Estudo:

Jesus no Lar - Pelo Espírito Neio Lúcio psicografia de Francisco Cândido Xavier – A RAZÃO DA DOR - Capítulo 31

HORA DO EVANGELHO NO LAR


“Bem-aventurados os aflitos, o reino dos céus lhes pertence”
(ESE – Cap. V – item 18)
 
PRECE  
Que a Paz de Jesus permeie nossos corações hoje e sempre.
Jesus amigo, Mestre de todas as horas, rogamos ao Teu coração generoso que nos ampare nos estudos de hoje, que sejamos inspirados e auxiliados no entendimento da lição por Teus Mensageiros de Luz. 
Mestre amado, ensina-nos a amar os nossos semelhantes, a repartir com todos eles o nosso afeto e o nosso carinho.
Que as nossas mãos se estendam a quem nos estende as suas, à procura das Tuas!
Auxilia-nos a superar a distância que o nosso egoísmo estabeleceu em relação ao nosso próximo e nos dê sempre a oportunidade do trabalho bendito e do estudo.
Que em Teu nome Mestre Jesus, em nome da espiritualidade amiga que coordena esta tarefa de amor, mas, sobretudo em nome de Deus, iniciamos os estudos de hoje.
Sê conosco Senhor e que assim seja agora e sempre.
Graças a Deus, Graças a Jesus. 
 
 
MENSAGEM INICIAL
Bem e Mal Sofrer
 
Afasta a nuvem cinzenta do pessimismo e da queixa, enquanto a dor se demora contigo, concedendo ao sol da esperança a oportunidade de brilhar diante de teus olhos acostumados às sombras das recriminações.
Enquanto não te disponhas ao combate contra a auto piedade e a autoflagelação, ninguém poderá fazer nada por ti.
Observa o voo ligeiro da ave colorida, o desabrochar de uma flor, a vitória da germinação de uma semente, o canto de delicado filete de água na trinca da rocha, o triunfo da árvore, o milagre do pão, o deslumbramento da nascente, o ritmo da vida nos insetos, nos animais, em toda a parte, e encontrarás as mãos divinas agindo, produzindo, zelando...
Se o dever que reclamas nos outros se corporificasse em teus atos, outros possivelmente aprenderiam contigo otimismo e ação, produzindo para melhorar todas as coisas que podem e devem ser melhoradas.
Quando te entregas ao desânimo e o espalhas, conspiras contra a ordem natural, o equilíbrio e o progresso da vida. É pernicioso mal sofrer...
O bem é tudo quanto estimula a vida, produz para a vida, respeita e dignifica a vida.
O mal é toda ação mental, física ou moral que atinge a vida perturbando-a, ferindo-a matando-a.
Se cultivas o pessimismo, respiras, evidentemente, em clima de sombras morais e umidade psíquica asfixiante.
Inadvertidamente enfermas, adoece e por irresponsabilidade trabalhas e colaboras no mal.
Tens nos olhos duas estrelas, coloque-as a derramar a claridade da visão feliz pela senda por onde segues, apesar de estares sofrendo.
Ouve em derredor! Há mutilados esperando tuas mãos e teus pés, cegos do corpo e cegos da razão, necessitados dos teus olhos e da claridade do teu discernimento, mais sofredores do que tu próprio.
Acalma o vozerio agitado da tua mente alvoroçada pela revolta, ou desperta-a, adormentada que se encontre nos tecidos da comodidade, da preguiça ou do cansaço de sofrer, e escutarás, sim, mil vozes, algumas tão debilitadas pela fraqueza que será mister um grande esforço para identificá-las, chorando e rogando socorro baixinho às fortunas que possuis no corpo e no espírito e teimas por desperdiçar, ignorando-as.
Não te revoltes diante das dores, mesmo que sejam dores reais. A dor chega para que o espírito triunfe sobre ela, ao invés de ser por ela esmagado.
Mas se tuas legítimas aflições forem muito grandes e esmagadoras, relembre Jesus, quando na via dolorosa, esmagado sob a cruz, e no entanto aconselhando e advertindo as «mulheres piedosas de Jerusalém», ou cravejado, logo depois, no madeiro de infâmia, convocando dois estranhos e desafortunados salteadores, neles semeando as esperanças do Reino de Deus, instantes antes do« momento extremo», e refaze as tuas forças, reconsidera a situação, recompõe os « joelhos desconjuntados» e avança, confiante, cantando a certeza de que, após a partida libertadora, uma madrugada sublime te alcançará, fazendo-te ditoso por fim, vitorioso com o bem.
 
Joanna de Ângelis, psicografada por Divaldo do livro Lampadário Espírita.
 
 
LEITURA DO EVANGELHO
Jesus no Lar - Pelo Espírito Neio Lúcio psicografia de Francisco Cândido Xavier 
– A RAZÃO DA DOR - Capítulo 31. 
 
