Estudo:

HORA DO EVANGELHO NO LAR - Jesus no Lar - Pelo Espírito Neio Lúcio psicografia de Francisco Cândido Xavier – JORNADA REDENTORA - Capítulo 49

HORA DO EVANGELHO NO LAR
 

“Oh, sim, bem-aventurado o cego que quer viver com Deus!” – (VIANNEY - Cura de Ars, Paris, 1863 – ESSE – CAP. VII, ITEM 20). 
 
PRECE 
Vamos elevando nossos pensamentos a Deus, a Jesus, agradecendo por tudo que temos e por tudo que recebemos diariamente em nossas vidas. São tantas as bênçãos que por vezes nem as percebemos, obrigado Pai por cuidar de todos nós com tanto amor, obrigada Mestre Jesus por Teus ensinamentos. 
Que o estudo de hoje possa nos iluminar e nos fazer refletir sobre nossas ações e atitudes de cada dia, lembrando-nos que cada gesto de amor que realizarmos em favor de nossos semelhantes e em favor de nós mesmos é mais um passo que damos em direção de nossa evolução espiritual, é mais um passo que damos em Tua direção, Mestre.  
Rogamos Senhor Jesus, a presença dos Benfeitores Espirituais, nossos mentores, nossos anjos da guarda a fim de que sejamos amparados, protegidos e esclarecidos para assimilarmos os ensinamentos de hoje. 
E assim, em Teu nome, Mestre amado, em nome da espiritualidade amiga, mas, sobretudo em nome de Deus nosso Pai, iniciamos os estudos de hoje. Permaneça conosco. 
Que assim seja! 
  
MENSAGEM INICIAL
A PIOR CEGUEIRA 
 
Há muita gente que enxerga a provação, mas não vê a oportunidade de ajudar. 
Enxerga a miséria, mas não vê o auxílio
Enxerga a fome, mas não vê o socorro
Enxerga a doença, mas não vê o alivio
Enxerga o tormento, mas não vê a solução
Enxerga o desajuste, mas não vê o recurso
Enxerga o fracasso, mas não vê o incentivo
Enxerga o desespero, mas não vê o consolo
Enxerga a solidão, mas não vê o apoio
Enxerga o abandono, mas não vê o conforto
Enxerga o desanimo, mas não vê o estimulo
Enxerga o sofrimento, mas não vê o lenitivo
Enxerga o infortúnio, mas não vê o amparo
A privação da vista é prova dolorosa, cujas raízes remontam ao passado de dívidas.  
Contudo a pior cegueira é aquela que impede a visão da caridade e não vê o bem que lhe pode fazer. 
André Luiz/Antônio Baduy Filho, da obra Vivendo o Evangelho – Vol. I 
 
 
LEITURA DO EVANGELHO
Jesus no Lar - Pelo Espírito Neio Lúcio psicografia de Francisco Cândido Xavier – JORNADA REDENTORA
 - Capítulo 49.
 
