Estudo:

INTRODUÇÃO III – Notícias Históricas

“NASCER, VIVER, MORRER, RENASCER AINDA E PROGREDIR SEMPRE, TAL É A LEI!” (Allan Kardec) INTRODUÇÃO III – Notícias Históricas Mestre Jesus que conheceis todas as nossas fragilidades, que nos ama profundamente, auxiliai-nos a compreender as leis divinas.

Faz-nos entender Teu Evangelho de Luz, ensina-nos a aplicá-lo em nossas vidas, afim de que sejamos cada dia melhores do que fomos ontem.

Auxilia-nos Mestre a reconhecermos e corrigirmos nossas falhas, nossas imperfeições.

Dai-nos força e coragem para sermos humildes e mostrai-nos o caminho da iniciativa para solucionarmos nossas dificuldades, o caminho da persistência para evitarmos o desânimo, o caminho da caridade para evitarmos o egoísmo e podermos dividir os benefícios que recebemos em todos os dias de nossas vidas.

Que nossos Benfeitores Espirituais estejam ao nosso lado neste momento, auxiliando-nos a compreensão da lição que estudaremos hoje.

Em Teu nome Mestre Amado, em nome da espiritualidade amiga e sobretudo em nome de Deus, iniciamos nossos estudos.

Permaneça conosco Mestre Jesus e que assim seja. FRUTOS DO BEM Cada criatura é percebida no plano da verdade e apreciada, de perto, pelas forças que a representam no mundo.

Não olvides que a nota de nossa influência na Terra é amplamente reconhecida nas esferas superiores.

Não pelas palavras brilhantes que, em muitas circunstâncias, podem ocultar delituosos e obscuros pensamentos.

Não pelos modos gentis que, em muitas ocasiões, constituem maneiras que a disciplina nos impõe à impulsividade agressiva, através da contenção compreensivelmente louvável.

Não pela cultura intelectual que, muitas vezes, se faz porta de acesso à perturbação.

Não pela idade longa que tenhamos alcançado no corpo físico, de vez que, em muitos lances da experiência, o tempo foi menosprezado ante a responsabilidade que as horas significam.

Não pela fé religiosa no culto externo, porquanto a rotulagem convencional nem sempre define o caráter elevado e as qualidades edificantes.

O verbo, a atitude, o tempo, a inteligência e a convicção representarão expressivos valores em nossa romagem na Terra, mas apenas quando com eles formamos o Fruto do Bem - o único patrimônio pelo qual pode o espírito merecer a bênção do Senhor e incorporá-la ao campo dos próprios dias.

Seja qual for a nossa situação no quadro terrestre, mantenhamos a planta da existência sobre as raízes do Cristo, o Divino Mestre, porque, em verdade, somente em Jesus, encontraremos a seiva da imortalidade, capaz de auxiliar-nos na produção dos frutos do bem, talentos imperecíveis que sustentam a paz e a alegria na Terra por serem os verdadeiros tesouros dos Céus.

Emmanuel/Francisco Cândido Xavier - Livro: Reconforto. Lição nº 15. Página 88. INTRODUÇÃO III – Notícias Históricas Para bem compreender certas passagens dos Evangelhos, é necessário conhecer o valor de muitas palavras que são frequentemente empregadas nos textos, e que caracterizam o estado dos costumes e da sociedade judia naquela época. Essas palavras, não tendo para nós o mesmo sentido, foram quase sempre mal interpretadas, gerando algumas incertezas. A compreensão da sua significação explica também o verdadeiro sentido de certas máximas, que à primeira vista parecem estranhas.



SAMARITANOS — Após o cisma das dez tribos, Samaria tornou-se a capital do reino dissidente de Israel. Destruída e reconstruída numerosas vezes, ela foi, sob o domínio romano, sede administrativa da Samaria, uma das quatro divisões da Palestina. Herodes, chamado o Grande, a embelezou com suntuosos monumentos, e para agradar a Augusto, deu-lhe o nome de Augusta, em grego Sebaste.