Raquel, antiga servidora da residência de Cusa, ergueu a voz para indagar do Mestre por que motivo a dor se convertia em aflição nos caminhos do mundo.
Não era o homem criação de Deus? Não dispõe a criatura do abençoado concurso dos anjos? Não vela o Céu sobre os destinos da Humanidade?
Jesus fitou na interlocutora o olhar firme e considerou:
— A razão da dor humana procede da proteção divina. Os povos são famílias de Deus que, à maneira de grandes rebanhos, são chamados ao Aprisco do Alto. A Terra é o caminho.
A luta que ensina e edifica é a marcha. O sofrimento é sempre o aguilhão que desperta as ovelhas distraídas à margem da senda verdadeira.
Alguns instantes se escoaram mudos e o Mestre voltou a ponderar:
— O excesso de poder favorece o abuso, a demasia de conforto, não raro, traz o relaxamento, e o pão que se amontoa, de sobra, costuma servir de pasto aos vermes que se alegram no mofo...
Reparando, porém, que a assembleia de amigos lhe reclamava explicação mais ampla, elucidou fraternalmente:
— Um anjo, por ordem do Eterno Pai, tomou à própria conta um homem comum, desde o nascimento. Ensinou-lhe a alimentar-se, a mover os membros e os músculos, a sorrir, a repousar e a asilar-se nos braços maternos. Sem afastar-se do protegido, dia e noite, deu-lhe as primeiras lições da palavra e, em seguida, orientou-lhe os impulsos novos, favorecendo lhe o ensejo de aprender a raciocinar, a ler, a escrever e a contar. Afastava-o, hora a hora, de influências perniciosas ou mortíferas de Espíritos infelizes que o arrebatariam, por certo para o sorvedouro da morte. Soprando-lhe ao pensamento ideias iluminadas aos clarões do Infinito Bem, através de mil modos de socorro imperceptível, garantiu-lhe a saúde e o equilíbrio do corpo.
Dava-lhe medicamentos invisíveis, por intermédio do ar e da água, da vestimenta e das plantas.
Vezes sem conta, salvou-o do erro, do crime e dos males sem remédio que atormentam os pecadores. Ao amanhecer, o Pajem Celestial acorria, atento, preparando-lhe dia calmo e proveitoso, defendendo-lhe a respiração, a alimentação e o pensamento, vigiando-lhe os passos, com amor, para melhor preservar-lhe os dons; ao anoitecer, postava-se-lhe à cabeceira, amparando-lhe o corpo contra o ataque de gênios infernais, aguardando-o, com maternal cuidado, para as doces instruções espirituais nos momentos de sono. No transcurso da vida, guiou-lhe os ideais, auxiliou-o a selecionar as emoções e a situar-se em trabalho digno e respeitável; clareou-lhe o cérebro jovem, insuflou-lhe entusiasmo santo, rumo à vida superior, e estimulou-o a formar um reino de santificação e serviço, progresso e aperfeiçoamento, num lar... O homem, todavia, que nunca se lembrara de agradecer as bênçãos que o cercavam, fez-se orgulhoso e cruel, diante dos interesses alheios. Ele, que retinha tamanhas graças do Céu, jamais se animou a estendê-las na Terra e passou simplesmente a humilhar os outros com a glória de que fora revestido por seu devotado e invisível benfeitor. Quando experimentou o primeiro desgosto, que ele mesmo provocou menosprezando a lei do amor universal, que determina a fraternidade e o respeito aos semelhantes, gesticulou, revoltado, contra o Céu, acusando o Supremo Senhor de injusto e indiferente. Aflito, o anjo guardião procurava levantar-lhe o ideal de bondade, quando um Anjo Maior se aproximou dele e ordenou que o primeiro dissabor do tutelado endurecido por excesso de regalias se convertesse em aflição. Rolando, mentalmente, de aflição em aflição, o homem começou a recolher os valores da paciência, da humildade, do amor e da paz com todos, fazendo-se, então, precioso colaborador do Pai, na Criação.
Finda a historieta, esperou Jesus que Raquel expusesse alguma dúvida, mas emudecendo a servidora, dominada pela meditação que os ensinamentos da noite lhe sugeriam, o culto da Boa Nova foi encerrado com ardente oração de júbilo indefinível.
 
