Estudo:

Capítulo XXI –FALSOS CRISTOS E FALSOS PROFETAS Instr. dos Espíritos: III – OS FALSOS PROFETAS DA ERRATICIDADE–item 10–IV–JEREMIAS E OS FALSOS– item 11

“Não creias em todos os Espíritos, mas provai se os Espíritos são de Deus”. (João, Epístola I, cap. IV: 1).Capítulo XXI –FALSOS CRISTOS E FALSOS PROFETAS Instr. dos Espíritos: III – OS FALSOS PROFETAS DA ERRATICIDADE–item 10–IV–JEREMIAS E OS FALSOS– item 11Queridos irmãos, que a Paz de Jesus nos envolva e nos ampare neste nosso encontro de corações. Vamos orar:

Mestre Jesus neste momento em que, unimos nossos corações com nossos pensamentos voltados a Ti e aos Teus ensinamentos, rogamos humildemente que nos auxilie a ficarmos longe das tentações que ainda trazemos em nós.

Rogamos Senhor que não nos permita cedermos à ira e ao ódio, ao egoísmo e a inveja e, que nos livre sempre da vaidade e do orgulho destruidor, ensinando-nos a praticar a verdadeira caridade e o perdão sincero.

Permita Mestre Amado que possamos vibrar na Tua frequência, através da prática do amor incondicional e do exercício no bem, para que possamos estar sempre contigo como estás sempre conosco.

Que possamos assim, sermos merecedores do Teu amor e de Teus ensinamentos.
Em Teu nome, e dos Benfeitores Espirituais, mas sobretudo em nome de nosso Pai de Amor,
iniciamos os estudos de hoje.

Que assim seja!NA MEDIUNIDADENão é a mediunidade que te distingue.

É aquilo que fazes dela.

A ação do instrumento varia conforme a atitude do servidor.

A produção revela o operário.

A pena mostra a alma de quem escreve.

O patrimônio caminha no rumo que o mordomo dirige.

O lavrador tem a enxada, entretanto...

Se preguiçoso, cede asilo à ferrugem.

Se delinquente, empresta-lhe o corte à sugestão do crime.

Se prestativo e diligente, ergue, ditoso, o berço de flor e pão.

O legislador guarda o poder; contudo, através dele...

Se irresponsável, estimula a desordem.

Se desonesto, incentiva a pilhagem.

Se consciente e abnegado, é fundamento vivo à cultura e ao progresso.

O artista dispõe de mais amplos recursos da inteligência; todavia, com eles...

Se desequilibrado, favorece a loucura.

Se corrompido, estende a viciação.

Se enobrecido e generoso, surgirá sempre como esteio à virtude.

Urge reconhecer, no entanto, que acerca das qualidades e possibilidades do lavrador, do legislador e do artista, na concessão do mandato que lhes é confiado, apenas à Lei Divina realmente cabe julgar.

Todos nós, porém, de imediato, conseguimos classificar-lhes a influência pelos males ou bens que espalhem.

Assim também na mediunidade.

Seja qual for o talento que te enriquece, busca primeiro o bem, na convicção de que o bem, a favor do próximo, é o bem irrepreensível que podemos fazer.

Desse modo, ainda mesmo te sintas imperfeito e desajustado, infeliz ou doente, utiliza a força medianímica de que a vida te envolve, ajudando e educando, amparando e servindo, no auxílio aos semelhantes, porque o bem que fizeres retornará dos outros ao teu próprio caminho, como bênção de Deus a brilhar sobre ti.

Livro “Seara dos Médiuns” - Lição 12 – Pág. 43 – Emmanuel / Chico XavierCapítulo XXI –FALSOS CRISTOS E FALSOS PROFETAS Instr. dos Espíritos: III – OS FALSOS PROFETAS DA ERRATICIDADE–item 10–IV–JEREMIAS E OS FALSOS– item 11ERASTO

Discípulo de São Paulo, 1862

10 – Os falsos profetas não existem apenas entre os encarnados, mas também, e muito mais numerosos, entre os Espíritos orgulhosos que, fingindo amor e caridade, semeiam a desunião e retardam o trabalho de emancipação da Humanidade, impingindo-lhe os seus sistemas absurdos, através dos médiuns que os servem. Esses falsos profetas, para melhor fascinar os que desejam enganar, e para dar maior importâncias às suas teorias, disfarçam-se inescrupulosamente com nomes que os homens só pronunciam com respeito.