Aberta a doce conversação da noite, em torno da Boa-Nova, a esposa de Zebedeu perguntou, reverente, dirigindo-se a Jesus:
— Senhor, como se verificará nossa jornada para o Reino Divino?
O Cristo pareceu meditar alguns momentos e explanou:
— Num vale de longínquo país, alguns judeus cegos de nascença habituaram-se à treva e à miséria em que viviam, e muitos anos permaneciam na furna em que jaziam mergulhados, quando iluminado irmão de raça por lá passou e falou-lhes da profunda beleza do Monte Sião, em Jerusalém, onde o povo escolhido adora o Supremo Pai. 
Ao lhe ouvirem a narrativa, todos os cegos experimentaram grande comoção e lastimaram a impossibilidade em que se mantinham. O vidente amigo, porém, esclareceu-lhes que a situação não era irremediável. Se tivessem coragem de aplicar a si mesmos determinadas disciplinas, com abstinência de variados prazeres de natureza inferior a que se haviam acostumado nas trevas, poderiam recobrar o contato com a luz, avançando na direção da cidade santa.
A maioria dos ouvintes recebeu as sugestões com manifesta ironia, assegurando que os progenitores e outros antepassados haviam sido igualmente cegos e que se lhes afigurava impossível a reabilitação dos órgãos visuais.
Um deles, porém, moço corajoso e sereno acreditou no método aconselhado e aplicou-o.
Entregou-se primeiramente às disciplinas apontadas e, depois de quatro anos de meditações, trabalho intenso e observação pessoal da Lei, com jejuns e preces, obteve a visão.
Quase enlouqueceu de alegria.
Em êxtase, contou aos companheiros a sublimidade da experiência, comentando a largueza do céu e a beleza das árvores próximas; contudo, ninguém acreditou nele.
Não obstante ser tomado por demente, o rapaz não desanimou.
Agora, enxergava o caminho e conseguiria avançar.
Ausentou-se do vale fundo, mas, sem qualquer noção de rumo, vagueou dias e noites, em estado aflitivo. Atacado por lobos e víboras em grande número, usava a maior cautela, reconhecendo a própria inexperiência, até que, em certa manhã, abeirando-se de um esconderijo cavado na rocha, para colher mel silvestre, foi aprisionado por um ladrão que lhe exigiu a bolsa; entretanto, como não possuísse dinheiro, deixou-se escravizar pelo malfeitor que durante cinco anos sucessivos o reteve em trabalho incessante. 
O servo, porém, agiu com tamanha bondade, multiplicando os exemplos de abnegação, que o Espírito do perseguidor se modificou, fazendo-se mais brando e reformando-se para o bem, restituindo-lhe a liberdade.
Emancipado de novo, o crente fiel recomeçou a jornada porque a ânsia de alcançar o templo divino povoava-lhe a mente.
Pôs-se a caminho, distribuindo fraternidade e alegria com todos os viajores que lhe cruzassem a estrada, mas, atingindo um vilarejo onde a autoridade era exercida com demasiado rigor, foi encarcerado como sendo um criminoso desconhecido; no entanto, sabendo que seria traído pelas próprias forças insuficientes, caso buscasse reagir, deixou-se trancafiar até que o problema fosse resolvido, o que reclamou longo tempo. 
Nunca, entretanto, se revelou inativo no exercício do bem. Na própria cadeia que lhe feria a inocência, encontrou vastíssimas oportunidades para demonstrar boa vontade, amor e tolerância, sensibilizando as autoridades, que o libertaram enfim.
O ideal de atingir o santuário sublime absorvia-lhe o pensamento e prosseguiu na marcha; todavia, somente depois de vinte anos de lutas e provas, das quais sempre saía vitorioso, é que conseguiu chegar ao Monte Sião para adorar o Supremo Senhor.
O Mestre interrompeu-se, vagueou o olhar pela sala silenciosa e rematou:
— Assim é a caminhada do homem para o Reino Celestial.
Antes de tudo, é preciso reconhecer a sua condição de cego e aplicar a si mesmo os remédios indicados nos mandamentos divinos. 
Alcançado o conhecimento, apesar da zombaria de quantos o rodeiam em posição de ignorância, é compelido a marchar por si mesmo, e sozinho quase sempre, do escuro vale terrestre para o monte da claridade divina, aproveitando todas as oportunidades de servir, indistintamente, ainda mesmo aos próprios inimigos e perseguidores. 
Quando o seguidor do bem compreende o dever de mobilizar todos os recursos da jornada, em silêncio, sem perda de tempo com reclamações e censuras, que somente denunciam inferioridade, então estará em condições de alcançar o Reino, dentro do menor prazo, porque viverá plasmando as próprias asas para o voo divino, usando para isso a disciplina de si mesmo e o trabalho incessante pela paz e alegria de todos.
 
