, e se o pudésseis recordar, o que fazeis não é caridade, mas o cumprimento de um dever.”  
A orfandade é uma das mais difíceis provações por que passa o espírito encarnado. É, também, um desafio a nossa solidariedade cristã. Amparar os órfãos é ato que agrada a Deus e, portanto, eleva espiritualmente quem o pratica. Procuremos oferecer às crianças, a toda e qualquer criança, nossos melhores sentimentos, nossos melhores pensamentos e nossas melhores ações em seu favor. Estaremos assim, contribuindo com a melhoria da humanidade em um futuro mais próximo. 
 
 PRECE E VIBRAÇÕES – 
 
"Coloca o teu recipiente de água cristalina à frente de tuas orações e espera e confia." [Emmanuel / Chico Xavier] 
 
Mestre Jesus, agradecidos pelos ensinamentos de hoje, por mais esta oportunidade de aprendizado, vamos encerrando nossas reflexões com nossos pensamentos e sentimentos harmonizados, nos elevando até Nosso Pai, vamos pedindo a fluidificação de nossas águas e a proteção e amparo ao nosso propósito de servir; oremos juntamente com Emmanuel: 
Nós que tantas vezes rogamos o socorro da Providência Divina, oremos ao coração da Mulher, suplicando pelos filhinhos das outras!  
Peçamos às seareiras do bem pelas crianças desamparadas, flores humanas atingidas pela ventania do infortúnio, nas promessas do alvorecer!...
Pelas crianças que foram enjeitadas nos becos de ninguém;
pelas que vagueiam sem direção, amedrontadas nas trevas noturnas;
pelas que sugam os próprios dedos, contemplando, por vidraças faustosas, a comida que sobreja desperdiçada;
pelas que nunca viram a luz da escola;
pelas que dormem, estremunhada, na goela escura do esgoto;
pelas que foram relegadas aos abrigos de lama e se transformam em cobaias de vermes destruidores;
pelas que a tuberculose espia, assanhada, através dos molambos com que se cobrem;
pelas que se afligem no tormento da fome e mentalizam o furto do pão;
pelas que jamais ouviram uma voz que as abençoasse e se acreditam amaldiçoadas pelo destino;
pelas que foram perfilhadas por falsa ternura e são mantidas nas casas nobres quais pequena alimárias constantemente batidas pelas varas da injúria;
e por aquelas outras que caíram, desorientadas, nas armadilhas do crime e são entregues ao vício e à indiferença, entre os ferros e os castigos do cárcere!
Mães da Terra, enquanto vos regozijais no amor de vossos filhos, descerrai os braços para os órfãos de mãe!... 

Lembremos o apelo inolvidável do Cristo: “deixai vir a mim os pequeninos”.  
E recordemos, sobretudo, que se o homem deve edificar as paredes imponentes do mundo porvindouro, só a mulher poderá convertê-lo em alegria da vida e carinho do lar.

* Texto: “Por amor a criança” – de Emmanuel, Psicografada por Waldo Vieira, 
 
Pai Nosso, que estais nos céus... 
 
Que assim seja. 
Graças a Deus! Graças a Jesus. 
 
Paz e Bem!