Estudo:

Questões 728 e 728a

CAPÍTULO VI - DA LEI DE DESTRUIÇÃO

- 1. Destruição necessária e destruição abusiva.
- 2. Flagelos destruidores.
- 3. Guerras.
- 4.Assassínio.
- 5. Crueldade.
- 6. Duelo.
- 7. Pena de morte.

DESTRUIÇÃO NECESSÁRIA E DESTRUIÇÃO ABUSIVA

728. É lei da Natureza a destruição?

“Preciso é que tudo se destrua para renascer e se regenerar. porque, o que chamais destruição não passa de uma transformação, que tem por fim a renovação e melhoria dos seres vivos.” (grifos nossos)

728a) - O instinto de destruição teria sido dado aos seres vivos por desígnios providencias?

“As criaturas são instrumentos de que Deus se serve para chegar aos fins que objetiva. Para se alimentarem, os seres vivos reciprocamente se destroem, destruição esta que obedece a um duplo fim: manutenção do equilíbrio na reprodução, que poderia tornar-se excessiva, e utilização dos despojos do invólucro exterior que sofre a destruição. Esse invólucro é simples acessório e não a parte essencial do ser pensante. A parte essencial é o princípio inteligente, que não se pode destruir e se elabora nas metamorfoses diversas por que passa.
COMENTÁRIO DO ESPÍRITO MIRAMEZ NA OBRA “FILOSOFIA ESPÍRITA” – Questões 728 e 728a DESTRUIÇÃO NECESSÁRIAO que chamamos de destruição são processos que Deus usa sob a forma de progresso para tudo que existe. Nada no mundo se faz sem a permissão de Deus, e Ele somente permite o que é necessário para o progresso dos seres viventes. Se assim não fora sendo o Senhor a Inteligência Suprema, não iria Ele permitir que as coisas e os seres fossem destruídos.
O que se vê com mais evidência, são as matanças dos animais com o objetivo de alimentação das criaturas. Criam-se estes para matar e, se não fosse o comércio, o interesse se desfaria e atrasaria o progresso dos animais. Os homens servem de instrumento para esse comportamento, homens esses na escala mais baixa da evolução humana. Os Espíritos de alta estrutura espiritual têm outras missões mais apuradas para cumprir. A vida não poderia colocar um santo como açougueiro, nem um místico chefiando um matadouro. Cada alma no lugar que lhe diz respeito.
Se Deus é onisciente, quando Ele fez a humanidade, desde o seu princípio, já sabia de tudo o que deveria ocorrer na sua marcha evolutiva. Ele mesmo traçou todos esses pormenores de vida para as criaturas. O Senhor Todo Poderoso não se arrepende de nada, nem fica triste com acontecimento algum; não chora, nem dá gargalhada. A sua serenidade em todos os acontecimentos é a sua postura perene.
Por que os seres vivos se destroem reciprocamente? Há uma finalidade, e quem sabe mais do que nós todos reunidos, é Deus, que nos criou para passarmos por esses caminhos. Tudo deve se transformar; as mudanças são constantes no palco da vida.
O invólucro da alma é como que uma veste, que pode e deve ser usado para outras necessidades, além de ajudar a força divina que o comanda. As próprias guerras, Deus as permite entre os homens ignorantes, pois têm muitas finalidades entre as criaturas, mas, o Espírito continua vivo para a eternidade de Deus.
Certas criaturas se assombram com os processos de destruição, as pestes, a fome, e as guerras, mas se esquecem que morrem muito mais seres humanos pelos vícios, que muitas vezes são mantidos sorrindo. Esse é o suicídio lento, porém, é usado para, igualmente, educar as almas e despertá-las para a vida maior.
A humanidade, agora que já passou por diversas refregas pelos processos de reencarnações, precisa crer em Jesus para não errar o caminho para Deus.
Respondeu-lhes Jesus:
A obra de Deus é esta, que creiais naquele que por Ele foi enviado. (João, 6:29)
Toda a perturbação, antes de Jesus, foi por falta de conhecimento espiritual sobre a vida. Agora, depois do Mestre, que já sabemos o que deveremos fazer, não temos desculpas. No entanto, mesmo assim a misericórdia foi tanta, que o Mestre prometeu que enviaria outro consolador, para ficar nos ensinando eternamente, andando conosco para enriquecer a nossa consciência, e ele chegou para nós em forma de uma doutrina, trazendo conceitos que nos fazem lembrar a mesma doutrina de Jesus.
A vida grosseira dos seres vivos só se justifica antes do despertamento espiritual; com o Cristo no coração, tudo muda, tudo se transforma, tudo cresce. Pensemos bem: se Deus é Justiça, como Ele consentiria na morte em massa, como sucede aos animais que Ele mesmo criou, para satisfação e regalo dos homens, sem um objetivo maior para a vida que comanda a matéria? O Senhor está vendo tudo que se passa e somente deixa acontecer o que é necessário para a vida.
Morrer é nascer para outra dimensão que é melhor do que a anterior, principalmente quando se morre para uma finalidade maior.