Os samaritanos estiveram quase sempre em guerra com os reis de Judá. Uma aversão profunda, datando da época da separação, perpetuou-se entre dois povos, que se esquivavam a todas as formas de relações recíprocas. Os samaritanos, para tornarem a cisão mais profunda e não terem de ir a Jerusalém, para a celebração das festas religiosas, construíram um templo próprio e adotaram certas reformas: admitiam somente o Pentateuco, que contém a lei de Moisés, e rejeitavam todos os livros que lhe haviam sido posteriormente anexados. Seus livros sagrados eram escritos em caracteres hebraicos da mais alta antiguidade. Para os judeus ortodoxos, eles eram heréticos, e por isso mesmo eram desprezados, anatematizados e perseguidos. O antagonismo das duas nações tinha, portanto, como único princípio, a divergência de opiniões religiosas, embora as suas crenças tivessem a mesma origem. Eles eram os protestantes da época.

Ainda hoje se encontram samaritanos em algumas regiões do Oriente, particularmente em Naplusa e Jafa. Observam a lei de Moisés com mais rigor do que os outros judeus, e só se casam entres eles.



NAZARENOS — Nome dado, na antiga lei, aos judeus que faziam votos, por toda vida ou por algum tempo, de conservar-se em pureza perfeita: adotavam a castidade, a abstinência de bebidas alcoólicas e não cortavam os cabelos. Sansão, Samuel e João Batista eram nazarenos. Mais tarde, os judeus deram esse nome aos primeiros cristãos, por alusão a Jesus de Nazaré.

Esse foi, também, o nome de uma seita herética dos primeiros séculos da era cristã, que, à semelhança dos ebionitas, dos quais adotara certos princípios, misturava práticas mosaicas aos dogmas cristãos. Essa seita desapareceu no quarto século.



PUBLICANOS – Eram assim chamados, na Roma antiga, os cavaleiros arrendatários das taxas, encarregados da cobrança dos impostos e das rendas de toda espécie, fossem na própria Roma ou em outras partes do Império. Assemelhavam-se aos fermier généraux (arrendatários gerais) e aos traitans (contratantes) do antigo regime na França, e aos que ainda existem em algumas regiões. Os riscos a que estavam sujeitos faziam que se fechassem os olhos para o seu enriquecimento, que, para muitos, eram produtos de cobranças e de lucros escandalosos. O nome de publicanos foi estendido mais tarde a todos os que lidavam com o dinheiro público e aos seus agentes subalternos. Hoje, a palavra é tomada em sentido pejorativo, para designar os negocistas e seus agentes pouco escrupulosos; às vezes dizemos: ‘’ávido como um publicano; rico como um publicano’’, referindo-nos a fortunas da má procedência.

Durante a dominação romana, foi o imposto o que os judeus mais dificilmente aceitaram, e o que mais causava irritações entre eles. Provocou numerosas revoltas e foi transformado numa questão religiosa, porque era considerado como contrário à lei. Chegou-se mesmo a formar uns partidos poderosos, que tinha por chefe um certo Judá, chamado o Gaulonita, que estabelecera como princípio o não pagamento do imposto. Os judeus tinham, portanto, horror ao imposto e, por consequência, a todos os que se encarregavam de arrecadá-lo. Esse o motivo de sua aversão pelos publicanos de todas as categorias, entre os quais podiam encontrar-se pessoas estimáveis, mas que, em virtude de suas funções, eram desprezadas, juntamente com as pessoas de suas relações, todas confundidas na mesma repulsa. Os judeus bem considerados julgavam comprometer-se, tendo relações íntimas com eles.



PEAGEIROS – Eram os cobradores inferiores, encarregados de receber a peagem (pagamento) para entrada nas cidades. Suas funções correspondiam mais ou menos a dos funcionários aduaneiros e dos cobradores de taxas sobre mercadorias. Sofriam também a reprovação aplicada aos publicanos em geral. É por essa razão que encontramos frequentemente nos Evangelhos o nome de publicano ligado à designação de gente de má vida. Essa qualificação não se referia aos dissolutos e aos vagabundos; era uma expressão de menosprezo, sinônima de gente de má companhia, indignas de relações com gente de bem.



FARISEUS – (Do hebraico: parasch, divisão, separação). – A tradição constituía parte importante da teologia judaica. Consistia na reunião das interpretações sucessivas dadas aos trechos das escrituras, que se haviam transformado em artigos de dogma. Isso era, entre os doutores, motivo de discussões intermináveis, na maioria das vezes sobre simples questões de palavras ou de formas, à semelhança das disputas teológicas e das sutilezas da escolástica medieval. Daí surgiram diferentes seitas, que pretendiam cada qual o monopólio da verdade, e como acontece quase sempre, detestando-se cordialmente entre si.

