Estudo:
Capítulo 27 – PEDI E OBTEREIS - AÇÃO DA PRECE -TRANSMISSÃO DE PENSAMENTOS – itens 09 a 15. 04/09/2023
HORA DO EVANGELHO NO LAR
“O que quer que pedirdes em vossa prece, crede que vos será concedido”. (Marcos, 11:24)
PRECE INICIAL
Senhor, ensina-nos a oferecer-Te o coração puro e o pensamento elevado na oração.
Ajuda-nos a pedir, em Teu Nome, para que a força de nossos desejos não perturbe a execução de teus desígnios.
Ampara-nos, a fim de que o nosso sentimento se harmonize com a Tua vontade e que possamos, cada dia, sermos instrumentos vivos e operosos da Tua Paz e do Teu Amor, do aperfeiçoamento e da alegria, de acordo com Tuas Leis.
E assim Senhor, em Teu nome, em nome de Francisco de Assis e dos Benfeitores Espirituais que coordenam esta tarefa de amor, mas acima de tudo em nome de Deus, nosso Pai de Misericórdia, iniciamos os estudos e reflexões de hoje.
Permaneça conosco.
Que assim seja!
MENSAGEM INICIAL
A Oração do Justo
Considerando as ondas do desejo, em sua força vital, todo impulso e
todo anseio, constituem também orações que partem da Natureza.
O verme que se arrasta com dificuldade, no fundo está rogando
recursos de locomoção mais fácil.
A loba, cariciando o filhote, no imo do ser permanece implorando
lições de amor que lhe modifiquem a expressão selvagem.
O homem primitivo, adorando o trovão, nos recessos da alma pede
explicações da Divindade, de maneira a educar os impulsos de fé.
Todas as necessidades do mundo, traduzidas no esforço dos seres
viventes, valem por súplicas das criaturas ao Criador e Pai.
Por isso mesmo, se o desejo do homem bom é uma prece, o
propósito do homem mau ou desequilibrado é também uma rogativa.
Ainda aqui, porém, temos a lei da densidade específica.
Atira uma pedra ao vizinho e o projétil será imediatamente atraído
para baixo.
Deixa cair algumas gotas de perfume sobre a fronte de teu irmão e o
aroma se espalhará na atmosfera.
Liberta uma serpente e ela procurará uma toca.
Solta uma andorinha e ela buscará a altura.
Minerais, vegetais, animais e almas humanas estão pedindo habitualmente,
e a Providência Divina, através da Natureza, vive sempre respondendo.
Há processos de solução demorada e respostas que levam séculos
para descerem dos Céus à Terra.
Mas de todas as orações que se elevam para o Alto, o apóstolo
destaca a do homem justo como sendo revestida de intenso poder.
É que a consciência reta, no ajustamento à Lei, já conquistou
amizades e intercessões numerosas.
Quem ajunta amigos, amontoa amor.
Quem amontoa amor, acumula poder.
Aprende, assim, a agir com justiça e bondade e teus rogos subirão sem entraves, amparados pelos veículos da simpatia e da gratidão, porque o justo, em verdade, onde estiver, é sempre um cooperador de Deus.
Extraído do Livro Fonte Viva - Emmanuel/Francisco Cândido Xavier.
LEITURA DO EVANGELHO
Capítulo 27 – PEDI E OBTEREIS - AÇÃO DA PRECE -TRANSMISSÃO DE PENSAMENTOS – itens 09 a 15.
9 – A prece é uma invocação: por ela nos pomos em relação mental com o ser a que nos dirigimos. Ela pode ter por objeto um pedido, um agradecimento ou um louvor. Podemos orar por nós mesmos ou pelos outros, pelos vivos ou pelos mortos. As preces dirigidas a Deus são ouvidas pelos Espíritos encarregados da execução dos seus desígnios; as que são dirigidas aos Bons Espíritos vão também para Deus. Quando oramos para outros seres, e não para Deus, aqueles nos servem apenas de intermediários, de intercessores, porque nada pode ser feito sem à vontade de Deus.