São eles que semeiam os germes das discórdias entre os grupos que os levam isolar-se uns dos outros e a se olharem com prevenções. Bastaria isso para os desmascarar. Porque, assim agindo, eles mesmos oferecem o mais completo desmentido ao que dizem ser. Cegos, portanto, são os homens que se deixam enganar de maneira tão grosseira.

Mas há ainda muitos outros meios de os reconhecer. Os Espíritos da ordem a que eles dizem pertencer, devem ser não somente muito bons, mas também eminentemente racionais. Pois bem: passai os seus sistemas pelo crivo da razão e do bom-senso, e vereis o que restará. Então concordareis comigo em que, sempre que um Espírito indicar, como remédio para os males da Humanidade, ou como meios de realizar a sua transformação, medidas utópicas e impraticáveis, pueris e ridículas, ou quando formula um sistema contraditado pelas mais corriqueiras noções científicas, só pode ser um Espírito ignorante e mentiroso.

Por outro lado, lembrai-vos de que, se a verdade nem sempre é apreciada pelos indivíduos, sempre o é pelo bom-senso das massas, e isso também constitui um critério. Se dois princípios se contradizem, tereis a medida do valor intrínseco de ambos, observando qual deles encontra mais repercussão e simpatia. Com efeito, seria ilógico admitir que uma doutrina cujo número de adeptos diminui, seja mais verdadeira que outra, cujo número aumenta. Deus, querendo que a verdade chegue a todos, não a confina num círculo restrito, mas a faz surgir em diferentes lugares, a fim de que, por toda parte, a luz se apresente ao lado das trevas.

Repeli impiedosamente todos esses Espíritos que se manifestam como conselheiros exclusivos, pregando a divisão e o isolamento. São quase sempre Espíritos vaidosos e medíocres, que tentam impor-se a pessoas fracas e crédulas, prodigalizando-lhes louvores exagerados, a fim de fasciná-las e dominá-las. São geralmente, Espíritos sedentos de poder, que, tendo sido déspotas no lar ou na vida pública, quando vivos, ainda querem vítimas para tiranizar, depois da morte. Em geral, portanto, desconfiai das comunicações que se caracterizam pelo misticismo e a extravagância, ou que prescrevem cerimônias e práticas estranhas. Há sempre, nesses casos, um motivo legítimo de desconfiança.

Lembrai-vos, ainda, de que, quando uma verdade deve ser revelada à Humanidade, ela é comunicada, por assim dizer, instantaneamente, a todos os grupos sérios que possuem médiuns sérios, e não a este ou aquele, com exclusão dos outros. Ninguém é médium perfeito, se estiver obsedado, e há obsessão evidente quando um médium só recebe comunicações de um determinado Espírito, por mais elevado que este pretenda ser. Em consequência, todo médium e todo grupo que se julguem privilegiados, em virtude de comunicações que só eles podem receber, e que, além disso, se sujeitam a práticas supersticiosas, encontram-se indubitavelmente sob uma obsessão bem caracterizada. Sobretudo quando o Espírito dominante se vangloria de um nome que todos, Espíritos e encarnados, devemos honrar e respeitar, não deixando que seja comprometido a todo instante.

É incontestável que, submetendo-se ao cadinho da razão e da lógica toda a observação sobre os Espíritos e todas as suas comunicações, será fácil rejeitar o absurdo e o erro. Um médium pode ser fascinado e um grupo enganado; mas, o controle severo dos outros grupos, com o auxílio do conhecimento adquirido, e a elevada autoridade moral dos dirigentes de grupos, as comunicações dos principais médiuns, marcadas pelo cunho da lógica e da autenticidade dos Espíritos mais sérios, rapidamente farão desmascarar esses ditados mentirosos e astuciosos, procedentes de uma turba de Espíritos mistificadores ou malfazejos. (Ver, na Introdução, o parágrafo II: Controle universal do ensino dos Espíritos. E em O Livro dos Médiuns, o cap. XXIII, Da obsessão).


