Estudo:

HORA DO EVANGELHO NO LAR - Jesus no Lar - Pelo Espírito Neio Lúcio psicografia de Francisco Cândido Xavier – A COROA E AS ASAS - Capítulo 14

HORA DO EVANGELHO NO LAR
 
“Não podeis ser felizes, sem mútua benevolência; mas, como pode a benevolência coexistir com o orgulho? O orgulho, eis a fonte de todos os vossos males.”  (ESE - Cap. VII – item 12) 
 
PRECE   
Jesus, Senhor de nossas vidas, rogamos a Ti que abençoe esta nossa tarefa envolvendo-nos em Tuas doces vibrações, inspirando-nos, auxiliando nosso entendimento e acima de tudo, mostrando-nos o caminho do bem, para que possamos caminhar um pouco mais para nossa evolução moral e espiritual.  
Que hoje possamos, ao fim dos estudos, estarmos mais enriquecidos em nossos conceitos doutrinários e assim termos mais compreensão em nossos dias.  
Mestre Jesus, em Teu nome, em nome da espiritualidade amiga e com as bençãos de Deus, iniciamos os estudos de hoje. 
Permaneça conosco, Mestre, hoje e sempre.
Que assim seja!
Graças a Deus. Graças a Jesus. 
 
 
MENSAGEM INICIAL 
ANTE NOSSO PAI 
Imaginemos um pai justo e nobre, em face dos próprios filhos, na governança doméstica. 
Desde cedo, cada dia, desvela-se na execução dos próprios deveres, amealhando o necessário para que a dignidade e o valor lhes não faltem à existência. 
Observa-lhes o crescimento, incutindo-lhes respeitabilidade e elevação de caráter. 
Sacrifica-se, jubiloso, para que a luz lhes banhe o ninho familiar e para que o pão lhes nutra a mesa. 
Resume-se-lhe a felicidade na felicidade que lhes é própria. 
Fibras de seu coração, almas de sua alma, regozija-se na própria renúncia e contempla-se neles para alimentar em si próprio a razão de viver. 
Entretanto, maduros de raciocínio, eis que os rapazes, muitas vezes, confiam-se a sendas opostas. 
Foragidos do bem, entregam-se ao mal e transviados da luz, confiam-se às trevas. 
E porque não conseguem esquecer o amor que lhes deu a vida, tornam, de quando em quando, ao santuário doméstico, trazendo ao progenitor os frutos do roubo, os remanescentes da rapinagem, os resultados da delinquência e o dízimo da viciação em que se comprazem. 
Decerto, não multiplicariam no coração paterno mais que a dor e a angústia, o flagelo moral e a desolação. 
Eis o quadro a que se ajusta a maioria das oblatas humanas nos recintos suntuosos, consagrados a Deus na Terra. 
Por séculos e séculos, gestos de adoração e votos de louvor expressam-nos simplesmente o fogo e o espinheiro de nossas negações. 
Meditemos a lição singela e lembremo-nos de que, qual acontece no lar humano, enobrecido pelo trabalho, nosso único sacrifício abençoado nos Céus é aquele que nos defina a extinção dos erros, a abolição da rebeldia, o aniquilamento da vaidade, a supressão do egoísmo e a vitória da humildade sobre o nosso orgulho, feroz e impertinente. 
O Pai Misericordioso e Sábio, Poderoso e Justo, inegavelmente prescinde das nossas dádivas e se algo lhe podemos oferecer, em troca do infinito amor com que nos preserva e aperfeiçoa, é o aprimoramento de nossas próprias almas, a fim de que no espelho cristalino da própria consciência e na fonte limpa do coração lhe possamos retratar a grandeza. 
 
Livro Seguindo Juntos, pelo Espírito Emmanuel / Chico Xavier. 
 
 
LEITURA DO EVANGELHO
Jesus no Lar - Pelo Espírito Neio Lúcio psicografia de Francisco Cândido Xavier 
– A COROA E AS ASAS - Capítulo 14. 
   
