Estudo:

CAPÍTULO 13 – QUE A MÃO ESQUERDA NÃO SAIBA O QUE FAZ A DIREITA - OS INFORTÚNIOS OCULTOS – item 4

*HORA DO EVANGELHO NO LAR*

“O homem de bem, que compreende a caridade segundo Jesus, vai ao encontro do desgraçado sem esperar que ele lhe estenda as mãos.” (Questão 888-a, de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec.)



*PRECE*

Mestre Jesus, neste momento em que iniciamos nossos estudos e reflexões dê-nos inspiração e nos sustente durante toda a reunião, para que através de Teus mensageiros possamos assimilar os ensinamentos e colocá-los em prática nem nosso dia-a-dia.

Que sejamos amparados e fortalecidos na fé e no amor, buscando sempre na oração e nos Teus ensinamentos a constante renovação.

Auxilia-nos Senhor a cumprirmos a parte que nos cabe nessa etapa evolutivo em que nos encontramos, pois sabemos que, somente a prática do amor incondicional é que pode nos levar a Ti, e que exercer o bem nos fará suportar e ter forças para continuar em nossa jornada, na busca de nossa evolução espiritual.

E assim, confiantes e protegidos, em Teu nome, em nome de Francisco de Assis e dos Benfeitores Espirituais, mas acima de tudo em nome de Deus, nosso Pai de Amor, iniciamos os estudos de hoje.

Permaneça conosco Mestre Jesus e que assim seja.



*MENSAGEM INICIAL*

INFORTÚNIOS DA ALMA
Muitos são os que reparam os que encontram caídos nas estradas da Vida, denunciando na queda a sua flagrante necessidade de socorro imediato.

Poucos, no entanto, são os que conseguem enxergar aqueles que, embora estejam em pé, caminhando com relativo equilíbrio e, aparentemente, vivendo sem problemas, jazem profundamente caídos na intimidade de si mesmos.

O infortúnio oculto não possui endereço apenas e tão-somente no casebre onde a necessidade material se instalou de maneira inapelável.

Ele igualmente se encontra no domicílio espiritual de milhares de criaturas, que, a fim de que possam continuar enfrentando as dificuldades da existência, mendigam uma palavra de coragem dos lábios capazes de proferi-la.

Por detrás de uma pessoa socialmente bem posta e, por vezes, trajada com bom gosto, pode se esconder alguém que anseia por encontrar quem lhe estenda o óbolo de sua fraterna compreensão nas grandes lutas psicológicas que sustenta, praticamente a sós.

O caído da estrada, na Parábola do Bom Samaritano, não é apenas aquele que foi vítima de salteadores que lhe deixaram o corpo coberto de feridas…

Neste momento, ele pode estar ao teu lado, na roupagem de um familiar ou amigo mais próximo, à espera que venhas a ser para ele o que o Bom Samaritano foi para a vítima anônima que, desavisadamente, descia de Jerusalém para Jericó.

Recordemo-nos, por exemplo, de quantos que se entregam à depressão e não cedem a semelhante condição psíquica de uma hora para outra. As suas forças de resistência, sem que fossem amparadas, foram se esvaindo aos poucos, ante a falta de sensibilidade de quem não pôde ou não procurou enxergá-los na derrocada.

Muitas das vítimas de suicídio, se contassem, pelo menos, com quem pudesse lhes ouvir em desabafo, demonstrando algum interesse pela sua felicidade, não chegariam à prática do gesto extremo em que deliberaram fugir aos conflitos que não lograram dividir com ninguém.

Os infortúnios ocultos da alma são infinitamente mais numerosos que os infortúnios ocultos relativos à carência de ordem material. Neste sentido, no mundo atual, vive-se uma verdadeira calamidade.

Estende, sim, o pão ao faminto, o agasalho ao despido e o remédio ao doente. Mas, tanto quanto seja possível, aproxima-te do irmão entristecido, que, não raro, vive debaixo de teu mesmo teto, e, sem que ele tenha necessidade de algo pedir-te, toma a iniciativa de oferecer a ele migalhas do teu amor.

Livro - “Vinde a Mim” - pelo Espírito Irmão José/Psicografia de Carlos Baccelli.




