Estudo:

Ide e pregai

Em um hospital, na fila de atendimento, uma senhora com trajes simples aparece as sete da manhã, com uma Bíblia à mão. Chega uma hora antes da abertura das portas, independente das condições climáticas ou da quantidade de pessoas na fila.
Chega com voz suave, pedindo a cada pequeno grupo a autorização para ler pequeno trecho.
Em todas as vezes que estive na fila, jamais vi alguém dizer não, ou deixou de dar a atenção que ela sutilmente solicita.
Já com a Bíblia aberta, lê um ou dois versículos, passa a uma pequena explicação, sem explicar qual igreja ou casa religiosa, e segue e outro pequeno grupo.
A explicação, com palavras simples, louvam a Deus e dá um breve detalhamento aos ensinamentos do nosso Mestre Maior.
No evangelho de Marcos, capítulo 16, versículo 15, Jesus nos conclama a pregar o evangelho a pregar o evangelho a todo o mundo.
Independente da religião ou do pensamento daquela senhora, ela cumpre bem tal mandamento. Não sente vergonha, não se sente intimidada, nem frio ou calor, e certamente tem grande prazer em acordar cedo e cumprir a missão que abraçara.
Nosso maior pregador dos ensinamentos evangélicos foi Paulo, o Apóstolo dos Gentios. Partiu para sua missão, por diversas nações e cidades, passando por inúmeras dificuldades e sofrimentos, também sem esmorecer da tarefa aceita.
Em uma outra situação, um amigo estava entregando mensagens espíritas, quando surgiu pela calçada um senhor muito sério, em uma cadeira de rodas. Na tentativa de entregar, o senhor desviou duas ou três vezes, até que pegou a mensagem rudemente, colocou no bolso e saiu com a pressa que se apresentara. Minutos depois, surge novamente aquele senhor naquela cadeira de rodas, agora com um semblante mais sereno. Parou na frente do recém conhecido, chamou a atenção e agradeceu, contando sua pequena história:
Ele era investigador de polícia, e numa ação ostensiva, por um deslize de um colega, ele recebeu um tiro na coluna vertebral, deixando-o paraplégico. Passado o trauma, as cirurgias, a lenta recuperação, ele se fixou na ideia de se vingar do deslize do colega. Naquela tarde, munido de uma arma, ia em direção à casa do ex-colega para a tão esperada vingança, quando encontrou o entregador da mensagem. Em seguida, no caminho, parou em um semáforo, e, por curiosidade leu a mensagem. Deu meia volta e resolveu desistir da vingança, tomando a iniciativa de agradecer, primeiramente àquele nobre desconhecido que entregou aquela mensagem, e a Deus pela oportunidade de rever suas ações e recomeçar uma vida que estava quase perdida.
Aquele que é realmente Cristão deve dar uma atenção especial a tal lição evangélica, evitando perder a oportunidade de transmitir os ensinamentos do nosso Mestre. Mas jamais de forma agressiva, ou demonstrando cobrar um comportamento dos seus semelhantes, e sim de si mesmo.
É assim que Paulo e outros discípulos de Cristo o fizeram. É assim que devemos fazer.


Valdo Garcia
Evangelizador Espírita Infanto-Juvenil