Estudo:

HORA DO EVANGELHO NO LAR - Jesus no Lar - Pelo Espírito Neio Lúcio psicografia de Francisco Cândido Xavier – OS MENSAGEIROS DISTRAÍDOS - Capítulo 23

HORA DO EVANGELHO NO LAR
 “Esses infortúnios discretos e ocultos são os que a verdadeira generosidade sabe descobrir, sem esperar que peçam assistência.” (ESE - Cap. 13,  item 4)
 
PRECE  
Mestre Jesus, dê-nos inspiração nos estudos e reflexões de hoje, que através de Teus mensageiros possamos ter o auxílio para assimilarmos os ensinamentos e colocá-los em prática nem nosso dia-a-dia.
Que sejamos amparados e fortalecidos na fé e no amor, buscando sempre na oração e no Teu Evangelho de Luz a constante renovação.
Auxilia-nos Senhor a cumprirmos a parte que nos cabe nessa etapa evolutiva em que nos encontramos, pois sabemos que, somente a prática do amor incondicional é que pode nos levar a Ti, e que exercer o bem nos fará suportar e ter forças para continuar em nossa jornada, na busca de nossa evolução espiritual. Que estejamos atentos às tarefas que nos concede através de Tua Divina Misericórdia.
E assim, em Teu nome, em nome de Francisco de Assis e dos Benfeitores Espirituais, mas acima de tudo em nome de Deus, nosso Pai de Amor, iniciamos os estudos de hoje.
Permaneça conosco Mestre Jesus e que assim seja.
 
“Pai Nosso que estais nos céus...”
 
 
MENSAGEM INICIAL
NA HORA DA ASSISTÊNCIA
 
Nas obras de assistência aos irmãos que nos felicitam com as oportunidades do serviço fraterno, em nome do Senhor, vale salientar a autoridade amorosa do Cristo que no-los recomendou.
Ao recebê-los à porta, intentemos ofertar-lhes algumas frases de conforto e bom ânimo, sem ferir lhes o coração, ainda mesmo quando não lhes possamos ser úteis.
Visitando-lhes o lar, diligenciemos respirar lhes o ambiente doméstico, afetuosamente, reconhecendo-nos, na intimidade da própria família, que nos merece respeito natural e cooperação espontânea, sem tragos de censura.
Em lhes servindo à mesa, fujamos de reprovar lhes os modos ou expressões, diferentes dos nossos, calando apontamentos deselegantes e manifestações de azedume, o que lhes agravaria a subalternidade e a desventura.
Socorrendo-lhes o corpo enfermo ou dolorido, reflitamos nos seres que nos são particularmente amados e imaginemos a gratidão de que seríamos possuídos, diante daqueles que os amparassem nos constrangimentos orgânicos.
Se aceitamos a incumbência de prová-los nas filas organizadas para a distribuição de favores diminutos, preservemos o regulamento estabelecido, com lhaneza e bondade, sem fomentar impaciência ou tumulto; e, se alguns deles, depois de atendidos, voltarem a nova solicitação, recordemos os filhos queridos, quando nos pedem repetição do prato, e procuremos satisfazê-los, dentro das possibilidades em mão, sem desmerecê-los com qualquer reprimenda.
Na ocasião em que estivermos reunidos, em equipes de trabalho, a fim de supri-los, estejamos de bom-humor, resguardando a disciplina sem intolerância e cultivando a generosidade sem relaxamento, na convicção de que, usando a gentileza, no veículo da ordem, é sempre possível situar os tarefeiros do bem, no lugar próprio, sem desperdiçar lhes o concurso valioso.
Nós que sabemos acatar com apreço e solicitude a todos os representantes dos poderes transitórios do mundo e que treinamos boas maneiras para comportamento digno nos salões aristocráticos da Terra, saibamos também ser afáveis e amigos, junto dos nossos companheiros em dificuldades maiores.
Eles não são apenas nossos irmãos.
São convidados de Cristo, em nossa casa, pelos quais encontramos ensejo de demonstrar carinho e consideração para com Ele o Divino Mestre, em pequeninos, gestos de amor.
 