*LEITURA DO EVANGELHO*

CAPÍTULO 13 – QUE A MÃO ESQUERDA NÃO SAIBA O QUE FAZ A DIREITA - OS INFORTÚNIOS OCULTOS – item 4.

4 – Nas grades calamidades, a caridade se agita, e veem-se generosos impulsos para reparar os desastres. Mas, ao lado desses desastres gerais, há milhares de desastres particulares, que passam desapercebidos, de pessoas que jazem num miserável catre, sem se queixarem. São esses os infortúnios discretos e ocultos, que a verdadeira generosidade sabe descobrir, sem esperar que venham pedir assistência.

Quem é aquela senhora de ar distinto, de trajes simples, mas bem cuidados, seguida de uma jovem que também se veste modestamente? Entra numa casa de aspecto miserável, onde sem dúvida é conhecida, pois à porta é saudada com respeito. Para onde vai? Sobe até a água furtada: lá vive uma mãe de família, rodeada pelos filhos pequenos. À sua chegada, a alegria brilha naqueles rostos emagrecidos. É que ela vem acalmar todas as suas dores. Traz o necessário, acompanhado de suaves e consoladoras palavras, que fazem aceitar a ajuda sem constrangimentos, pois esses infortunados não são profissionais de mendicância. O pai se encontra no hospital, e durante esse tempo à mãe não pode suprir as necessidades.

Graças a ela, essas pobres crianças não sofrerão nem frio nem fome; irão à escola suficientemente agasalhados e no seio da mãe não faltará o leite para os menorzinhos. Se uma entre elas adoece, não lhe repugnará prestar-lhe os cuidados materiais. Dali seguirá para o hospital, levar ao pai algum consolo e tranquilizá-lo quanto à sorte da família. Na esquina, uma carruagem a espera, verdadeiro depósito de tudo o que vai levar aos protegidos, que visita sucessivamente. Não lhes pergunta pela crença nem pelas opiniões, porque, para ela, todos os homens são irmãos e filhos de Deus. Finda a visita, ela diz a si mesma: Comecei bem o meu dia. Qual é o seu nome? Onde mora? Ninguém o sabe. Para os infelizes, tem um nome que não revela a ninguém, mas é o anjo da consolação. E, à noite, um concerto de bênçãos se eleva por ela ao Criador: católicos, judeus, protestantes, todos a bendizem.

Por que se veste tão simplesmente? Para não ferir a miséria com o seu luxo. Por que se faz acompanhar da filha adolescente? Para lhe ensinar como se deve praticar a beneficência. A filha também quer fazer a caridade, mas a mãe lhe diz: “Que podes dar, minha filha, se nada tens de teu? Se te entrego alguma coisa para dares aos outros, que mérito terás? Serei eu, na verdade, quem farei a caridade, e tu quem terás o mérito? Isso não é justo. Quando formos visitar os doentes, ajudar-me as a cuidar deles, pois dar-lhes cuidados é dar alguma coisa. Isso não te parece suficiente? Nada mais simples: aprende a fazer costuras úteis, e assim confeccionarás roupinhas para essas crianças, podendo dar-lhes alguma coisa de ti mesma”. É assim que esta mãe verdadeiramente cristã vai formando sua filha das virtudes ensinadas pelo Cristo. É espírita? Que importa?

Para o meio em que vive, é a mulher do mundo, pois sua posição o exige; mas ignoram o que ela faz, mesmo porque não lhe interessa outra aprovação que a de Deus e da sua própria consciência. Um dia, porém, uma circunstância imprevista leva à sua casa uma de suas protegidas, para lhe oferecer trabalhos manuais. “Psiu! — diz-lhe ela. Não contes a ninguém!” Assim falava Jesus.



*REFLEXÕES:*
As grandes catástrofes chocam a opinião pública, tocando fundo na consciência das pessoas. A mídia não as omite, fazem delas suas principais manchetes por muitos dias. Diante dessas catástrofes as pessoas se solidarizam com as vítimas e se associam no trabalho voluntário, se envolvem como podem no esforço de ajudar as vítimas e reconstruir o que foi destruído.

A mobilização de voluntários e de recursos de toda natureza é grande.

