Estudo:

CAPÍTULO 13 – QUE A MÃO ESQUERDA NÃO SAIBA O QUE FAZ A DIREITA - INSTRUÇÃO DOS ESPÍRITOS - II A Beneficência – itens 13 E 14 - PARTE 2

HORA DO EVANGELHO NO LAR

"Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus? 
— Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições alheias, perdão das ofensas." (Allan Kardec, LE, questão 886). 

 
PRECE 
Queridos irmãos, que a Paz de Jesus envolva a todos neste momento. Vamos orar:
Senhor Jesus, te agradecemos por tudo que nos deste, por tudo que nos dá. Rogamos Senhor que, neste ano que se inicia nos conceda a força que revigora e impulsiona a Vida, para que assim possamos superar as nossas fragilidades e os caprichos inferiores que nos impedem de seguir o Teu projeto de Amor. 
Ajuda-nos Senhor a sermos mais vigilantes em nossos sentimentos, pensamentos e ações, para não nos contentarmos em vivermos sonhos ilusórios e passageiros da vaidade, do poder, da ambição e de tudo o que é transitório no mundo. 
Fortalece-nos nas lutas de todos os dias, concedendo-nos a graça de sentir e perceber Tua presença, nos amparando com Amor. 
Com nossos corações agradecidos, humildemente, pedimos a Tua proteção e amparo neste momento em que iniciamos o estudo do Teu Evangelho de Luz.  
Que sejamos inspirados e auxiliados na compreensão da lição de hoje e que nossos corações estejam receptivos para que possamos refletir e aplicarmos Teus ensinamentos em nossos dias. 
E assim, em Teu Nome, Mestre Jesus, iniciamos nossos estudos e reflexões de hoje. 
Sê conosco Mestre Jesus e que assim seja. 

 
MENSAGEM INICIAL 
Beneficência esquecida 
Na solução aos problemas da caridade, não olvides a beneficência do campo mais íntimo, que tanta vez relegamos à indiferença. 
Prega a fraternidade, aproveitando a tribuna que te componha os gestos e discipline a voz; no entanto, recebe na propriedade ou no lar, por verdadeiros irmãos, os companheiros de luta, assalariados a teu serviço. 
Esclarece os Espíritos conturbados e sofredores nos círculos consagrados ao socorro daqueles que caíram em desajuste mental; contudo, acolhe com redobrado cari­nho os parentes desorientados que a provação desequi­libra ou ensandece. 
Auxilia a erguer abrigos de ternura para as crian­ças abandonadas; todavia, abraça em casa os filhinhos que Deus te deu, conduzindo-lhes a mente infantil, atra­vés do próprio exemplo, ao santuário do dever e do tra­balho, do amor e da educação. 
Espalha a doutrina de paz que te abençoa a senda, divulgando-a, por intermédio do conceito brilhante que te reponta da pena, mas não olvides exercê-la em ti pró­prio, ainda mesmo à custa de aflição e de sacrifício. para que o teu passo, entre as quatro paredes do insti­tuto doméstico, seja um marco de luz para os que te acompanham. 
Cede aos necessitados daquilo que reténs no curso das horas... 
Dá, porém, de ti mesmo aos semelhantes, em bon­dade e serviço, reconforto e perdão, cada vez que al­guém se revele faminto de proteção e desculpa, enten­dimento e carinho. 
Beneficência! Beneficência! 
Não lhe manches a taça com o veneno da exibição, nem lhe tisnes a fonte com o lodo da vaidade! 
Recebe-lhe as sugestões de amor no imo do coração e, buscando-a primeiramente nos escaninhos da. própria alma, sentiremos nós todos a intraduzível felicidade que se derrama da felicidade que venhamos a propiciar aos outros, conquistando, por fim, a alegria sublime que foge ao alarde dos homens para dilatar-se no silêncio de Deus. 
  
Do cap. 5 do livro Religião dos Espíritos – Emmanuel/Chico Xavier. 