10 – O Espiritismo nos faz compreender a ação da prece, ao explicar a forma de transmissão do pensamento, seja quando o ser a quem oramos atende ao nosso apelo, seja quando o nosso pensamento eleva-se a ele. Para se compreender o que ocorre nesse caso, é necessário imaginar os seres, encarnados e desencarnados, mergulhados no fluido universal que preenche o espaço, assim como na Terra estamos envolvidos pela atmosfera. Esse fluido é impulsionado pela vontade, pois é o veículo do pensamento, como o ar é o veículo do som, com a diferença de que as vibrações do ar são circunscritas, enquanto as do fluido universal se ampliam ao infinito. Quando, pois, o pensamento se dirige para algum ser, na terra ou no espaço, de encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece de um a outro, transmitindo o pensamento, como o ar transmite o som.A energia da corrente está na razão direta da energia do pensamento e da vontade. É assim que a prece é ouvida pelos Espíritos, onde quer que eles se encontrem, assim que os Espíritos se comunicam entre si, que nos transmitem as suas inspirações, e que as relações se estabelecem à distância entre os próprios encarnados.
Esta explicação se dirige sobretudo aos que não compreendem a utilidade da prece puramente mística. Não tem por fim materializar a prece, mas tornar compreensíveis os seus efeitos, ao mostrar que ela pode exercer ação direta e positiva. Nem por isso está menos sujeita à vontade de Deus, juiz supremo em todas as coisas, e único que pode dar eficácia à sua ação.
11 – Pela prece, o homem atrai o concurso dos Bons Espíritos, que o vêm sustentar nas suas boas resoluções e inspirar-lhe bons pensamentos. Ele adquire assim a força moral necessária para vencer as dificuldades e voltar ao caminho reto, quando dele se afastou; e assim também podem desviar de si os males que atrairia pelas suas próprias faltas. Um homem, por exemplo, sente a sua saúde arruinada pelos excessos que cometeu, e arrasta, até o fim dos seus dias, uma vida de sofrimento. Tem o direito de queixar-se, se não conseguir a cura? Não, porque poderia encontrar na prece a força para resistir às tentações.
12 – Se dividirmos os males da vida em duas categorias, sendo uma a dos que o homem não pode evitar, e outra a das atribuições que ele mesmo provoca, por sua incúria e pelos seus excessos. (Ver cap. V, nº 4), veremos que esta última é muito mais numerosa que a primeira. Torna-se pois evidente que o homem é o autor da maioria das suas aflições, e que poderia poupar-se, se agisse sempre com sabedoria e prudência.
É certo, também, que essas misérias resultam das nossas infrações às leis de Deus, e que, se as observássemos rigorosamente, seríamos perfeitamente felizes. Se não ultrapassássemos os limites do necessário, na satisfação das nossas exigências vitais, não sofreríamos as doenças que são provocadas pelos excessos, e as vicissitudes decorrentes dessas doenças. Se limitássemos as nossas ambições, não temeríamos a ruína. Se não quiséssemos subir mais alto do que podemos, não recearíamos a queda. Se fossemos humildes, não sofreríamos as decepções do orgulho abatido. Se praticássemos a lei de caridade, não seríamos maledicentes, nem invejosos, nem ciumentos, e evitaríamos as querelas e as dissensões. Se não fizéssemos nenhum mal a ninguém, não teríamos de temer as vinganças, e assim por diante.
Admitamos que o homem nada pudesse fazer contra os outros males; que todas as preces fossem inúteis para livrar-se deles; já não seria muito, poder afastar todos os que decorrem da sua própria conduta? Pois bem: neste caso concebe-se facilmente a ação da prece, que tem por fim atrair a inspiração salutar dos Bons Espíritos, pedir-lhes a força necessária para resistirmos aos maus pensamentos, cuja execução pode nos ser funesta. E, para nos atenderem nisto, não é o mal que eles afastam de nós, mas é a nós que eles afastam do pensamento que nos pode causar o mal; não embaraçam em nada os desígnios de Deus, nem suspendem o curso das leis naturais, mas é a nós que impedem de infringirmos as leis, ao orientarem o nosso livre arbítrio. Mas o fazem sem o perceberem, de maneira oculta, para não prejudicarem a nossa vontade. O homem se encontra então na posição de quem solicita bons conselhos e os segue, mas conservando a liberdade de segui-los ou não. Deus quer que assim seja, para que ele tenha a responsabilidade dos seus atos e para lhe deixar o mérito da escolha entre o bem e o mal. É isso o que o homem sempre receberá, se pedir com fervor, e ao que se podem sobretudo aplicar estas palavras: “Pedi e obtereis”.