Mas na lição de hoje, Allan Kardec descreve os sofrimentos que passam despercebido, nos lares sem queixas, sem coragem de sair pedindo ajuda, ou que estão impedidos de fazê-lo.

São esses infortúnios discretos e ocultos, que a verdadeira generosidade sabe descobrir, sem esperar que venham pedir assistência.

São as desgraças particulares que, apesar de dispersas e sem interesse para a mídia, formam, no todo, um volume de desgraças muitas vezes superior à soma de muitos flagelos que são divulgados pela mídia.

Talvez até percebemos a dor alheia, mas de certa forma, pensamos em não nos envolver, pelo simples pensamento de que “isso não é problema meu…”.

Aí reside a mudança, pois prestar auxílio a estas dores ocultas que acontecem a todo instante ao nosso redor é seguir os passos que nosso Mestre Jesus nos ensinou, fazer o bem de forma fraterna.

A verdadeira generosidade se faz presente através da caridade, que é o verdadeiro caminho a seguir.

Quem é caridoso de coração encontra os infortúnios ocultos à sua volta, no lar, nas ruas, no trabalho ou onde quer que seja e, tendo-o encontrado, logo se põe a serviço, procurando minimizar o sofrimento dos infortunados. Para encontrarmos os infortúnios ocultos basta que calemos nosso ego e foquemos a atenção em nosso próximo.

O necessitado pode estar ao nosso lado todo o dia e nunca os termos percebido. Pensemos nisto!





*PRECE E VIBRAÇÕES*

"Coloca o teu recipiente de água cristalina à frente de tuas orações e espera e confia." [Emmanuel / Chico Xavier]

Chegando ao final de nossos estudos, rogamos a Jesus que permita que a Equipe Espiritual, encarregada da fluidificação das águas, possam fluidificar nossas águas e que através dos fluidos divinos possamos adquirir saúde e vitalidade, força e coragem para as lutas de todos os dias.

Graças Vos damos Mestre Jesus, por podermos chegar ao final de mais um estudo, ajudando e sendo ajudados. E assim, neste momento, elevamos nossos pensamentos a Deus - o Pai da Vida e agradecemos imensamente pela oportunidade da presente reencarnação.

A nosso Mestre Jesus, nossa gratidão por todos os ensinamentos, rogando ainda que, renove sempre nossas forças e auxiliando-nos a sermos semeadores desta doutrina bendita; a termos sempre forças para resistirmos às tentações e ao medo, para resistirmos nossas tendências à omissão e ao desânimo.

Derrame Senhor, Tuas Luzes de amor, de paz, de reequilíbrio sobre todos nós, para que estejamos sempre dispostos a cultivarmos coragem e sermos sempre fiéis às Leis Divinas.

"Se eu pudesse, Jesus,
Queria estar contigo

Para ser a esperança realizada

De quem vai pelo mundo, estrada a estrada,

Entre a necessidade e o desabrigo...

Desejava seguir-Te, humildemente,

Sem méritos embora,

Para erguer-me em consolo de quem chora

Mostrando o coração enfermo e descontente.

Queria acompanhar-Te nos recintos,

Onde a dor leciona e aperfeiçoa

A fim de ser conforto junto dela

E, manejando a frase terna e boa

Afirmar como a vida é grande e bela!...


Se pudesse, Senhor,

conversaria com todas as crianças

Para dizer que não Te cansas de criar alegria...

E seria feliz ao converter-me em modesto recado,

Informando, Jesus, a todos os velhinhos

Que nunca estão sozinhos, porque segues

conosco, lado a lado...


Se dispusesse de recursos, queria ser a vela

pequenina, acesa no clarão do sol que levas,

de modo a socorrer aos que jazem nas trevas,

Fugindo sem razão, da bondade Divina...

Entretanto, Senhor, sei das deficiências

que carrego... Venho a Ti como estou,

por isto mesmo rogo:

Não me deixes a sós por onde vou...


Se não posso, Jesus, ser bondade, socorro,

paz e luz, Toma-me o coração e,

perdoando a minha imperfeição,

Esquece tudo o que meu sonho almeja e ensina-me Senhor,

Com o Teu imenso amor, o que queres que eu seja."

- Maria Dolores/Chico Xavier


Esteja conosco Senhor, hoje e sempre.
Que assim seja!
Paz e Bem!