Estudo:

Capítulo 23 – MORAL ESTRANHA - – NÃO VIM TRAZER A PAZ, MAS A ESPADA – ITENS 9 A 13.

HORA DO EVANGELHO NO LAR
“Não julgueis que vim trazer paz a Terra; não vim trazer-lhe paz, mas espada.” (Mateus, 10:34). 

PRECE 
Senhor Jesus, Mestre Amado, sabemos que somos devedores do passado e trabalhadores da última hora e assim sendo, rogamos humildemente, que nos ajude a ficar livre de todas as tentações; que não nos permita ceder a ira e ao ódio, ao egoísmo e a luxúria; que nos livre da vaidade e do orgulho e da inveja destruidora; feche nossos ouvidos a todas as calúnias; guarde nossas línguas de toda e qualquer maldade e nos ensine a praticar sempre a caridade e o perdão. 
Buscamos Senhor, nossa renovação constante através das orações e dos estudos, nos ajude Senhor, a cumprir a parte que nos cabe nessa etapa de nossa evolução, para que sejamos sempre bondosos e alegres com todos aqueles que estão ao nosso redor e com os que se achegarem a nós. Que o mal nunca se instale em nossos corações fazendo com que sejamos medianeiros da maldade. Queremos sim Senhor, sermos portadores da Tua compreensão e amor, que nossas palavras sejam sempre o reflexo de Teus Ensinamentos, do Teu Amor. 
Assim, Senhor, plenos de Tua bondade, não fraquejaremos na esperança, não nos desviaremos das instruções abençoadas da doutrina consoladora e assim, pela Tua misericórdia, continuaremos a receber o Teu auxílio e dos Teus enviados, dando-nos a inspiração necessária para o estudo e as reflexões que agora iniciamos.
Graças vos damos pelo Teu infinito amor e proteção.  
Permaneça conosco hoje e sempre,
Que assim seja! 
 
MENSAGEM INICIAL 
Paz do Mundo e Paz do Cristo 
 
É indispensável não confundir a paz do mundo com a paz do Cristo. 
A calma do plano inferior pode não passar de estacionamento. 
A serenidade das esferas mais altas significa trabalho divino, a caminho da Luz Imortal. 
O mundo consegue proporcionar muitos acordos e arranjos nesse terreno, mas somente o Senhor pode outorgar ao espírito a paz verdadeira. 
Nos círculos da carne, a paz das nações costuma representar o silêncio provisório das baionetas; a dos abastados inconscientes é a preguiça improdutiva e incapaz; a dos que se revoltam, no quadro de lutas necessárias, é a manifestação do desespero doentio; a dos ociosos sistemáticos, é a fuga ao trabalho; a dos arbitrários, é a satisfação dos próprios caprichos; a dos vaidosos, é o aplauso da ignorância; a dos vingativos, é a destruição dos adversários; a dos maus, é a vitória da crueldade; a dos negociantes sagazes, é a exploração inferior; a dos que se agarram às sensações de baixo teor, é a viciação dos sentidos; a dos comilões,  é o repasto opulento do estômago, embora haja fome espiritual no coração. 
Há muitos ímpios, caluniadores, criminosos e indiferentes que desfrutam a paz do mundo. Sentem-se triunfantes, venturosos e dominadores no século. 
A ignorância endinheirada, a vaidade bem vestida e a preguiça inteligente sempre dirão que seguem muito bem. 
Não te esqueças, contudo, de que a paz do mundo pode ser, muitas vezes, o sono enfermiço da alma. 
Busca, desse modo, aquela paz do Senhor, paz que excede o entendimento, por nascida e cultivada, portas a dentro do espírito, no campo da consciência e no santuário do coração. 
  
da obra: "Vinha de Luz“, Emmanuel/Chico Xavier. 
 
LEITURA DO EVANGELHO 
Capítulo 23 – MORAL ESTRANHA – NÃO VIM TRAZER A PAZ, MAS A ESPADA – ITENS 9 A 13. 
  
9 – Não julgueis que vim trazer paz a Terra; não vim trazer-lhe paz, mas espada; porque vim separar o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra; e os inimigos do homem serão os seus mesmos domésticos. (Mateus, X: 34-36). 
 