Comentava-se, na reunião, as glórias do saber, quando o Cristo, para ilustrar a palestra, contou, despretensioso: 
— Um homem amante da verdade, informando-se de que o aprimoramento intelectual conduz à divina sabedoria, atirou-se à elevação da montanha da ciência, empenhando todas as forças que possuía no decisivo cometimento. A vereda era sombria qual obscuro labirinto; contudo, o esforçado lidador, olvidando dificuldades e perigos, avançava sempre, trocando de vestuário para melhor acomodar-se às exigências da marcha. De tempos a tempos, lançava à margem da estrada uma túnica que se fizera estreita ou uma alpercata que se lhe afigurava inservível, procurando indumentária nova, até que, um dia, depois de muitos anos, alcançou a desejada culminância, onde um representante de Deus lhe surgiu ao encontro. 
O emissário cumprimentou-o, abraçou-o e revestiu-lhe a fronte com deslumbrante coroa de luz. Todavia, quando o vencedor do conhecimento quis prosseguir adiante, na direção do Paraíso, recomendou-lhe o mensageiro que voltasse atrás dos próprios passos, a ver o trilho percorrido e que, de sua atitude na revisão do caminho, dependeria a concessão de asas com que lhe seria possível voar ao encontro do Pai Eterno.
O interessado regressou, mas, agora, auxiliado pela fulgurante auréola de que fora investido, podia contemplar todos os ângulos da senda, antes inextricável ao seu olhar. 
Não conteve o riso, diante das estranhas roupagens de que os viajadores da retaguarda se vestiam. Aqui, notava uma túnica rota; acolá, uma sandália extravagante. Peregrinos inúmeros se apoiavam em bordões quebradiços, enquanto outros se amparavam em capas misérrimas; entretanto, cada qual, com impertinência infantil, marchava senhor de si, como se envergasse a roupa mais valiosa do mundo. 
O vencedor da ciência não suportou as impressões que o quadro lhe causava e abriu-se em frases de zombaria, reprovando acremente a ignorância de quantos seguiam em vestes ridículas ou inadequadas. Gritou, condenou e fez apodos contundentes. Dirigiu-se à comunidade dos viajantes com tamanha ironia que muitos renunciaram à subida, retornando à inércia da planície vasta. 
Após amaldiçoar a todos, indistintamente, voltou o herói coroado ao cume do monte, na expectativa de partir sem detença ao encontro do Pai, mas o Anjo, muito triste, explicou-lhe que a roupagem dos outros, que lhe provocara tanto sarcasmo inútil, era aquela mesma de que ele se servira para elevar-se, ao tempo em que era frágil e semicego, e que as asas de luz, com que deveria erguer-se ao Trono Divino, somente lhe seriam dadas, quando edificasse o amor no imo do coração. 
Faltavam-lhe piedade e entendimento; que ele voltasse demoradamente ao caminho e auxiliasse os semelhantes, sem o que jamais conseguiria equilibrar-se no Céu. 
Alguns minutos de silêncio seguiram-se indevassáveis... 
O Mestre, todavia, imprimindo significativa ênfase às palavras, terminou:
— Há muitas almas, na Terra, ostentando a luminosa coroa da ciência, mas de coração adormecido na impiedade, salientando-se no sarcasmo pueril e na censura indébita. Envenenadas pela incompreensão, exigentes e cruéis, fulminam os companheiros mais fracos no entendimento ou na cultura, ao invés de estender-lhes as mãos fraternais, reconhecendo que também já foram assim, tateantes e imperfeitos... Enquanto, porém, não se decidirem a ajudar o irmão menos esclarecido e menos afortunado, acolhendo-o no próprio espírito, com sinceridade e devotamento, não receberão as asas com que lhes será lícito partir na direção do Céu. 
 
   
REFLEXÕES – As parábolas contadas por Jesus eram ricas em ensinamentos e poderíamos destacar vários na parábola de hoje, porém, destacaremos para nossa reflexão dois importantes pontos. O primeiro ponto sobre nossa evolução intelectual e o segundo ponto sobre nossa evolução moral.  
A Lei do Progresso é um dos cinco princípios fundamentais que constituem o alicerce do Espiritismo, codificado por Allan Kardec, e tem como base os aspectos, científico, filosófico e religioso. Este progresso pode ser tanto moral quanto intelectual.  
A definição de moral, à luz do espiritismo, está transcrita na resposta da pergunta 629 do LE – “A moral é a regra de bem proceder, isto é, de distinguir o bem do mal. Funda-se na observância da lei de Deus. O homem procede bem quando tudo faz pelo bem de todos, porque então cumpre a lei de Deus.” 
Na pergunta 780, do LE, Kardec pergunta: “O progresso moral acompanha sempre o progresso intelectual? R.: Decorre deste, mas nem sempre o segue imediatamente.”  
Geralmente, os indivíduos e os povos adquirem primeiro maior progresso intelectual científico e só depois, e apenas lentamente, se moralizam.  
Isso ocorre com o aumento do discernimento entre o bem e o mal, que faz crescer no ser humano a noção de responsabilidade no pensar, no falar e no agir.  
Joanna de Ângelis, no livro Lampadário Espírita, nos orienta que: “o homem não atinge as Altas Esferas sem as luminescências do conhecimento; da mesma forma ninguém evolui realmente sem a santificação dos sentimentos, através da conjugação do verbo amar, em todas as suas expressões”.
O conhecimento sem o amor é incompleto; diríamos que é um saber pela metade. Aquele que só cultiva a inteligência, desconhece talvez a parte mais importante da verdadeira sabedoria.  
Mas o que nos impede de evoluirmos intelectual e moralmentese Deus nos deu todas as ferramentas que necessitamos para sermos felizes?   
Na questão 785, de O Livro dos Espíritos, Kardec pergunta aos espíritos: Qual o maior obstáculo ao progresso? “O orgulho e o egoísmo. Refiro-me ao progresso moral, porquanto o intelectual se efetua sempre. 
Então o maior obstáculo para nosso progresso moral tem sido o orgulho e o egoísmo. 
ADOLFO,Bispo de Alger, no item 12 do Cap. 7, do ESE, nos diz que as calamidades, os sofrimentos dos habitantes da Terra, são consequências do orgulho, que os levam a desprezar os ensinos de Jesus. “Não podeis ser felizes, sem mútua benevolência, e como poderá esta existir juntamente com o orgulho? O orgulho, eis a fonte de todos os vossos males. Dedicai-vos, pois, à tarefa de destruí-lo...” 
Adolfo, convida então, a todos os homens para eliminarem o orgulho que têm em si, seguindo a lei do Cristo, para serem felizes e tornarem a Terra um mundo melhor. 
Lembremo-nos que “O orgulho e a ambição serão sempre uma barreira erguida entre o homem e Deus” - Prolegômenos d´O Livro dos Espíritos
Enquanto não houver entre nós, seres humanos, o sentimento real de fraternidade, é óbvio que o orgulho continuará imperando. 
O amor e o conhecimento são as asas harmoniosas que levarão o homem à perfeição, uma meta que, apesar das paixões que ainda predominam em nossa natureza animal, será impossível de não ser alcançada, porque assim o quer o Criador. 
Quando, a fraternidade for de fato uma realidade, poderemos repetir a frase que Allan Kardec:  
“Onde há verdadeira fraternidade, o orgulho é uma anomalia” - Parte Quarta - Das esperanças e consolações - Conclusão - III - do O Livro dos Espíritos
 