Entre essas seitas, a mais influente era a dos Fariseus, que tinha Hilel como chefe, doutor judeu nascido na Babilônia, fundador de uma célebre escola, onde se ensinava que a fé só era dada pelas Escrituras. Sua origem remonta aos anos 180 ou 200 antes de cristo. Os fariseus foram perseguidos em diversas épocas, notadamente sob o domínio de Hircânio, sumo pontífice e rei dos judeus, e sob o domínio de Aristóbulo e Alexandre, reis da Síria. Não obstante, como este último lhes restituiu as honras e os bens, eles recuperaram o poder, conservando-o até à ruína de Jerusalém, no ano 70 da era cristã, quando então o seu nome desapareceu, em consequência da dispersão dos Judeus.

Os fariseus desempenhavam papel ativo nas controvérsias religiosas. Observadores servis das práticas exteriores do culto e das cerimônias, tomados de ardoroso proselitismo, inimigos das inovações, afetavam grande severidade de princípios. Mas, sob as aparências de uma devoção meticulosa, escondiam costumes dissolutos, muito orgulho, e sobretudo excessivo desejo de dominação. A religião, para eles, era mais um meio de subir do que objeto de uma fé sincera. Tinham apenas exterioridades e ostentação de virtudes, mas com isso exerciam grande influência sobre o povo, passando para este como santos personagens. Eis porque eram muito poderosos em Jerusalém.

Criam, ou pelo menos professavam crer na Providência, na imortalidade da alma, na eternidade das penas e na ressurreição dos mortos. (Cap. IV, N°4). Jesus, que acima de tudo prezava a simplicidade e as qualidades de coração, que preferia da lei o espírito que vivifica à letra que mata, entregou-se, durante toda a sua missão, a desmascarar essa hipocrisia, e em consequência os transformou em seus inimigos encarniçados. Foi por isso que eles se ligaram com os príncipes dos sacerdotes para revoltar o povo contra ele e fazê-lo sacrificar.



ESCRIBAS – Nome dado, a princípio, aos secretários dos reis de Judá e a certos intendentes dos exércitos judeus. Mais tarde, essa designação foi aplicada especialmente aos doutores que ensinavam a lei de Moisés e a interpretavam para o povo. Faziam causa comum com os Fariseus, participando dos seus princípios e de sua aversão aos inovadores. Por isso, Jesus os envolve na mesma reprovação.


SINAGOGA – (Do grego: Sunagoguê, assembleia, congregação) – Só um templo existia na Judéia: o de Salomão, sito em Jerusalém, onde se celebravam as grandes cerimônias do culto. Todos os anos os Judeus se dirigiam a ele em peregrinação, para as festas principais, como a de Páscoa, a da Dedicação e a dos Tabernáculos. Foi nessas ocasiões que Jesus fez numerosas viagens a Jerusalém. As demais cidades não tinham templos, mais sinagogas, edifícios em que os judeus se reuniam aos sábados, para fazerem suas preces públicas sob a direção dos anciãos, dos escribas e dos doutores da lei. Ali se faziam também leituras dos livros sagrados, seguidas de comentários e explicações. Cada um podia participar, e foi por isso que Jesus, sem ser sacerdote, ensinava nas sinagogas aos sábados.

Depois da ruína de Jerusalém e da dispersão dos Judeus, as sinagogas, nas cidades em que passaram a residir, servem-lhes de templo para a celebração do culto.


SADUCEUS – Seita judia que se formou por volta do ano 248 antes de Cristo, assim chamada em virtude do nome de seu fundador, Sadoc. Os saduceus não acreditavam na imortalidade da alma, nem na ressurreição, ou na existência dos anjos bons e maus. Apesar disso, acreditavam em Deus, e embora nada esperassem após a morte, serviam-no com interesse de recompensas temporais, ao que, segundo acreditavam, se limitava a sua providência. A satisfação dos sentidos era para eles o fim principal da vida. Quanto às Escrituras, apegavam-se ao texto da antiga lei, não admitindo nem a tradição, nem qualquer outra interpretação. Colocavam as boas obras e a execução pura e simples da lei acima das práticas exteriores do culto. Eram, como se vê, os materialistas, os deístas, e os sensualistas da época. Essa seita era pouco numerosa, mas contava com personagens importantes, e tornou-se um partido político sempre oposto aos Fariseus.