A eficácia da prece, mesmo reduzida a essas proporções, não daria imenso resultado? Estava reservado ao Espiritismo provar a sua ação, pela revelação das relações entre o mundo corpóreo e o mundo espiritual. Mas não se limitam a isso os seus efeitos. A prece é recomendada por todos os Espíritos. Renunciar a ela é ignorar a bondade de Deus; é rejeitar para si mesmo a sua assistência; e para os outros, o bem que se poderia fazer.
13 – Ao atender o pedido que lhe é dirigido, Deus tem frequentemente em vista recompensar a intenção, o devotamento e a fé daquele que ora. Eis porque a prece do homem de bem tem mais merecimento aos olhos de Deus, e sempre maior eficácia. Porque o homem vicioso e mau não pode orar com o fervor e a confiança que só o sentimento da verdadeira piedade pode dar. Do coração do egoísta, daquele que só ora com os lábios, não poderiam sair mais do que palavras, e nunca os impulsos da caridade, que dão à prece toda a sua força. Compreende-se isso tão bem que, instintivamente, preferimos recomendar-nos às preces daqueles cuja conduta nos parece que deve agradar a Deus, pois que são melhores escutados.
14 – Se a prece exerce uma espécie de ação magnética, podemos supor que o seu efeito estivesse subordinado à potência fluídica. Entretanto, não é assim. Desde que os Espíritos exercem esta ação sobre os homens, eles suprem, quando necessário, a insuficiência daquele que ora, seja através de uma ação direta em seu nome, seja ao lhe conferirem momentaneamente uma força excepcional, quando ele for julgado digno desse benefício ou quando isso possa ser útil.
O homem que não se julga suficientemente bom para exercer uma influência salutar, não deve deixar de orar por outro, por pensar que não é digno de ser ouvido. A consciência de sua inferioridade é uma prova de humildade, sempre agradável a Deus, que leva em conta a sua intenção caridosa. Seu fervor e sua confiança em Deus constituem o primeiro passo do seu retorno ao bem, que os Bons Espíritos se sentem felizes de estimular. A prece que é repelida é a do orgulhoso, que só tem fé no seu poder e nos seus méritos, e julga poder substituir-se à vontade do Eterno.
15 – O poder da prece está no pensamento, e não depende nem das palavras, nem do lugar, nem do momento em que é feita. Pode-se, pois, orar em qualquer hora, a sós ou em conjunto. A influência do lugar ou do tempo depende das circunstâncias que possam favorecer o recolhimento. A prece em comum tem ação mais poderosa, quando todos os que a fazem se associam de coração num mesmo pensamento e têm a mesma finalidade, porque então é como se muitos clamassem juntos e em uníssono. Mas que importaria estarem reunidos em grande número, se cada qual agisse isoladamente e por sua própria conta? Cem pessoas reunidas podem orar como egoístas, enquanto duas ou três, ligadas por uma aspiração comum, orarão como verdadeiros irmãos em Deus, e sua prece terá mais força do que a daquelas cem. (Ver cap. XXVIII, nº 4 e 5).
REFLEXÕES: A prece tem poderosa ação porque por ela atraímos o auxílio dos bons espíritos, que nos sustentam nas boas resoluções e nos inspiram bons pensamentos, possibilitando-nos adquirir as forças morais para superação das dificuldades. André Luiz no livro Missionários da Luz (cap. 6, págs. 66 e 67), nos diz que:
“A prece não é movimento mecânico de lábios, nem disco de fácil repetição no aparelho da mente. É vibração, energia, poder. A criatura que ora, mobilizando as próprias forças, realiza trabalhos de inexprimível significação. Semelhante estado psíquico descortina forças ignoradas, revela a nossa origem divina e coloca-nos em contato com as fontes superiores. Dentro dessa realização, o Espírito, em qualquer forma, pode emitir raios de espantoso poder. Os raios divinos, expedidos pela oração santificadora, convertem-se em fatores adiantados de cooperação eficiente e definitiva na cura do corpo, na renovação da alma e iluminação da consciência. Toda prece elevada é manancial de magnetismo criador e vivificante e toda criatura que cultiva a oração, com o devido equilíbrio do sentimento, transforma-se gradativamente, em foco radiante de energias da Divindade”.