 
LEITURA DO EVANGELHO 
 
CAPÍTULO 13 – QUE A MÃO ESQUERDA NÃO SAIBA O QUE FAZ A DIREITA  
INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS:  
II - A BENEFICÊNCIA – ITENS 13 E 14 – Parte 2. 
  
CÁRITAS - Martirizada em Roma, Lyon, 1861 
13 – Chamo-me Caridade, sou o caminho principal que conduz a Deus; segui-me, porque eu sou a meta a que vós todos deveis visar. 
Fiz nesta manhã o meu passeio habitual, e com o coração magoado venho dizer-vos: Oh, meus amigos, quantas misérias, quantas lágrimas, e quanto tendes de fazer para secá-las todas! Inutilmente tentei consolar as pobres mães, dizendo-lhes ao ouvido: Coragem! Há corações bondosos que velam por vós, que não vos abandonarão; paciência! Deus existe, e vós sois as suas amadas, as suas eleitas. Elas pareciam ouvir-me e voltavam para mim os seus grandes olhos assustados. Eu lia em seus pobres semblantes que o corpo, esse tirano do Espírito, tinha fome, e que, se as minhas palavras lhes tranquilizam um pouco o coração, não lhes saciavam o estômago. Então eu repetia: Coragem! Coragem! E uma pobre mãe, muito jovem, que amamentava uma criancinha, tomou-a nos braços e ergueu-a no espaço vazio, como para me rogar que protegesse aquele pobre e pequeno ser, que só encontrava num seio estéril alimento insuficiente. 
Mais adiante, meus amigos, vi pobres velhos sem trabalho e logo sem abrigo, atormentados por todos os sofrimentos da necessidade, e envergonhados de sua miséria, não se atrevendo, eles que jamais mendigaram, a implorar a piedade dos passantes. Coração empolgado de compaixão, eu, que nada tenho, me fiz mendiga para eles, e vou para toda parte estimular a beneficência, inspirar bons pensamentos aos corações generosos e compassivos. Eis por que venho até vós, meus amigos, e vos digo: Lá em baixo há infelizes cuja cesta está sem pão, a lareira sem fogo, o leito sem cobertas. Não vos digo o que deveis fazer, deixo a iniciativa aos vossos bons corações; pois se eu vos ditasse a linha de conduta, não teríeis o mérito de vossas boas ações. Eu vos digo somente: Sou a caridade e vos estendo as mãos pelos vossos irmãos sofredores. 
Mas, se peço, também dou, e muito; eu vos convido para um grande festim e ofereço a árvore em que vós todos podereis saciar-vos. Vede como é bela, como está carregada de flores e de frutos! Ide, ide, colhei, tomai todos os frutos dessa bela árvore que se chama beneficência. Em lugar dos ramos que lhe arrancardes, porei todas as boas ações que fizerdes e levarei a árvore a Deus, para que Ele a carregue de novo, porque a beneficência é inesgotável. Segui-me, pois, meus amigos, a fim de que eu vos possa contar entre os que se alistam sob a minha bandeira. Sede intrépidos: eu vos conduzirei pela via da salvação, porque eu sou a Caridade!                                    