ESSÊNIOS – Seita judia fundada cerca do ano 150 antes de Cristo, no tempo dos Macabeus. Seus membros moravam em edifícios semelhantes a mosteiros, e formavam uma espécie de associação moral e religiosa. Distinguiam–se pelos costumes suaves e as virtudes austeras, ensinando o amor a Deus e ao próximo, a imortalidade da alma, e crendo na ressurreição. Eram celibatários, condenavam a escravidão e a guerra, tinham seus bens em comum e se entregavam à agricultura. Opostos aos saduceus sensuais, que negavam a imortalidade, e aos fariseus enrijecidos por suas práticas exteriores, para os quais a virtude nada mais era do que aparência, não tomavam nenhuma participação nas disputas dessas duas seitas. Aproximavam-se, por seu gênero de vida, dos primeiros cristãos, e os princípios de moral que professavam fizeram algumas pessoas suporem que Jesus fazia parte dessa seita, antes do início de sua missão pública. O que é certo, é que ele devia conhecê-la, mas nada prova que lhe fosse filiado, e tudo quanto se tem escrito a respeito é hipotético. (1)


TERAPEUTAS – (Do grego: thérapeutai, derivado do verbo therapeuein, servir, curar; quer dizer: servidores de Deus ou curadores.) Sectários judeus contemporâneos do Cristo, estabelecidos principalmente em Alexandria, no Egito. Tinham intensas relações com os essênios, cujos princípios professavam, e como eles se davam à prática de todas as virtudes. Eram extremamente frugais na alimentação, votados ao celibato, à contemplação e à vida solitária, constituindo uma verdadeira ordem religiosa. Filon, filósofo judeu de Alexandria, platônico, foi o primeiro a se referir aos terapeutas, apresentando-os como uma seita judaica. Eusébio, São Jerônimo, e outros Pais da Igreja, pensam que eles eram cristãos. Quer tenham sido judeus ou cristãos, é evidente que, como os Essênios, representavam um traço de união entre o Judaísmo e o Cristianismo.

(1) A Morte de Jesus, que se diz escrita por um irmão essênio, é um livro completamente apócrifo, escrito a serviço de determinada opinião, e que traz em si mesmo a prova da sua origem moderna. O que é uma seita? A seita é formada a partir de um grupo de indivíduos que professa uma doutrina diferente daquela considerada ortodoxa. Daí a heresia no campo da religião. Quando, porém, ela se institucionaliza, acaba constituindo uma nova Igreja. Um exemplo: as Igrejas Protestantes.

Na época de Jesus, de acordo com as Notícias Históricas do ESE, exposta acima, muitas seitas, muitos grupos religiosos se formaram, cada um com características próprias e muito evidentes: Samaritanos, Nazarenos, Publicanos, Peageiros, Fariseus, Escribas, Saduceus, Essênios e Terapeutas. Todos compunham segmentos da sociedade da época; e faziam de tudo para prevalecerem-se uns sobre os outros.
Este estudo se torna importante para bem compreendermos certas passagens dos Evangelhos, conforme nos diz Kardec. No Novo Testamento, são frequentes o uso dessas palavras. Desconhecer a sua procedência histórica dificultará o real entendimento dos textos evangélicos. "Coloca o teu recipiente de água cristalina à frente de tuas orações e espera e confia." [Emmanuel / Chico Xavier] Para bem compreender certas passagens dos Evangelhos, é necessário conhecer o valor de muitas palavras que são frequentemente empregadas nos textos, e que caracterizam o estado dos costumes e da sociedade judia naquela época. Essas palavras, não tendo para nós o mesmo sentido, foram quase sempre mal interpretadas, gerando algumas incertezas. A compreensão da sua significação explica também o verdadeiro sentido de certas máximas, que à primeira vista parecem estranhas.