LUÍS, Espírito Protetor

Carlsruhe, 1861

11 – Isto diz o Senhor dos exércitos. Não queiras ouvir as palavras dos profetas, que vos profetizam e vos enganam; falam as visões dos seus corações, não da boca do Senhor. Dizem aqueles que me blasfemam: O Senhor o disse; vós tereis a paz; e a todos aqueles que andam na corrupção do seu coração, disseram: Não virá sobre vós mal. Mas qual deles assistiu ao conselho do Senhor, e viu e ouviu a sua palavra? Quem considerou a sua palavra, e o ouviu? – Eu não enviava estes profetas, e eles corriam; não lhes falava nada, e eles profetizavam. – Tenho ouvido o que disseram os profetas, que em meu nome profetizaram a mentira, e dizem: Sonhei, tenho sonhado. Até quando se achará isto no coração dos profetas que vaticinam a mentira, e que profetizam as seduções do seu coração? – Pois se te perguntar este povo, ou o profeta, ou o sacerdote, dizendo: Qual é o peso do Senhor? Direis-lhes: Vós sois o peso, porque eu vos hei de arrojar, diz o Senhor. (Jeremias, XXIII: 16-18; 25-26; 33)

É sobre esta passagem do profeta Jeremias, que quero vos entreter, meus amigos. Deus, falando pela sua boca, disse: “É a visão do seu coração que os faz falar”. Essas palavras indicam claramente que, já naquela época, os charlatães e os vaidosos abusavam do dom de profecia e o exploravam. Abusavam, portanto, da fé simples e quase cega do povo, predizendo por dinheiro coisas boas e agradáveis. Essa espécie de embuste estava bastante generalizada entre os judeus, e é fácil compreender que o pobre povo, em sua ignorância, estava impossibilitado de distinguir os bons dos maus, e era sempre mais ou menos enganado pelos impostores ou fanáticos que se diziam profetas. Nada é mais significativo do que estas palavras: “Eu não enviava estes profetas, e eles corriam; não lhes falava nada, e eles profetizavam”. Mais adiante, encontramos: “Tenho ouvido o que disseram os profetas que em meu nome profetizam a mentira, dizendo: sonhei, tenho sonhado”. Indicava, assim, um dos meios então empregados para explorar a confiança do povo. A multidão, sempre crédula, não pensava em lhes contestar a veracidade dos sonhos ou das visões, porque achava tudo muito natural e convidava sempre os profetas a falarem.

Depois das palavras do profeta, ouvi os sábios conselhos do apóstolo São João, quando diz: “Não creias em todos os Espíritos, mas provai se os Espíritos são de Deus”. Porque, entre os invisíveis, há também os que se comprazem em enganar, quando encontram oportunidade. Os enganados são, bem entendido, os médiuns que não tomam as necessárias precauções. Temos nisto, sem dúvida, um dos maiores escolhos, contra o qual muitos se chocam, sobretudo quando são novatos no Espiritismo. É uma prova, de que não podem triunfar senão com muita prudência. Aprendei, pois, antes de tudo, a distinguir os bons dos maus Espíritos, para não vos tornardes vós mesmos em falsos profetas.Erasto vem nesta mensagem complementar o estudo anterior. Ele afirma que os falsos profetas não estão apenas entre os encarnados; que eles vivem, e são muito mais numerosos na erraticidade, onde se organizam em grupos, para impedir a melhoria da humanidade. Erraticidade é o nome dado por Kardec ao plano espiritual, onde vivem os Espíritos em processo evolutivo, nos intervalos entre as reencarnações. Os falsos profetas da erraticidade são Espíritos que são contrários ao progresso espiritual, pois têm medo de perder seu poder de domínio sobre os mais fracos. Esses espíritos contam com o auxilio do orgulho, do egoísmo e da vaidade dos homens, que semeiam a discórdia entre os grupos bem intencionados. Eles disfarçam-se, fingindo amor e bondade, usando nomes respeitados na Terra, para melhor divulgar suas teorias, “através dos médiuns, que os servem”. Erasto esclarece que: “Um médium pode ser fascinado e um grupo enganado; mas, o controle severo dos outros grupos, com o auxílio do conhecimento adquirido, e a elevada autoridade moral dos dirigentes de grupos, as comunicações dos principais médiuns, marcadas pelo cunho da lógica e da autenticidade dos Espíritos mais sérios, rapidamente farão desmascarar esses ditados mentirosos”. Erasto afirma que, não existindo médium perfeito, qualquer um pode ser obsediado, se não estiver sempre vigilante e ligado aos Espíritos superiores, através do esforço de desenvolver seus bons sentimentos, seus pensamentos elevados e desenvolver ações no bem. (Ver em O Livro dos Médiuns, o cap. XXIII: Da obsessão)