Pensemos nisto!
PRECE FINAL E VIBRAÇÕES
"Coloca o teu recipiente de água cristalina à frente de tuas orações e espera e confia." [Emmanuel / Chico Xavier]
Pai Nosso que se encontra sempre a velar por cada um de seus filhos...
Aqui estamos novamente a lhe rogar:
Renova as nossas esperanças para que a cada dia, não nos desesperemos diante das dificuldades a serem enfrentadas.
Enxuga as nossas lágrimas quando fraquejarmos e realmente pensarmos em desistir.
Mostra-nos uma luz a nos guiar quando nos encontrarmos perdidos pelos caminhos dos desentendimentos..
Dai-nos a paciência diante dos conflitos que nascerem a nossa frente.
Dai-nos também o pão da vida que alimenta nosso Espírito.
Apresenta-nos a resignação quando não pudermos modificar uma situação.
Abençoa nossos passos para que não se tornem vacilantes diante dos espinhos que encontrarão.
Envolve-nos em seu amparo nos instantes em que mais nos sentirmos sozinhos, inspirando-nos diante dos momentos de indecisão.
Perdoa os nossos erros e novamente multiplica nossas forças para que possamos reconhecer o verdadeiro caminho da salvação.
Livra-nos das garras do medo, auxiliando-nos a combater o mal que ainda existe em nós e que por tantas vezes tenta nos dominar.
Envolve-nos em sua luz de proteção, fazendo assim com que possamos caminhar com segurança em sua direção.
Permanece Pai, a abençoar a nossa existência, porque infinita é a sua misericórdia, permita que nossas águas sejam fluidificadas com os medicamentos necessários ao nosso equilíbrio e, permita ainda Senhor, que nossos lares sejam higienizados e que cada canto e recanto seja abençoado, permanecendo em nosso ambiente somente Tuas Vibrações de Amor a envolver todos nós e todos aqueles que ali adentrarem.
Graças vos damos, hoje e sempre, Pai de Bondade e Misericórdia.
Que assim seja!
PAZ E BEM!
“O que quer que pedirdes em vossa prece, crede que vos será concedido”. (Marcos, 11:24)
PRECE INICIAL
Senhor, ensina-nos a oferecer-Te o coração puro e o pensamento elevado na oração.
Ajuda-nos a pedir, em Teu Nome, para que a força de nossos desejos não perturbe a execução de teus desígnios.
Ampara-nos, a fim de que o nosso sentimento se harmonize com a Tua vontade e que possamos, cada dia, sermos instrumentos vivos e operosos da Tua Paz e do Teu Amor, do aperfeiçoamento e da alegria, de acordo com Tuas Leis.
E assim Senhor, em Teu nome, em nome de Francisco de Assis e dos Benfeitores Espirituais que coordenam esta tarefa de amor, mas acima de tudo em nome de Deus, nosso Pai de Misericórdia, iniciamos os estudos e reflexões de hoje.
Permaneça conosco.
Que assim seja!
MENSAGEM INICIAL
A Oração do Justo
Considerando as ondas do desejo, em sua força vital, todo impulso e
todo anseio, constituem também orações que partem da Natureza.
O verme que se arrasta com dificuldade, no fundo está rogando
recursos de locomoção mais fácil.
A loba, cariciando o filhote, no imo do ser permanece implorando
lições de amor que lhe modifiquem a expressão selvagem.
O homem primitivo, adorando o trovão, nos recessos da alma pede
explicações da Divindade, de maneira a educar os impulsos de fé.
Todas as necessidades do mundo, traduzidas no esforço dos seres
viventes, valem por súplicas das criaturas ao Criador e Pai.
Por isso mesmo, se o desejo do homem bom é uma prece, o
propósito do homem mau ou desequilibrado é também uma rogativa.
Ainda aqui, porém, temos a lei da densidade específica.
Atira uma pedra ao vizinho e o projétil será imediatamente atraído
para baixo.
Deixa cair algumas gotas de perfume sobre a fronte de teu irmão e o
aroma se espalhará na atmosfera.