SAMARITANOS — Após o cisma das dez tribos, Samaria tornou-se a capital do reino dissidente de Israel. Destruída e reconstruída numerosas vezes, ela foi, sob o domínio romano, sede administrativa da Samaria, uma das quatro divisões da Palestina. Herodes, chamado o Grande, a embelezou com suntuosos monumentos, e para agradar a Augusto, deu-lhe o nome de Augusta, em grego Sebaste.

Os samaritanos estiveram quase sempre em guerra com os reis de Judá. Uma aversão profunda, datando da época da separação, perpetuou-se entre dois povos, que se esquivavam a todas as formas de relações recíprocas. Os samaritanos, para tornarem a cisão mais profunda e não terem de ir a Jerusalém, para a celebração das festas religiosas, construíram um templo próprio e adotaram certas reformas: admitiam somente o Pentateuco, que contém a lei de Moisés, e rejeitavam todos os livros que lhe haviam sido posteriormente anexados. Seus livros sagrados eram escritos em caracteres hebraicos da mais alta antiguidade. Para os judeus ortodoxos, eles eram heréticos, e por isso mesmo eram desprezados, anatematizados e perseguidos. O antagonismo das duas nações tinha, portanto, como único princípio, a divergência de opiniões religiosas, embora as suas crenças tivessem a mesma origem. Eles eram os protestantes da época.

Ainda hoje se encontram samaritanos em algumas regiões do Oriente, particularmente em Naplusa e Jafa. Observam a lei de Moisés com mais rigor do que os outros judeus, e só se casam entres eles.



NAZARENOS — Nome dado, na antiga lei, aos judeus que faziam votos, por toda vida ou por algum tempo, de conservar-se em pureza perfeita: adotavam a castidade, a abstinência de bebidas alcoólicas e não cortavam os cabelos. Sansão, Samuel e João Batista eram nazarenos. Mais tarde, os judeus deram esse nome aos primeiros cristãos, por alusão a Jesus de Nazaré.

Esse foi, também, o nome de uma seita herética dos primeiros séculos da era cristã, que, à semelhança dos ebionitas, dos quais adotara certos princípios, misturava práticas mosaicas aos dogmas cristãos. Essa seita desapareceu no quarto século.



PUBLICANOS – Eram assim chamados, na Roma antiga, os cavaleiros arrendatários das taxas, encarregados da cobrança dos impostos e das rendas de toda espécie, fossem na própria Roma ou em outras partes do Império. Assemelhavam-se aos fermier généraux (arrendatários gerais) e aos traitans (contratantes) do antigo regime na França, e aos que ainda existem em algumas regiões. Os riscos a que estavam sujeitos faziam que se fechassem os olhos para o seu enriquecimento, que, para muitos, eram produtos de cobranças e de lucros escandalosos. O nome de publicanos foi estendido mais tarde a todos os que lidavam com o dinheiro público e aos seus agentes subalternos. Hoje, a palavra é tomada em sentido pejorativo, para designar os negocistas e seus agentes pouco escrupulosos; às vezes dizemos: ‘’ávido como um publicano; rico como um publicano’’, referindo-nos a fortunas da má procedência.

Durante a dominação romana, foi o imposto o que os judeus mais dificilmente aceitaram, e o que mais causava irritações entre eles. Provocou numerosas revoltas e foi transformado numa questão religiosa, porque era considerado como contrário à lei. Chegou-se mesmo a formar uns partidos poderosos, que tinha por chefe um certo Judá, chamado o Gaulonita, que estabelecera como princípio o não pagamento do imposto. Os judeus tinham, portanto, horror ao imposto e, por consequência, a todos os que se encarregavam de arrecadá-lo. Esse o motivo de sua aversão pelos publicanos de todas as categorias, entre os quais podiam encontrar-se pessoas estimáveis, mas que, em virtude de suas funções, eram desprezadas, juntamente com as pessoas de suas relações, todas confundidas na mesma repulsa. Os judeus bem considerados julgavam comprometer-se, tendo relações íntimas com eles.



PEAGEIROS – Eram os cobradores inferiores, encarregados de receber a peagem (pagamento) para entrada nas cidades. Suas funções correspondiam mais ou menos a dos funcionários aduaneiros e dos cobradores de taxas sobre mercadorias. Sofriam também a reprovação aplicada aos publicanos em geral. É por essa razão que encontramos frequentemente nos Evangelhos o nome de publicano ligado à designação de gente de má vida. Essa qualificação não se referia aos dissolutos e aos vagabundos; era uma expressão de menosprezo, sinônima de gente de má companhia, indignas de relações com gente de bem.