10 – Eu vim trazer fogo à Terra, e que quero eu, senão que ele se acenda? Eu, pois, tenho de ser batizado num batismo, e quão grande não é a minha angústia, até que ele se cumpra? Vós cuidais que eu vim trazer paz à Terra? Não, vos digo eu, mas separação; porque de hoje em diante haverá, numa mesma casa, cinco pessoas divididas, três contra duas e duas contra três. Estarão divididas: o pai contra o filho, e o filho contra seu pai; a mãe contra a filha, e a filha contra a mãe; a sogra contra sua nora, e a nora contra sua sogra. (Lucas, XII: 49-53) 
 
11 – Foi mesmo Jesus, a personificação da doçura e da bondade, ele que não cessava de pregar o amor do próximo, quem disse estas palavras: Eu não vim trazer a paz, mas a espada; vim separar o filho do pai, o marido da mulher, vim lançar fogo na Terra e tenho pressa que ele se acenda? Essas palavras não estão em flagrante contradição com o seu ensino? Não é uma blasfêmia atribuir-se a linguagem de um conquistador sanguinário e devastador? Não, não há blasfêmia nem contradição nessas palavras, porque foi ele mesmo quem as pronunciou, e elas atestam a sua elevada sabedoria. Somente a forma, um tanto equívoca, não exprime exatamente o seu pensamento, o que provocou alguns enganos quanto ao seu verdadeiro sentido. Tomadas ao pé da letra, elas tenderiam a transformar a sua missão, inteiramente pacífica, numa missão de turbulências e discórdias, consequência absurda, que o bom senso rejeita, pois Jesus não podia contradizer-se. (Ver cap. XIV, nº 6). 
 
12 – Toda ideia nova encontra forçosamente oposição, e não houve uma única que se implantasse sem lutas. A resistência, nesses casos, está sempre na razão da importância dos resultados previstos, pois quanto maior ela for, maior será o número de interesses ameaçados. Se for uma ideia notoriamente falsa, considerada sem consequências, ninguém se perturba com ela, e a deixam passar, confiantes na sua falta de vitalidade. Mas se é verdadeira, se está assentada em bases sólidas, se é possível entrever-lhe o futuro, um secreto pressentimento adverte os seus antagonistas de que se trata de um perigo para eles, para a ordem de coisas por cuja manutenção se interessam. E é por isso que se lançam contra ela e os seus adeptos. A medida da importância e das consequências de uma ideia nova nos é dada, portanto, pela emoção que o seu aparecimento provoca, pela violência da oposição que desperta, e pela intensidade e a persistência da cólera dos seus adversários. 
 
13 – Jesus vinha proclamar uma doutrina que minava pelas bases a situação de abusos em que viviam os fariseus, os escribas e os sacerdotes do seu tempo. Por isso o fizeram morrer, julgando matar a ideia com a morte do homem. Mas a ideia sobreviveu, porque era verdadeira; desenvolveu-se, porque estava nos desígnios de Deus; e nascida numa pequena vila da Judéia, foi plantar a sua bandeira na própria capital do mundo pagão, em face dos seus inimigos mais encarniçados, daqueles que tinham o maior interesse em combatê-la, porque ela subvertia as crenças seculares, a que muitos se apegavam, mais por interesse do que por convicção. Era lá que as lutas mais terríveis esperavam os seus apóstolos; as vítimas foram inumeráveis; mas a ideia cresceu e saiu triunfante, porque superava, como verdade, as suas antecessoras. 
  