CÁRITAS - Lyon, 1861 
14 – Há muitas maneiras de fazer a caridade, que tantos de vós confundem com a esmola. Não obstante, há grande diferença entre elas. A esmola, meus amigos, algumas vezes é útil, porque alivia os pobres. Mas é quase sempre humilhante, tanto para o que a dá, quanto para o que a recebe. A caridade, pelo contrário, liga o benfeitor e o beneficiário, e além disso se disfarça de tantas maneiras! A caridade pode ser praticada mesmo entre colegas e amigos, sendo indulgentes uns para com os outros, perdoando-se mutuamente suas fraquezas, cuidando de não ferir o amor próprio de ninguém. Para vós, espíritas, na vossa maneira de agir em relação aos que não pensam convosco, induzindo os menos esclarecidos a crer, sem os chorar, sem afrontar as suas convicções, mas levando-os amigavelmente às reuniões, onde eles poderão ouvir-nos, e onde saberemos encontrar a brecha que nos permitirá penetrar nos seus corações. Eis uma das formas da caridade. 
Escutai agora o que é a caridade para com os pobres, esses deserdados do mundo, mas recompensados por Deus, quando sabem aceitar as suas misérias sem murmurações, o que depende de vós. Vou me fazer compreender por um exemplo. 
Vejo muitas vezes na semana uma reunião de damas de todas as idades. Para nós, como sabeis, são todas irmãs. Trabalham rápidas, bem rápidas. Os dedos são ágeis. Vede também como os rostos estão radiantes e como os seus corações batem em uníssono! Mas qual o seu objetivo? É que elas veem aproximar-se o inverno, que será rude para as famílias pobres. As formigas não puderam acumular durante o verão os grãos necessários à provisão, e a maior parte de seus utensílios está empenhada. As pobres mães se inquietam e choram, pensando nos filhinhos que, neste inverno, sofrerão frio e fome! Mas tende paciência, pobres mulheres! Deus inspirou a outras, mais afortunadas que vós. Elas se reuniram e confeccionam roupinhas. Depois, num destes dias, quando a neve tiver coberto a terra, e murmurardes, dizendo: “Deus não é justo!”, pois é esta a expressão comum dos vossos períodos de sofrimento, então vereis aparecer um dos enviados dessas boas trabalhadoras, que se constituíram em operárias dos pobres. Sim, era para vós que elas trabalhavam assim e vossos murmúrios se transformarão em bênçãos, porque, no coração dos infelizes, o amor segue de bem perto o ódio. 
Como todas essas trabalhadoras necessitavam de encorajamento, vejo as comunicações dos Bons Espíritos lhes chegarem de todas as partes. Os homens que participam desta sociedade oferecem também o seu concurso, fazendo uma dessas leituras que tanto agradam. E nós, para recompensar o zelo de todos e de cada um em particular, prometemos a essas obreiras laboriosas uma boa clientela, que as pagará em moeda sonante de bênçãos, a única moeda que circula no céu, assegurando-lhes ainda, sem medo de nos arriscarmos, que essa moeda não lhes faltará. 
  
REFLEXÕES:  Acredita-se que Cárita foi no passado a jovem Irene, martirizada em Roma no ano 305, quando das perseguições aos cristãos, determinadas pelo imperador Diocleciano. Irene foi canonizada pelo cristianismo e ficou como Santa Irene. Ela foi acusada de possuir "livros proibidos" e, por isso mesmo, foi condenada à fogueira, enquanto suas irmãs foram degoladas à sua frente.  
A palavra caridade é o aportuguesamento da palavra cárita, (cáritas é o plural) que, por sua vez deriva da palavra Caritates, cujo significado é amor.  
Por isso encontra-se no texto contido na carta do apóstolo Paulo aos Coríntios as duas traduções: caridade e amor. 
"Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, se não tivesse amor" ou, em outras traduções, "ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos se não tivesse caridade". 
São duas palavras cujo significado é o mesmo.  
Por isso caridade não é o ato material, mas o ato revestido de sentimento.  
Dizem os Espíritos superiores que a felicidade do Céu é socorrer a infelicidade da Terra.  
E nós poderíamos dizer que somente na medida em que nos preocuparmos em socorrer a infelicidade da Terra é que estaremos a caminho da felicidade do Céu.   
Mãos servindo, são antenas que estendemos para a sintonia com as fontes da vida e a captação das bênçãos de Deus.  
Por isso, manifestações como a de Cáritas não podem morrer sem eco em nossos corações.  
São Vicente de Paula, na questão 888ª do Livro dos Espíritos nos diz o seguinte:  
“Não esqueçais nunca que o Espírito, qualquer que seja o grau de seu adiantamento, sua situação como encarnado, ou na erraticidade, está sempre colocado entre um superior, que o guia e aperfeiçoa, e um inferior, para com o qual tem que cumprir esses mesmos deveres. Sede, pois, caridosos... Sede indulgentes com os defeitos dos vossos semelhantes... Sede brandos e benevolentes para com tudo o que vos seja inferior. Sede-o para com os seres mais ínfimos da criação e tereis obedecido à lei de Deus.” 
Pensemos nisto. 