FARISEUS – (Do hebraico: parasch, divisão, separação). – A tradição constituía parte importante da teologia judaica. Consistia na reunião das interpretações sucessivas dadas aos trechos das escrituras, que se haviam transformado em artigos de dogma. Isso era, entre os doutores, motivo de discussões intermináveis, na maioria das vezes sobre simples questões de palavras ou de formas, à semelhança das disputas teológicas e das sutilezas da escolástica medieval. Daí surgiram diferentes seitas, que pretendiam cada qual o monopólio da verdade, e como acontece quase sempre, detestando-se cordialmente entre si.

Entre essas seitas, a mais influente era a dos Fariseus, que tinha Hilel como chefe, doutor judeu nascido na Babilônia, fundador de uma célebre escola, onde se ensinava que a fé só era dada pelas Escrituras. Sua origem remonta aos anos 180 ou 200 antes de cristo. Os fariseus foram perseguidos em diversas épocas, notadamente sob o domínio de Hircânio, sumo pontífice e rei dos judeus, e sob o domínio de Aristóbulo e Alexandre, reis da Síria. Não obstante, como este último lhes restituiu as honras e os bens, eles recuperaram o poder, conservando-o até à ruína de Jerusalém, no ano 70 da era cristã, quando então o seu nome desapareceu, em consequência da dispersão dos Judeus.

Os fariseus desempenhavam papel ativo nas controvérsias religiosas. Observadores servis das práticas exteriores do culto e das cerimônias, tomados de ardoroso proselitismo, inimigos das inovações, afetavam grande severidade de princípios. Mas, sob as aparências de uma devoção meticulosa, escondiam costumes dissolutos, muito orgulho, e sobretudo excessivo desejo de dominação. A religião, para eles, era mais um meio de subir do que objeto de uma fé sincera. Tinham apenas exterioridades e ostentação de virtudes, mas com isso exerciam grande influência sobre o povo, passando para este como santos personagens. Eis porque eram muito poderosos em Jerusalém.

Criam, ou pelo menos professavam crer na Providência, na imortalidade da alma, na eternidade das penas e na ressurreição dos mortos. (Cap. IV, N°4). Jesus, que acima de tudo prezava a simplicidade e as qualidades de coração, que preferia da lei o espírito que vivifica à letra que mata, entregou-se, durante toda a sua missão, a desmascarar essa hipocrisia, e em consequência os transformou em seus inimigos encarniçados. Foi por isso que eles se ligaram com os príncipes dos sacerdotes para revoltar o povo contra ele e fazê-lo sacrificar.



ESCRIBAS – Nome dado, a princípio, aos secretários dos reis de Judá e a certos intendentes dos exércitos judeus. Mais tarde, essa designação foi aplicada especialmente aos doutores que ensinavam a lei de Moisés e a interpretavam para o povo. Faziam causa comum com os Fariseus, participando dos seus princípios e de sua aversão aos inovadores. Por isso, Jesus os envolve na mesma reprovação.


SINAGOGA – (Do grego: Sunagoguê, assembleia, congregação) – Só um templo existia na Judéia: o de Salomão, sito em Jerusalém, onde se celebravam as grandes cerimônias do culto. Todos os anos os Judeus se dirigiam a ele em peregrinação, para as festas principais, como a de Páscoa, a da Dedicação e a dos Tabernáculos. Foi nessas ocasiões que Jesus fez numerosas viagens a Jerusalém. As demais cidades não tinham templos, mais sinagogas, edifícios em que os judeus se reuniam aos sábados, para fazerem suas preces públicas sob a direção dos anciãos, dos escribas e dos doutores da lei. Ali se faziam também leituras dos livros sagrados, seguidas de comentários e explicações. Cada um podia participar, e foi por isso que Jesus, sem ser sacerdote, ensinava nas sinagogas aos sábados.

Depois da ruína de Jerusalém e da dispersão dos Judeus, as sinagogas, nas cidades em que passaram a residir, servem-lhes de templo para a celebração do culto.


