Estudo:

Questões de 978 a 981.

CAPÍTULO II - DAS PENAS E GOZOS FUTUROS - Natureza das penas e gozos futuros

978. A lembrança das faltas que a alma, quando imperfeita, tenha cometido, não lhe turba a felicidade, mesmo depois de se haver purificado?
 
“Não, porque resgatou suas faltas e saiu vitoriosa das provas a que se submetera para esse fim.”
 
979. Não serão, para a alma, causa de penosa apreensão, que lhe altera a felicidade, as provas por que ainda tenha de passar para acabar a sua purificação?
 
“Para a alma ainda maculada, são. Daí vem que ela não pode gozar de felicidade perfeita, senão quando esteja completamente pura. Para aquela, porém, que já se elevou, nada tem de penoso o pensar nas provas que ainda haja de sofrer.”
 
A.K.: Goza da felicidade a alma que chegou a um certo grau de pureza. Domina-a um sentimento de grata satisfação. Sente-se feliz por tudo o que vê, por tudo o que a cerca. Levantasse-lhe o véu que encobria os mistérios e as maravilhas da Criação e as perfeições divinas em todo o esplendor lhe aparecem.
 
980. O laço de simpatia que une os Espíritos da mesma ordem constitui para eles uma fonte de felicidade?
 
“Os Espíritos entre os quais há recíproca simpatia para o bem encontram na sua união um dos maiores gozos, visto que não receiam vê-la turbada pelo egoísmo. Formam, no mundo inteiramente espiritual, famílias pela identidade de sentimentos, consistindo nisto a felicidade espiritual, do mesmo modo que no vosso mundo vos grupais em categorias e experimentais certo prazer quando vos achais reunidos. Na afeição pura e sincera que cada um vota aos outros e de que é por sua vez objeto, têm eles um manancial de felicidade, porquanto lá não há falsos amigos, nem hipócritas.”
 
A.K.: Das primícias dessa felicidade goza o homem na Terra, quando se lhe deparam almas com as quais pode confundir-se numa união pura e santa. Em uma vida mais purificada, inefável e ilimitado será esse gozo, pois aí ele só encontrará almas simpáticas, que o egoísmo não tornará frias. Porque, em a Natureza, tudo é amor: o egoísmo é que o mata.
 
981. Com relação ao estado futuro do Espírito, haverá diferença entre um que, em vida, teme a morte e outro que a encara com indiferença e mesmo com alegria?
 

“Muito grande pode ser a diferença. Entretanto, apaga-se com frequência em face das causas determinantes desse temor ou desse desejo. Quer a tema, quer a deseje, pode o homem ser propelido por sentimentos muito diversos e são estes sentimentos que influem no estado do Espírito. É evidente, por exemplo, que naquele que deseja a morte, unicamente porque vê nela o termo de suas tribulações, há uma espécie de queixa contra a Providência e contra as provas que lhe cumpre suportar.”