A mediunidade com o espiritismo encontrou seu verdadeiro caminho de desenvolvimento e prática: estudo das suas leis e esforço na vivência evangélica. “Mediunidade com Jesus” é o lema do verdadeiro médium espírita.

Jesus sabia o que dizia quando proferiu: “Vigiai e orai para não cairdes em tentação.” (Mateus, 26: 41)"Coloca o teu recipiente de água cristalina à frente de tuas orações e espera e confia." [Emmanuel / Chico Xavier]ERASTO

Discípulo de São Paulo, 1862

10 – Os falsos profetas não existem apenas entre os encarnados, mas também, e muito mais numerosos, entre os Espíritos orgulhosos que, fingindo amor e caridade, semeiam a desunião e retardam o trabalho de emancipação da Humanidade, impingindo-lhe os seus sistemas absurdos, através dos médiuns que os servem. Esses falsos profetas, para melhor fascinar os que desejam enganar, e para dar maior importâncias às suas teorias, disfarçam-se inescrupulosamente com nomes que os homens só pronunciam com respeito.

São eles que semeiam os germes das discórdias entre os grupos que os levam isolar-se uns dos outros e a se olharem com prevenções. Bastaria isso para os desmascarar. Porque, assim agindo, eles mesmos oferecem o mais completo desmentido ao que dizem ser. Cegos, portanto, são os homens que se deixam enganar de maneira tão grosseira.

Mas há ainda muitos outros meios de os reconhecer. Os Espíritos da ordem a que eles dizem pertencer, devem ser não somente muito bons, mas também eminentemente racionais. Pois bem: passai os seus sistemas pelo crivo da razão e do bom-senso, e vereis o que restará. Então concordareis comigo em que, sempre que um Espírito indicar, como remédio para os males da Humanidade, ou como meios de realizar a sua transformação, medidas utópicas e impraticáveis, pueris e ridículas, ou quando formula um sistema contraditado pelas mais corriqueiras noções científicas, só pode ser um Espírito ignorante e mentiroso.

Por outro lado, lembrai-vos de que, se a verdade nem sempre é apreciada pelos indivíduos, sempre o é pelo bom-senso das massas, e isso também constitui um critério. Se dois princípios se contradizem, tereis a medida do valor intrínseco de ambos, observando qual deles encontra mais repercussão e simpatia. Com efeito, seria ilógico admitir que uma doutrina cujo número de adeptos diminui, seja mais verdadeira que outra, cujo número aumenta. Deus, querendo que a verdade chegue a todos, não a confina num círculo restrito, mas a faz surgir em diferentes lugares, a fim de que, por toda parte, a luz se apresente ao lado das trevas.