Pensemos nisto! 
 
PRECE E VIBRAÇÕES –  
 
"Coloca o teu recipiente de água cristalina à frente de tuas orações e espera e confia." [Emmanuel / Chico Xavier]  
  
E assim, Senhor Jesus, gratos pelos ensinamentos de hoje, rogamos o Teu auxilio para que o amor e a humildade estejam sempre presentes em nossas vidas, para que o orgulho não domine nosso pensar, nosso falar e nossas ações;  
Vamos assim, amorosamente, vibrando por todos aqueles a quem muito amamos e por todos aqueles que, encarnados ou desencarnados, necessitam de nossas preces. Vamos deixando fluir em nós os sentimentos mais puros, mais doces e amorosos que temos e, com o auxílio da Espiritualidade Amiga, encaminhá-los aos mais necessitados. 
Iniciamos vibrando pela nossa Mãe Terra, por todos os países e por todos os povos, para que haja Paz entre todos. 
Vibramos por nosso Brasil e nossos governantes e governados; que nosso Brasil alcance a Paz, o Progresso e o Amor. 
Vibramos por todos os que se encontrem em um leito de dor, seja nos hospitais ou em seus lares – que, se possível, recebam a cura, o bálsamo para suas dores, o alivio para seus sofrimentos. 
Vibramos por todos os que estão passando por dificuldades materiais, espirituais e emocionais; pelos desempregados, por todos os que carregam mágoas, revoltas e ódio em seus corações; por aqueles Senhor, que passam pela desesperança, pela depressão - que suas angustias possam ser aliviadas. 
Vibramos pelos desencarnados e suicidas, para que sejam esclarecidos e para que aceitem sua nova realidade, sem revoltas. Vibramos por seus familiares para que se fortaleçam na fé e no Teu amor. 
Vibramos pelos idosos, pelas crianças e jovens abandonados, relegados a própria sorte; pelo desenvolvimento espiritual da juventude, para que sejam protegidos e afastados dos vícios, das drogas e da violência; 
Vibramos por nossas Casas Espíritas, que estão sempre prontas a amparar e acolher; por seus dirigentes; por todos os assistidos, pelos coordenadores e trabalhadores voluntários. 
Rogamos Pai, luzes de amor para os nossos supostos inimigos, encarnados e desencarnados, que saibamos perdoar, para sermos igualmente perdoados. 
Rogamos e vibramos agora pelos nossos queridos, por nossos familiares e amigos, que sejam sempre amparados e fortalecidos na fé. Que Tua Luz, Senhor Jesus, se faça presente em nossos lares, que o amor e a harmonia reinem sempre. 
Vibramos finalmente, por nós mesmos, pequenos servidores, para que possamos através de nossas pequenas e frágeis atitudes, com o auxílio de Jesus e dos benfeitores, alcançarmos o conhecimento de nós mesmos e assim, evoluirmos em nossa caminhada espiritual. 
Senhor Jesus, é com gratidão em nossos corações, sentindo nosso ambiente repleto de paz e harmonia, que pedimos Tua permissão para que os Benfeitores depositem em nossas águas os fluidos divinos, que revigoram a saúde, que nos dão força e coragem para que possamos viver sempre em harmonia com tudo e com todos.  
Agradecidos Senhor, pelo privilégio do trabalho no bem, pelo estudo edificante, pelos amigos sinceros e principalmente por Tua presença em nossas vidas, encerramos nossas reflexões de hoje.  
Permaneça conosco e que assim seja! 
 
Paz e Bem!