REFLEXÕES: “Não julgueis que vim trazer paz a Terra; não vim trazer-lhe paz, mas espada.” (Mateus, 10:34). 
Este texto chama a atenção pela aparente contradição que encerra: não é Jesus chamado de O príncipe da paz?  Como é possível ele, o governador espiritual do Orbe, nos oferecer uma proposta de “paz” inerte fundamentada na violência? 
Emmanuel, lucidamente, na nossa mensagem inicial, esclarece o texto evangélico. É indispensável não confundir a paz do mundo com a paz do Cristo.  A espada citada pelo Cristo é, pois, um simbolismo. É a espada simbólica do conhecimento interior através da revelação divina, a fim de que o homem inicie a batalha do aperfeiçoamento em si mesmo. 
Jesus trazia a Lei do Amor que contrariava todos os princípios egoísticos humanos. A humanidade, tanto no tempo de Jesus, como ainda hoje, atribui um valor maior aos bens materiais, deixando para o plano secundário os bens do Espírito. Jesus nos ensina a modificar essa tabela de valores. Os bens verdadeiros são os espirituais, o saber e as virtudes. Desenvolver as potencialidades do Espírito é o objetivo da vida. 
O versículo de Mateus mostra que a paz deve ser compreendida como o estado da consciência tranquila, obtida pelo cumprimento do dever e decorrente da constante vigilância sobre as nossas imperfeições. 
É na terra do coração que se trava a verdadeira guerra de melhoria dos sentimentos. No dia-a-dia, vemos constantemente os erros e defeitos dos que nos rodeiam e somos, na maioria das vezes, incapazes de perceber nossos próprios. Nossas faltas são sempre justificadas por nós mesmos, e colocamo-nos sempre como vítimas. 
Diz Emmanuel, no Livro O Consolador que: “Jesus não veio trazer ao mundo a palavra de contemporização com as fraquezas do homem, mas a centelha de luz para que a criatura humana se iluminasse para os planos divinos. E a lição sublime de Jesus sempre será reconhecida como a espada renovadora com a qual deve o homem lutar consigo mesmo, contra suas inferioridades, extirpando os velhos inimigos de seu coração dirigidos pela ignorância e pela vaidade, pelo egoísmo e pelo orgulho.” 
  
 
PRECE E VIBRAÇÕES – 
 
"Coloca o teu recipiente de água cristalina à frente de tuas orações e espera e confia." [Emmanuel / Chico Xavier] 
 
 
Mestre Jesus, amigos da Espiritualidade Maior, agradecemos pelo aprendizado de hoje e pelas energias luminosas e amorosas em que fomos envolvidos. 
Rogamos Senhor, que nos ajude a prosseguir na existência humana como se tivéssemos encontrado um tesouro sem igual.   
A vencermos as vicissitudes, como se nos encontrássemos em um festival de bênçãos.   
A contemplarmos a imortalidade, como se estivéssemos fitando um rosto querido.
A confiarmos no futuro, como se já pudéssemos vivê-lo hoje.   
A perdoarmos a agressão, a entendermos a ignorância e a superarmos a melancolia como se acendêssemos uma luz de esperança.
A construirmos o bem, como se lançássemos uma ponte para o infinito.
A erguermos os caídos, como se nossas mãos carregassem as soluções.
A atravessarmos os pântanos, como se nossos pés possuíssem asas.
A enfrentarmos a morte, como uma experiência de libertação.
A amarmos e servirmos como os únicos objetivos existenciais. 
Rogamos Senhor, que estenda Tuas luminosas mãos sobre os que se encontram doentes, sofrendo limitações, dores e incertezas. Faz a fé e a confiança brotarem fortes em seus corações. Alivie suas dores e dá-lhes calma e paz. Cura suas almas para que os corpos também se restabeleçam. Dê-lhes o alívio, a consolação e acende a luz da esperança em seus corações, para que, amparados pela fé e a esperança, possam desenvolver o amor e a compreensão. 
Ensina-nos Mestre Amado, a recuperarmos a alegria de viver, a paz e a serenidade interior que tantas vezes insistem em nos abandonar. Purifica-nos, para sermos instrumentos da Tua bondade e de Teu amor. Ampare nosso propósito de servir e permita Senhor Jesus, que neste momento, Teus mensageiros de Luz higienizem nossos lares e fluidifiquem nossas águas, depositando nelas os medicamentos necessários para o reequilíbrio físico, espiritual e mental de todos que dela beberem. 
Obrigada Senhor, por todas as bênçãos recebidas neste momento em que nossos espíritos entraram em comunhão convosco. 
Obrigada Senhor, pelo Teu infinito Amor. 
Esteja sempre conosco e que Tua Paz nos envolva hoje e sempre, nos amparando e inspirando e que, sejamos sempre merecedores do Teu amor, que Tua misericórdia alcance a todos nós. 
Que assim seja! 
  
Paz e Bem.