Repeli impiedosamente todos esses Espíritos que se manifestam como conselheiros exclusivos, pregando a divisão e o isolamento. São quase sempre Espíritos vaidosos e medíocres, que tentam impor-se a pessoas fracas e crédulas, prodigalizando-lhes louvores exagerados, a fim de fasciná-las e dominá-las. São geralmente, Espíritos sedentos de poder, que, tendo sido déspotas no lar ou na vida pública, quando vivos, ainda querem vítimas para tiranizar, depois da morte. Em geral, portanto, desconfiai das comunicações que se caracterizam pelo misticismo e a extravagância, ou que prescrevem cerimônias e práticas estranhas. Há sempre, nesses casos, um motivo legítimo de desconfiança.

Lembrai-vos, ainda, de que, quando uma verdade deve ser revelada à Humanidade, ela é comunicada, por assim dizer, instantaneamente, a todos os grupos sérios que possuem médiuns sérios, e não a este ou aquele, com exclusão dos outros. Ninguém é médium perfeito, se estiver obsedado, e há obsessão evidente quando um médium só recebe comunicações de um determinado Espírito, por mais elevado que este pretenda ser. Em consequência, todo médium e todo grupo que se julguem privilegiados, em virtude de comunicações que só eles podem receber, e que, além disso, se sujeitam a práticas supersticiosas, encontram-se indubitavelmente sob uma obsessão bem caracterizada. Sobretudo quando o Espírito dominante se vangloria de um nome que todos, Espíritos e encarnados, devemos honrar e respeitar, não deixando que seja comprometido a todo instante.

É incontestável que, submetendo-se ao cadinho da razão e da lógica toda a observação sobre os Espíritos e todas as suas comunicações, será fácil rejeitar o absurdo e o erro. Um médium pode ser fascinado e um grupo enganado; mas, o controle severo dos outros grupos, com o auxílio do conhecimento adquirido, e a elevada autoridade moral dos dirigentes de grupos, as comunicações dos principais médiuns, marcadas pelo cunho da lógica e da autenticidade dos Espíritos mais sérios, rapidamente farão desmascarar esses ditados mentirosos e astuciosos, procedentes de uma turba de Espíritos mistificadores ou malfazejos. (Ver, na Introdução, o parágrafo II: Controle universal do ensino dos Espíritos. E em O Livro dos Médiuns, o cap. XXIII, Da obsessão).


LUÍS, Espírito Protetor

Carlsruhe, 1861

11 – Isto diz o Senhor dos exércitos. Não queiras ouvir as palavras dos profetas, que vos profetizam e vos enganam; falam as visões dos seus corações, não da boca do Senhor. Dizem aqueles que me blasfemam: O Senhor o disse; vós tereis a paz; e a todos aqueles que andam na corrupção do seu coração, disseram: Não virá sobre vós mal. Mas qual deles assistiu ao conselho do Senhor, e viu e ouviu a sua palavra? Quem considerou a sua palavra, e o ouviu? – Eu não enviava estes profetas, e eles corriam; não lhes falava nada, e eles profetizavam. – Tenho ouvido o que disseram os profetas, que em meu nome profetizaram a mentira, e dizem: Sonhei, tenho sonhado. Até quando se achará isto no coração dos profetas que vaticinam a mentira, e que profetizam as seduções do seu coração? – Pois se te perguntar este povo, ou o profeta, ou o sacerdote, dizendo: Qual é o peso do Senhor? Direis-lhes: Vós sois o peso, porque eu vos hei de arrojar, diz o Senhor. (Jeremias, XXIII: 16-18; 25-26; 33)

É sobre esta passagem do profeta Jeremias, que quero vos entreter, meus amigos. Deus, falando pela sua boca, disse: “É a visão do seu coração que os faz falar”. Essas palavras indicam claramente que, já naquela época, os charlatães e os vaidosos abusavam do dom de profecia e o exploravam. Abusavam, portanto, da fé simples e quase cega do povo, predizendo por dinheiro coisas boas e agradáveis. Essa espécie de embuste estava bastante generalizada entre os judeus, e é fácil compreender que o pobre povo, em sua ignorância, estava impossibilitado de distinguir os bons dos maus, e era sempre mais ou menos enganado pelos impostores ou fanáticos que se diziam profetas. Nada é mais significativo do que estas palavras: “Eu não enviava estes profetas, e eles corriam; não lhes falava nada, e eles profetizavam”. Mais adiante, encontramos: “Tenho ouvido o que disseram os profetas que em meu nome profetizam a mentira, dizendo: sonhei, tenho sonhado”. Indicava, assim, um dos meios então empregados para explorar a confiança do povo. A multidão, sempre crédula, não pensava em lhes contestar a veracidade dos sonhos ou das visões, porque achava tudo muito natural e convidava sempre os profetas a falarem.