 
REFLEXÕES – No O Evangelho segundo o Espiritismo, no Capítulo 5, item 18, Lacordaire nos diz: “Quando vos atingir um motivo de dor ou de contrariedade, tratai de elevar-vos acima das circunstâncias. Saber sofrer é demonstrar seu amor e confiança em Deus e nas Suas leis; é ser humilde, considerando-se igual a todos os seus irmãos de humanidade, sujeitos à mesmas vicissitudes; é confiar na justiça divina, que não mantém privilégios, mas dá a cada um segundo suas obras.
É agradecer a oportunidade de ressarcir débitos do passado distante ou próximo, libertando-se das consequências dolorosas que permanecem impressas no perispírito, incomodando o Espírito, que quer libertar-se dessas amarras que o prendem à vida material, para, mais facilmente, alçar voos mais altos em direção a planos mais elevados. Assim, provas bem suportadas são aquelas que fazem a pessoa crescer, que servem de aprendizado, que quando termina, o ex-sofredor diz; " Sou outra pessoa; cresci e amadureci; percebo a vida sob outra forma."
Na Lei Divina, os sofrimentos, as atribulações próprias da Terra, devem libertar o Espírito de suas mazelas espirituais, oferecendo lições a serem aprendidas, pelo raciocínio e pela sensibilidade, a fim de que ocorram mudanças internas, no desenvolvimento das qualificações divinas que todos trazem em si.
A misericórdia de Deus proporciona ao Espírito rebelde um viver em mundos materiais de expiações e provas, onde as vicissitudes, frutos da sua rebeldia, leva-o à melhoria, se bem sofridas, se bem suportadas, podem fazê-lo transcender-se, isto é superar seus "supostos" limites, suas imperfeições, levando-o à perfeição possível e à felicidade.
Por isso, Lacordaire ainda nos escreve: " Quando vos atingir um motivo de dor ou de contrariedade, tratai de elevar-vos acima das circunstâncias. E quando chegardes a dominar os impulsos da impaciência, da cólera ou do desespero, dizei, com justa satisfação: - Eu fui o mais forte.          
Jesus, nosso Mestre, estabeleceu como lei a prática da doçura, da moderação, da afabilidade e da paciência, como os caminhos seguros para a conquista do equilíbrio entre as pessoas. A conquista dessas virtudes exige esforço e o reconhecimento das nossas imperfeições.
No ESE, Cap, XI, item 8 – Lázaro nos diz que “O amor resume toda a doutrina de Jesus”. Então, desenvolver os sentimentos nobres deve ser o objetivo de todos, especialmente de nós, espiritas, que acreditamos e confiamos na lei da evolução intelectual e moral, compreendendo que esse objetivo depende do nosso esforço atual, no aproveitamento maior que se possa fazer nesta existência.
Pensemos nisto!
 
 
PRECE E VIBRAÇÕES –  


"Coloca o teu recipiente de água cristalina à frente de tuas orações e espera e confia." [Emmanuel / Chico Xavier] 
 
Vamos neste momento, unindo nossos pensamentos e sentimentos e fazermos nossas doações, pois é dando que se recebe.
Senhor Jesus ampara nosso propósito de servir, que em teu nome e com o auxílio dos bons espíritos, possamos ajudar a quem está mais necessitado do que nós. 
Que através de nossas vibrações - todos aqueles que estejam sofrendo, que estejam infelizes, recebam a suavização de suas dores
Que todos os irmãos que estão nos vícios, nos crimes, recebam o estimulo para que se reequilibrem e possam buscar amparo e se corrigirem a tempo,
Que os enfermos que se encontram nos hospitais, nos asilos, no seu próprio lar, nos albergues... recebam um lenitivo para seus males. 
Que as crianças e os jovens, sejam envolvidos em proteção e que não lhes falte nunca o amparo material e o amparo espiritual.
Que os governantes de todas as nações, especialmente os do nosso país, tenham tua proteção e que suas ações sejam sempre com justiça e amor em favor do nosso povo. Que todo povo sofrido pelas catástrofes da natureza possam ser envolvidos na Tua Luz de esperança e fé, que sejam fortalecidos neste momento de dor, solidão e separação de seus entes queridos.
Que todas criaturas, cheias de amor e boa vontade, que querem praticar o bem, trabalhar em favor do próximo, consigam realizar todo o bem que desejam fazer.
E assim, vibramos agora, fraternalmente, por todas as Casas Espíritas, que nos possibilitam o conhecimento, o estudo edificante, especialmente por nossa Casa Espírita, por seus dirigentes, trabalhadores e assistidos, que todos sejam sempre protegidos, amparados e fortalecidos para continuarem amparando e consolando os corações aflitos. Que nossa Casa Espírita continue sendo o porto seguro de nossos corações.
Vibramos amorosamente por todos os lares, inclusive o nosso, para que haja sempre compreensão e amor entre os familiares.
E finalmente, vibramos por nós mesmos, rogando ao Mestre Jesus que permita que os fluidos divinos sejam depositados em nossas águas e que através deles possamos adquirir equilíbrio físico, espiritual e mental, para as lutas de todos os dias.
Graças Vos damos Senhor, pelo privilégio do trabalho no bem, pelo estudo edificante e principalmente pela Tua presença em nossas vidas. Esteja conosco Senhor, mas, sobretudo que nós possamos estar contigo, hoje e sempre.
Que assim seja, graças ao Bom Deus.
 
Paz e Bem!