Liberta uma serpente e ela procurará uma toca.
Solta uma andorinha e ela buscará a altura.
Minerais, vegetais, animais e almas humanas estão pedindo habitualmente,
e a Providência Divina, através da Natureza, vive sempre respondendo.
Há processos de solução demorada e respostas que levam séculos
para descerem dos Céus à Terra.
Mas de todas as orações que se elevam para o Alto, o apóstolo
destaca a do homem justo como sendo revestida de intenso poder.
É que a consciência reta, no ajustamento à Lei, já conquistou
amizades e intercessões numerosas.
Quem ajunta amigos, amontoa amor.
Quem amontoa amor, acumula poder.
Aprende, assim, a agir com justiça e bondade e teus rogos subirão sem entraves, amparados pelos veículos da simpatia e da gratidão, porque o justo, em verdade, onde estiver, é sempre um cooperador de Deus.
Extraído do Livro Fonte Viva - Emmanuel/Francisco Cândido Xavier.
LEITURA DO EVANGELHO
Capítulo 27 – PEDI E OBTEREIS - AÇÃO DA PRECE -TRANSMISSÃO DE PENSAMENTOS – itens 09 a 15.
9 – A prece é uma invocação: por ela nos pomos em relação mental com o ser a que nos dirigimos. Ela pode ter por objeto um pedido, um agradecimento ou um louvor. Podemos orar por nós mesmos ou pelos outros, pelos vivos ou pelos mortos. As preces dirigidas a Deus são ouvidas pelos Espíritos encarregados da execução dos seus desígnios; as que são dirigidas aos Bons Espíritos vão também para Deus. Quando oramos para outros seres, e não para Deus, aqueles nos servem apenas de intermediários, de intercessores, porque nada pode ser feito sem à vontade de Deus.
10 – O Espiritismo nos faz compreender a ação da prece, ao explicar a forma de transmissão do pensamento, seja quando o ser a quem oramos atende ao nosso apelo, seja quando o nosso pensamento eleva-se a ele. Para se compreender o que ocorre nesse caso, é necessário imaginar os seres, encarnados e desencarnados, mergulhados no fluido universal que preenche o espaço, assim como na Terra estamos envolvidos pela atmosfera. Esse fluido é impulsionado pela vontade, pois é o veículo do pensamento, como o ar é o veículo do som, com a diferença de que as vibrações do ar são circunscritas, enquanto as do fluido universal se ampliam ao infinito. Quando, pois, o pensamento se dirige para algum ser, na terra ou no espaço, de encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece de um a outro, transmitindo o pensamento, como o ar transmite o som.A energia da corrente está na razão direta da energia do pensamento e da vontade. É assim que a prece é ouvida pelos Espíritos, onde quer que eles se encontrem, assim que os Espíritos se comunicam entre si, que nos transmitem as suas inspirações, e que as relações se estabelecem à distância entre os próprios encarnados.
Esta explicação se dirige sobretudo aos que não compreendem a utilidade da prece puramente mística. Não tem por fim materializar a prece, mas tornar compreensíveis os seus efeitos, ao mostrar que ela pode exercer ação direta e positiva. Nem por isso está menos sujeita à vontade de Deus, juiz supremo em todas as coisas, e único que pode dar eficácia à sua ação.
11 – Pela prece, o homem atrai o concurso dos Bons Espíritos, que o vêm sustentar nas suas boas resoluções e inspirar-lhe bons pensamentos. Ele adquire assim a força moral necessária para vencer as dificuldades e voltar ao caminho reto, quando dele se afastou; e assim também podem desviar de si os males que atrairia pelas suas próprias faltas. Um homem, por exemplo, sente a sua saúde arruinada pelos excessos que cometeu, e arrasta, até o fim dos seus dias, uma vida de sofrimento. Tem o direito de queixar-se, se não conseguir a cura? Não, porque poderia encontrar na prece a força para resistir às tentações.
12 – Se dividirmos os males da vida em duas categorias, sendo uma a dos que o homem não pode evitar, e outra a das atribuições que ele mesmo provoca, por sua incúria e pelos seus excessos. (Ver cap. V, nº 4), veremos que esta última é muito mais numerosa que a primeira. Torna-se pois evidente que o homem é o autor da maioria das suas aflições, e que poderia poupar-se, se agisse sempre com sabedoria e prudência.