 
PRECE E VIBRAÇÕES – 
 
"Coloca o teu recipiente de água cristalina à frente de tuas orações e espera e confia." [Emmanuel / Chico Xavier] 

 
Com a certeza de que Jesus está conosco nesse momento, vamos unindo nossos corações, deixando que nossos sentimentos fraternos se intensifiquem e se expandam a fim de podermos doá-los em benefício de nossos irmãos. Que nestes momentos possamos nos tornar um foco transbordante de amor e paz a irradiar em todas as direções, fazendo vibrar nos corações oprimidos o reconforto, a amorosidade, a compreensão, a paz e o equilíbrio. Envolvidos assim, por estas vibrações de Paz e Amor, rogamos Senhor Jesus, permissão para que os Benfeitores encarregados da fluidificação das águas, depositem em nossas águas os fluidos necessários ao nosso equilíbrio físico, espiritual e mental. 
Agradecidos por Tua presença em nossas vidas, queremos dar graças pelo imenso amor que nos invade o ser. Aos nossos anjos guardiões nossa gratidão por estarem sempre ao nosso lado, orientando-nos e auxiliando-nos em todos os momentos, principalmente naqueles em que nos sentimos mais frágeis diante das adversidades da vida.  
A Deus, o Pai da Vida, nossa gratidão eterna, pela oportunidade da presente reencarnação, pela vida neste maravilhoso Planeta, por nossos familiares queridos, pelos amigos e também Senhor, por aqueles que se consideram nossos inimigos e se fazem instrumentos para nossa melhora intima. 
Te agradecemos, Pai da Vida, que possamos ter Tuas bênçãos em nossas vidas, regadas pela Paz do Cristo, que a humanidade alcance  o equilíbrio necessário para que a Paz e o Amor se estabeleçam na Terra e assim, possamos continuar nossa jornada evolutiva sempre amparados e esclarecidos pelos ensinamentos e pelo amor de nosso Senhor Jesus Cristo. 
Que assim seja. 
  
“Deus, nosso Pai, que tendes Poder e Bondade, daí a força aquele que passa pela provação, daí a luz aquele que procura a verdade, 
ponde no coração do homem a compaixão e a caridade. 
Deus! Daí ao viajor a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso. 
Pai! Daí ao culpado o arrependimento, ao Espírito a verdade, à criança o guia, ao órfão o pai.  
Senhor! Que Vossa bondade se estenda sobre tudo que criastes. 
Piedade, Senhor, para aqueles que Vos não conhecem, esperança para aqueles que sofrem. 
Que a Vossa bondade permita aos Espíritos Consoladores, derramarem por toda parte a paz, a esperança e a fé.  
Deus! Um raio, uma faísca do Vosso amor, pode abrasar a Terra; 
deixai-nos beber na fonte dessa bondade fecunda e infinita, e todas as lágrimas secarão, todas as dores acalmarão. 
Um só coração, um só pensamento subirá até Vós, como um grito de reconhecimento e de amor.  
Como Moisés sobre a montanha, nós Vos esperamos com os braços abertos, oh! Bondade, oh! Beleza, oh! Perfeição, 
e queremos de algum modo alcançar a Vossa misericórdia.  
Deus! Dai-nos a força de ajudar o progresso, a fim de subirmos até Vós, dai-nos a caridade pura, dai-nos a fé e a razão; dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas o espelho onde se refletirá a Vossa Santíssima Imagem. “
Que assim seja! 
 
Paz e Bem!