Emmanuel - Extraído do livro " O Livro da Esperança" - Psicografado por Francisco Cândido Xavier
 
LEITURA DO EVANGELHO
Jesus no Lar - Pelo Espírito Neio Lúcio psicografia de Francisco Cândido Xavier 
– OS MENSAGEIROS DISTRAÍDOS - Capítulo 23. 
 
Os ouvintes do culto da Boa Nova discorriam sobre as polêmicas que se travavam incessantemente em torno da fé, nos círculos do farisaísmo de várias escolas, quando o Cristo, dentro da profunda simplicidade que lhe era característica, narrou, tolerante:
 
— Um grande senhor recebeu alarmantes notícias de vasto agrupamento de servos, em zona distante da sede do seu governo, que se viam fustigados por febre maligna, e, desejoso de socorrer os tutelados que sofriam na região remota de seus domínios, enviou-lhes mensageiros de confiança, conduzindo remédios adequados à situação e providências alusivas ao reajustamento geral.
 
Os emissários saíram do palácio com grandes promessas de trabalho, segurança e eficiência na missão; todavia, assim que se viram fora das portas do senhor, começaram a rixar pela escolha dos caminhos.
Uns reclamavam o atalho, outros a planície sem espinheiros e outros, ainda, pediam a passagem através dos montes.
Longos dias perderam na disputa, até que o grupo se desuniu, cada falange atendendo aos próprios caprichos, com absoluto esquecimento do objetivo fundamental.
 
As dificuldades, porém, não foram solucionadas com decisão. Criados os roteiros diferentes, como que se dilataram os conflitos. Reduzidas agora, numericamente, as expedições sofreram, com mais rigor, os golpes esterilizantes das opiniões pessoais. Os viajantes não cuidavam senão de inventar novos motivos para o atrito inútil. Entre os que marchavam pelo trilho mais curto, pela vargem e pela serra lavraram discussões improdutivas, contundentes e intermináveis. Dias e noites preciosos eram desprendidos em comentários ruidosos quanto à febre, quanto à condição dos enfermos ou quanto às paisagens em torno. Horas difíceis de amargura e desarmonia, de momento a momento, interrompiam a viagem, sendo a muito custo evitadas as cenas de pugilato e homicídio.
 
Surgiram as contendas, a propósito de mínimas questões, com pleno desperdício da oportunidade, e, em razão disso, tanto se atrasaram os viajores do atalho, quanto os da planície e do monte, de vez que se encontraram no vale da peste a um só tempo, com enorme e irremediável desapontamento para todos, porquanto, à míngua do prometido recurso, não sobrara nenhum doente vivo na carne.
A morte devorara-os, um a um, enquanto os mensageiros discutidores matavam o tempo, através da viagem.
O Mestre fixou nos aprendizes o olhar muito lúcido e aduziu:
 
— Neste símbolo, temos o mundo atacado pela peste da maldade e da descrença e vemos o retrato dos portadores da medicação celeste, que são os religiosos de todos os matizes, que falam na Terra, em nome do Pai. Os homens iluminados pela sabedoria da fé, entretanto, apesar de haverem recebido valiosos recursos do Céu para os que sofrem e choram, em consequência da ignorância e da aflição dominantes no mundo, olvidam as obrigações que lhes assinalam a vida e, sobrepondo os próprios caprichos aos propósitos do Supremo Senhor, se desmandam em desvarios verbais de toda espécie. Enquanto alimentam o distúrbio, levianos e distraídos, os necessitados de luz e socorro desfalecem à falta de assistência e dedicação.
 
E afagando uma das crianças presentes, qual se concentrasse todas as esperanças no sublime futuro, finalizou, sorridente e calmo:
 
— A discussão, por mais proveitosa, nunca deve distrair-nos do serviço que o Senhor nos deu a fazer.
 