É certo, também, que essas misérias resultam das nossas infrações às leis de Deus, e que, se as observássemos rigorosamente, seríamos perfeitamente felizes. Se não ultrapassássemos os limites do necessário, na satisfação das nossas exigências vitais, não sofreríamos as doenças que são provocadas pelos excessos, e as vicissitudes decorrentes dessas doenças. Se limitássemos as nossas ambições, não temeríamos a ruína. Se não quiséssemos subir mais alto do que podemos, não recearíamos a queda. Se fossemos humildes, não sofreríamos as decepções do orgulho abatido. Se praticássemos a lei de caridade, não seríamos maledicentes, nem invejosos, nem ciumentos, e evitaríamos as querelas e as dissensões. Se não fizéssemos nenhum mal a ninguém, não teríamos de temer as vinganças, e assim por diante.
Admitamos que o homem nada pudesse fazer contra os outros males; que todas as preces fossem inúteis para livrar-se deles; já não seria muito, poder afastar todos os que decorrem da sua própria conduta? Pois bem: neste caso concebe-se facilmente a ação da prece, que tem por fim atrair a inspiração salutar dos Bons Espíritos, pedir-lhes a força necessária para resistirmos aos maus pensamentos, cuja execução pode nos ser funesta. E, para nos atenderem nisto, não é o mal que eles afastam de nós, mas é a nós que eles afastam do pensamento que nos pode causar o mal; não embaraçam em nada os desígnios de Deus, nem suspendem o curso das leis naturais, mas é a nós que impedem de infringirmos as leis, ao orientarem o nosso livre arbítrio. Mas o fazem sem o perceberem, de maneira oculta, para não prejudicarem a nossa vontade. O homem se encontra então na posição de quem solicita bons conselhos e os segue, mas conservando a liberdade de segui-los ou não. Deus quer que assim seja, para que ele tenha a responsabilidade dos seus atos e para lhe deixar o mérito da escolha entre o bem e o mal. É isso o que o homem sempre receberá, se pedir com fervor, e ao que se podem sobretudo aplicar estas palavras: “Pedi e obtereis”.
A eficácia da prece, mesmo reduzida a essas proporções, não daria imenso resultado? Estava reservado ao Espiritismo provar a sua ação, pela revelação das relações entre o mundo corpóreo e o mundo espiritual. Mas não se limitam a isso os seus efeitos. A prece é recomendada por todos os Espíritos. Renunciar a ela é ignorar a bondade de Deus; é rejeitar para si mesmo a sua assistência; e para os outros, o bem que se poderia fazer.
13 – Ao atender o pedido que lhe é dirigido, Deus tem frequentemente em vista recompensar a intenção, o devotamento e a fé daquele que ora. Eis porque a prece do homem de bem tem mais merecimento aos olhos de Deus, e sempre maior eficácia. Porque o homem vicioso e mau não pode orar com o fervor e a confiança que só o sentimento da verdadeira piedade pode dar. Do coração do egoísta, daquele que só ora com os lábios, não poderiam sair mais do que palavras, e nunca os impulsos da caridade, que dão à prece toda a sua força. Compreende-se isso tão bem que, instintivamente, preferimos recomendar-nos às preces daqueles cuja conduta nos parece que deve agradar a Deus, pois que são melhores escutados.
14 – Se a prece exerce uma espécie de ação magnética, podemos supor que o seu efeito estivesse subordinado à potência fluídica. Entretanto, não é assim. Desde que os Espíritos exercem esta ação sobre os homens, eles suprem, quando necessário, a insuficiência daquele que ora, seja através de uma ação direta em seu nome, seja ao lhe conferirem momentaneamente uma força excepcional, quando ele for julgado digno desse benefício ou quando isso possa ser útil.
O homem que não se julga suficientemente bom para exercer uma influência salutar, não deve deixar de orar por outro, por pensar que não é digno de ser ouvido. A consciência de sua inferioridade é uma prova de humildade, sempre agradável a Deus, que leva em conta a sua intenção caridosa. Seu fervor e sua confiança em Deus constituem o primeiro passo do seu retorno ao bem, que os Bons Espíritos se sentem felizes de estimular. A prece que é repelida é a do orgulhoso, que só tem fé no seu poder e nos seus méritos, e julga poder substituir-se à vontade do Eterno.