 
REFLEXÕES: No estágio inicial de “vida”, o Espírito será como os cegos da história acima. Estará habituado às sombras e à miséria e mergulhado em “cavernas” obscuras e desfavorecidas. A partir de então, tem início sua jornada e, como meta… alcançar a sua evolução moral, ética e espiritual.
Apesar desse processo já fazer parte do caminho espiritual, muitos de nós não têm percepção ou disposição para enfrentar esse caminhar de maneira espontânea. Como espíritos em processo de aprendizado encontramos oportunidades oferecidas em suas mais variadas expressões. Principalmente, no convívio com familiares, também com amigos, enfim, companheiros de jornada em seus vários formatos. Esse processo exige de nós disciplina, muita confiança nas escolhas que fazemos, convicção de estarmos no reto caminhar, empenho em prosseguirmos buscando atingir um estágio mais saudável, iluminativo, de esperanças e paz interior.
Remetendo ao conteúdo da história A jornada Redentora, podemos interpretar a jornada do personagem como as novas encarnações. Nesse ir e vir de experiências, o espírito exercitou seu aprendizado, fortalecendo-se como discípulo fiel aos ensinamentos evangélicos. Importante refletirmos que, para alcançarmos essa felicidade, precisamos, antes de mais nada, reconhecermos nossa “cegueira” espiritual.
Enquanto acharmos que estamos plenos ou mesmo, ainda que cegos, não exercermos a vontade de nos transformarmos, não avistaremos a necessidade de encontrar a luz, não conseguiremos seguir em frente. Estaremos estagnados na nossa própria escuridão, no nosso cativeiro espiritual.
João Maria Batista Vianney (João Vianney - Cura de Ars), no item 20, do Capítulo VIII do Evangelho Segundo o Espiritismo, nos auxilia a compreender que:  
1. Existem provas, expiações que são necessárias para o aprimoramento de nosso espírito.  
2. que o remédio para um espírito é muitas vezes o próprio mal, a própria dor que ele está enfrentando.  
3. que há dois tipos de cegueira: a física e a espiritual, porém a cegueira espiritual é mais cruel, ficamos cegos pelo orgulho, pela insensibilidade, pela ingratidão, pelo egoísmo
Ao reconhecermos nossa condição de cegos e aplicarmos a nós próprios os remédios indicados nos mandamentos divinos, estaremos efetuando a nossa transformação moral. À medida que vamos aguçando o nosso olhar e a nossa audição, sob a direção do Evangelho, vamos nos libertando de nossos erros. Vamos nos tornando pessoas melhores, preocupados em colocarmos em prática os ensinamentos trazidos por Jesus e caminhando para nossa evolução espiritual, usando para isso a disciplina de si mesmo e o trabalho incessante pela paz e alegria de todos.
E Jesus, pensando em nossa felicidade, nos diz amorosamente: “Eu vim para que tenham vida e a vida em abundancia”. 
Pensemos nisto! 
 
 
PRECE E VIBRAÇÕES – 
  
"Coloca o teu recipiente de água cristalina à frente de tuas orações e espera e confia." [Emmanuel / Chico Xavier] 
  
Senhor Jesus ampara nosso propósito de servir, que em Teu nome e com o auxílio dos bons espíritos, possamos ajudar a quem está mais necessitado do que nós.   
Que através de nossas vibrações amorosas, todos aqueles que estejam sofrendo, que estejam infelizes, possam receber a suavização de suas dores.  
Que todos os irmãos que estão nos vícios, nos crimes, recebam o estímulo edificante do reequilíbrio e busquem o auxílio, o amparo para que possam se reabilitaram e buscarem a renovação espiritual.  
Que os enfermos que se encontram nos hospitais, nos asilos, no seu próprio lar, nos albergues, desesperançados, recebam, neste momento, o lenitivo que necessitam para aliviarem suas dores.  
Que as crianças e os jovens, sejam protegidos, amados e que não lhes falte nunca o amparo material e espiritual. 
Que os governantes de todas as nações, especialmente os do nosso querido Brasil, tenham Tua proteção, que suas ações sejam sempre executadas com justiça e amor, sempre a favor do nosso povo sofrido. 
Que todas criaturas, cheias de amor e boa vontade, que querem praticar o bem, trabalhar em favor do próximo, consigam realizar todo o bem que desejam fazer. 
Vibramos, fraternalmente, por todas as Casas Espíritas, que possibilitam o estudo edificante e o conhecimento, especialmente por nossa Casa Espírita, por seus dirigentes, coordenadores, voluntários e assistidos, que tenham sempre a Proteção do Alto, e assim, continue sendo o porto seguro de tantos corações aflitos. 
Vibramos amorosamente por todos os lares, inclusive o nosso, para que, a compreensão e o amor prevaleçam sempre.  
Finalmente, vibramos por nós mesmos, pedindo a Jesus que nos auxilie a desenvolvermos sempre mais nossa visão espiritual a fim de sermos instrumentos operosos de sua seara. 
Agradecemos a Deus, nosso Pai de Bondade pela oportunidade da presente reencarnação. Agradecemos nossa Doce e Meiga Maria, pelas bênçãos e proteção recebidas.  
Agradecemos, a Ti Mestre Jesus, pela Luz esclarecedora do Teu Evangelho e por todo amor que nos dedica;  
Aos nossos Mentores Espirituais, nossos Anjos da Guarda e a Espiritualidade Superior, agradecemos o auxílio e a sustentação em todos os dias de nossas vidas. 
Assim, agradecidos, rogamos Mestre Jesus, que permita aos Bons Espíritos, encarregados da fluidificação das águas, depositarem em nossas águas as energias salutares para o equilíbrio físico, espiritual e mental de todos que delas usufruírem.  
Que possamos Senhor, retribuirmos sempre o muito que recebemos, amando-nos uns aos outros, transformando-nos em pessoas melhores, para que possamos estar sempre Contigo, na certeza de que estás sempre conosco. 
Que assim seja!  
  
Paz e Bem!