Depois das palavras do profeta, ouvi os sábios conselhos do apóstolo São João, quando diz: “Não creias em todos os Espíritos, mas provai se os Espíritos são de Deus”. Porque, entre os invisíveis, há também os que se comprazem em enganar, quando encontram oportunidade. Os enganados são, bem entendido, os médiuns que não tomam as necessárias precauções. Temos nisto, sem dúvida, um dos maiores escolhos, contra o qual muitos se chocam, sobretudo quando são novatos no Espiritismo. É uma prova, de que não podem triunfar senão com muita prudência. Aprendei, pois, antes de tudo, a distinguir os bons dos maus Espíritos, para não vos tornardes vós mesmos em falsos profetas.E assim, agradecidos a Jesus e a Deus Pai Misericordioso, por mais esta oportunidade de aprendizado e reflexão, vamos orar:

Senhor Deus, Pai de todos os que choram, buscamos-Te hoje em favor daqueles que sofrem e se desesperam diante das vicissitudes da vida.
Por todos aqueles nossos irmãos que estão nas ruas e que passam fome, sede, frio, medo, abandono.
Rogamos que os mantenhas sob Tua proteção, mas olha também por nós que nada ou pouco fizemos para auxiliá-los em suas necessidades maiores.
Rogamos o Teu bálsamo a todos os enfermos, que, em suas casas ou nos hospitais, necessitam muito de um lenitivo para os seus sofrimentos.
Mas volta-Te ainda para nós Senhor que, servindo-nos da desculpa da falta de tempo, nunca os visitamos para levar o consolo de uma presença amiga.
Bondoso Pai, rogamos que olhes por todas as crianças e idosos abandonados, imersos em sua solidão e carentes de atenção, de carinho, de amor.
Entretanto, volta igualmente os Teus olhos a nós, que, egoistamente nunca doamos a eles um pouco de nosso tempo, de nossa dedicação e de nosso interesse.
Pedimos ainda a Tua infinita misericórdia em favor de todos aqueles nossos irmãos que estagiam no mal, no mundo da violência e das drogas e que hoje sofrem as consequências de suas más escolhas.
Porém, rogamos antes por nós mesmos que, muitas vezes, sem podermos ou sem querermos ajudá-los, ainda os julgamos, colocando-nos em um patamar superior e esquecemo-nos de que, de uma forma ou de outra, todos ocorremos em erro durante o caminho que nos leva à perfeição.
Suplicamos, ainda, Tua consolação aos que perderam o sentido da vida, a vontade de viver, a esperança de um amanhã melhor, a fé que fortalece e dá coragem.
Todavia, olha do mesmo modo por nós que, bebendo diariamente em Tua fonte de consolação, não fomos capazes de oferecer nossa mão amiga àqueles que dela necessitavam.
Assim sendo, ilumina-nos, bondoso Pai, pois somos os mais necessitados de todos. Temos o alimento e não os compartilhamos. Temos a água e a coberta e não matamos nem a sede e nem o frio de nosso semelhante.
Dispomos das condições materiais e não as utilizamos em benefício dos menos favorecidos. Temos oportunidades diária de gerar modificações em tudo à nossa volta e nos entregamos às reclamações e aos dissabores desnecessários.
Olha por nós, Pai Amado, que temos recursos e somos pobres, que temos saúde e somos enfermos, que temos conhecimento do bem e não praticamos, que dizemos ter fé e vacilamos, que temos luz e não enxergamos.
Olha por nós, Deus de Amor e Bondade! Que Tuas Bênção nos ilumine hoje, amanhã e sempre e que assim seja.Paz e Bem!