SADUCEUS – Seita judia que se formou por volta do ano 248 antes de Cristo, assim chamada em virtude do nome de seu fundador, Sadoc. Os saduceus não acreditavam na imortalidade da alma, nem na ressurreição, ou na existência dos anjos bons e maus. Apesar disso, acreditavam em Deus, e embora nada esperassem após a morte, serviam-no com interesse de recompensas temporais, ao que, segundo acreditavam, se limitava a sua providência. A satisfação dos sentidos era para eles o fim principal da vida. Quanto às Escrituras, apegavam-se ao texto da antiga lei, não admitindo nem a tradição, nem qualquer outra interpretação. Colocavam as boas obras e a execução pura e simples da lei acima das práticas exteriores do culto. Eram, como se vê, os materialistas, os deístas, e os sensualistas da época. Essa seita era pouco numerosa, mas contava com personagens importantes, e tornou-se um partido político sempre oposto aos Fariseus.


ESSÊNIOS – Seita judia fundada cerca do ano 150 antes de Cristo, no tempo dos Macabeus. Seus membros moravam em edifícios semelhantes a mosteiros, e formavam uma espécie de associação moral e religiosa. Distinguiam–se pelos costumes suaves e as virtudes austeras, ensinando o amor a Deus e ao próximo, a imortalidade da alma, e crendo na ressurreição. Eram celibatários, condenavam a escravidão e a guerra, tinham seus bens em comum e se entregavam à agricultura. Opostos aos saduceus sensuais, que negavam a imortalidade, e aos fariseus enrijecidos por suas práticas exteriores, para os quais a virtude nada mais era do que aparência, não tomavam nenhuma participação nas disputas dessas duas seitas. Aproximavam-se, por seu gênero de vida, dos primeiros cristãos, e os princípios de moral que professavam fizeram algumas pessoas suporem que Jesus fazia parte dessa seita, antes do início de sua missão pública. O que é certo, é que ele devia conhecê-la, mas nada prova que lhe fosse filiado, e tudo quanto se tem escrito a respeito é hipotético. (1)


TERAPEUTAS – (Do grego: thérapeutai, derivado do verbo therapeuein, servir, curar; quer dizer: servidores de Deus ou curadores.) Sectários judeus contemporâneos do Cristo, estabelecidos principalmente em Alexandria, no Egito. Tinham intensas relações com os essênios, cujos princípios professavam, e como eles se davam à prática de todas as virtudes. Eram extremamente frugais na alimentação, votados ao celibato, à contemplação e à vida solitária, constituindo uma verdadeira ordem religiosa. Filon, filósofo judeu de Alexandria, platônico, foi o primeiro a se referir aos terapeutas, apresentando-os como uma seita judaica. Eusébio, São Jerônimo, e outros Pais da Igreja, pensam que eles eram cristãos. Quer tenham sido judeus ou cristãos, é evidente que, como os Essênios, representavam um traço de união entre o Judaísmo e o Cristianismo.

(1) A Morte de Jesus, que se diz escrita por um irmão essênio, é um livro completamente apócrifo, escrito a serviço de determinada opinião, e que traz em si mesmo a prova da sua origem moderna. Mestre Amado, rogamos que nos envolvas com Tuas vibrações de Amor, cubra-nos com Tua proteção, reabastecendo nossas energias, fazendo-nos compreensão para que neste momento possamos Senhor, vibrarmos por todos aqueles, encarnados e desencarnados, que caminham pela vida em situações de sofrimentos.

Vibremos pelos doentes, pelos trabalhadores da saúde, pelos idosos, pelos cuidadores, pelas crianças, por todas as famílias, pelos que sofrem de solidão e depressão, pelos jovens, pelos desempregados, por todos os que trabalham em prol do bem comum, por nosso Brasil, por nossa Casa Espírita, por todos voluntários e assistidos. Que sejam sempre amplamente abençoados e que neste momento, os fluidos divinos sejam depositados em nossas águas, para que através delas possamos receber as bênçãos e medicamentos que tanto necessitamos. Agradecidos por tudo Senhor e, com a prece que nos ensinou, encerramos nossos estudos de hoje, rogando ainda que Tuas doces vibrações continuem a nos envolver e que a Tua Paz esteja sempre conosco.

Que assim seja.

“Pai Nosso, que estais nos Céus, Santificado seja o Vosso Nome...” Paz e Bem!