REFLEXÕES – Jesus pregava o desinteresse pessoal na ação de fazer o bem. Ensinava que o verdadeiro ato do bem aos outros é sempre aquele realizado sem esperar retribuição, sem interesse de obter vantagens. É preciso buscarmos, como em todos os ensinos de Jesus, o espírito que vivifica, para compreendermos o sentido dos ensinamentos.
No Capítulo XIII do O Evangelho Segundo o Espiritismo, nos itens 7 e 8 vemos três aspectos preciosos destes ensinamentos, dois deles intimamente relacionados com a lição citada por Neio Lúcio.
primeiro refere-se à caridade material, o banquete material. Ao tomarmos consciência das dores e sofrimentos materiais do próximo, não podemos congelar-nos na indiferença e permanecermos inativos. São nossos irmãos da estrada pedindo-nos auxilio, não atendê-los, ignorá-los, seria negar a luz aos que vivem na escuridão, negar água ao sedente, negar o pão aquele que tem fome.
segundo aspecto, a caridade emocional, também não devemos permanecer indiferentes frente às dores e sofrimentos morais e emocionais de nosso próximo. A caridade emocional é o banquete dos ensinamentos espirituais, é a oferta do ombro amigo e protetor.
Precisamos ampliar nossa visão e entender que, assim como há os estropiados, aleijados, mutilados fisicamente, também há os mutilados e estropiados da alma, com sofrimentos imensos, necessitando urgentemente da água pura, cristalina e do Pão da Alma. Essas, são criaturas que buscam através das reencarnações o alimento da alma, necessitando de quem os doem para que não se percam mais uma vez.
terceiro aspecto é aquele em que Jesus nos mostra que a caridade para com os pobres e os estropiados não é privilégio somente dos encarnados. Jesus também se referia aos espíritos sofredores, para os quais, certamente devemos estender nossas preces, nossas mãos e ajudá-los.  Eles, que compõem a população invisível aos nossos olhos materiais, são os convidados, para o banquete espiritual realizado através das reuniões mediúnicas, onde recebem esclarecimento e conforto. Jesus, o médico das almas, não poderia deixar de dar-nos mais esta sublime lição.  
Pensemos nisto!
 
PRECE E VIBRAÇÕES –  


"Coloca o teu recipiente de água cristalina à frente de tuas orações e espera e confia." [Emmanuel / Chico Xavier] 
 
Senhor,
Clareia-nos o entendimento, a fim de que conheçamos em suas consequências os caminhos já trilhados por nós; entretanto, faze-nos essa concessão mais particularmente para descobrirmos, sem enganos, as estradas mais retas que nos conduzem à integração com os Teus propósitos.
Alteia-nos o pensamento, não somente para identificarmos a essência de nossos próprios desejos, mas, sobretudo para que aprendamos a saber quais os planos que traçaste a nosso respeito.
Iluminai-nos a memória, não só de modo a recordarmos com segurança as lições de ontem, e sim, mais especialmente, a fim de que nos detenhamos no dia de hoje, aproveitando-lhe as bênçãos em trabalho e renovação.
Auxilia-nos a reconhecer as nossas disponibilidades; todavia, concede-nos semelhante amparo, a fim de que saibamos realizar com ele o melhor ao nosso alcance.
Inspira-nos ensinando-nos a valorizar os amigos que nos enviaste; no entanto, mais notadamente, ajuda-nos a aceitá-los como são, sem exigir-lhes espetáculos de grandeza ou impostos de reconhecimento.
Amplia-nos a visão para que vejamos em nossos entes queridos não apenas pessoas capazes de auxiliar-nos, fornecendo-nos apoio e companhia, mas, acima de tudo, na condição de criaturas que nos confiaste ao amor, para que venhamos a encaminhá-los na direção do bem.
Ensina-nos a encontrar a paz na luta construtiva, o repouso no trabalho edificante, o socorro na dificuldade e o bem nos supostos males da vida.
Senhor abençoa-nos e estende-nos Tuas mãos compassivas, em Tua infinita bondade, para que possamos Te perceber em espírito na realidade das nossas tarefas e experiências de cada dia.
Que, os benfeitores espirituais, fluidifiquem nossas as águas com o bálsamo que alivia as dores, com o remédio salutar que ameniza todos os males físicos, mentais e espirituais, que cada um receba de acordo com seu merecimento e suas necessidades. 
Que Vossa suave e doce influência, Mestre querido, penetre em nossas almas e nos faça enxergar sempre a estrada do bem.
Que possamos compreender que somos todos irmãos e que a compreensão e o amor devem fazer parte de nossos dias. Que o evangelho de Jesus seja sempre o roteiro para nossas vidas e, que Jesus seja nossa companhia, dando-nos sempre bom animo e alegria de viver. 
Que assim seja.
 
Paz e Bem!