15 – O poder da prece está no pensamento, e não depende nem das palavras, nem do lugar, nem do momento em que é feita. Pode-se, pois, orar em qualquer hora, a sós ou em conjunto. A influência do lugar ou do tempo depende das circunstâncias que possam favorecer o recolhimento. A prece em comum tem ação mais poderosa, quando todos os que a fazem se associam de coração num mesmo pensamento e têm a mesma finalidade, porque então é como se muitos clamassem juntos e em uníssono. Mas que importaria estarem reunidos em grande número, se cada qual agisse isoladamente e por sua própria conta? Cem pessoas reunidas podem orar como egoístas, enquanto duas ou três, ligadas por uma aspiração comum, orarão como verdadeiros irmãos em Deus, e sua prece terá mais força do que a daquelas cem. (Ver cap. XXVIII, nº 4 e 5).
REFLEXÕES: A prece tem poderosa ação porque por ela atraímos o auxílio dos bons espíritos, que nos sustentam nas boas resoluções e nos inspiram bons pensamentos, possibilitando-nos adquirir as forças morais para superação das dificuldades. André Luiz no livro Missionários da Luz (cap. 6, págs. 66 e 67), nos diz que:
“A prece não é movimento mecânico de lábios, nem disco de fácil repetição no aparelho da mente. É vibração, energia, poder. A criatura que ora, mobilizando as próprias forças, realiza trabalhos de inexprimível significação. Semelhante estado psíquico descortina forças ignoradas, revela a nossa origem divina e coloca-nos em contato com as fontes superiores. Dentro dessa realização, o Espírito, em qualquer forma, pode emitir raios de espantoso poder. Os raios divinos, expedidos pela oração santificadora, convertem-se em fatores adiantados de cooperação eficiente e definitiva na cura do corpo, na renovação da alma e iluminação da consciência. Toda prece elevada é manancial de magnetismo criador e vivificante e toda criatura que cultiva a oração, com o devido equilíbrio do sentimento, transforma-se gradativamente, em foco radiante de energias da Divindade”.
Pensemos nisto!
PRECE FINAL E VIBRAÇÕES
"Coloca o teu recipiente de água cristalina à frente de tuas orações e espera e confia." [Emmanuel / Chico Xavier]
Pai Nosso que se encontra sempre a velar por cada um de seus filhos...
Aqui estamos novamente a lhe rogar:
Renova as nossas esperanças para que a cada dia, não nos desesperemos diante das dificuldades a serem enfrentadas.
Enxuga as nossas lágrimas quando fraquejarmos e realmente pensarmos em desistir.
Mostra-nos uma luz a nos guiar quando nos encontrarmos perdidos pelos caminhos dos desentendimentos..
Dai-nos a paciência diante dos conflitos que nascerem a nossa frente.
Dai-nos também o pão da vida que alimenta nosso Espírito.
Apresenta-nos a resignação quando não pudermos modificar uma situação.
Abençoa nossos passos para que não se tornem vacilantes diante dos espinhos que encontrarão.
Envolve-nos em seu amparo nos instantes em que mais nos sentirmos sozinhos, inspirando-nos diante dos momentos de indecisão.
Perdoa os nossos erros e novamente multiplica nossas forças para que possamos reconhecer o verdadeiro caminho da salvação.
Livra-nos das garras do medo, auxiliando-nos a combater o mal que ainda existe em nós e que por tantas vezes tenta nos dominar.
Envolve-nos em sua luz de proteção, fazendo assim com que possamos caminhar com segurança em sua direção.
Permanece Pai, a abençoar a nossa existência, porque infinita é a sua misericórdia, permita que nossas águas sejam fluidificadas com os medicamentos necessários ao nosso equilíbrio e, permita ainda Senhor, que nossos lares sejam higienizados e que cada canto e recanto seja abençoado, permanecendo em nosso ambiente somente Tuas Vibrações de Amor a envolver todos nós e todos aqueles que ali adentrarem.
Graças vos damos, hoje e sempre, Pai de Bondade e Misericórdia.
Que assim seja!
PAZ E BEM!