Estudo:

A mentira.

Primeiro de abril. Dia da mentira. Dia de fazer brincadeiras com colegas e amigos. Dia de passar trotes. Dia dos bobos.

Tantas denominações para um mesmo efeito. É o dia em que até mesmo pessoas ditas sérias se dão ao prazer de armar pequenas ciladas para expor ao ridículo os que dizem ser seus amigos.

O fato não é novo. Mas nem por isso deixa de ser desagradável. E para muitos, até constrangedor.

Já houve manchetes mentirosas nesse dia. Desmentidas no seguinte.

O que se pretende é dar boas risadas às custas dos outros. O que não nos damos conta, quando agimos desta forma leviana, é que podemos provocar problemas de saúde em alguém.

Quantas pessoas estão atravessando sérias dificuldades financeiras, lutando para pagar suas dívidas e são surpreendidas por um telefonema informando que seu cheque foi devolvido por falta de fundos.

Ou existe um título protestado em seu nome. Está no jornal, na lista dos protestos, diz o informante.

Outros são surpreendidos com a notícia de que devem comparecer a tal empresa para uma entrevista.

Esperançosos, os desempregados se dirigem para o local citado. Para descobrirem que perderam tempo e o dinheiro da passagem.

Não há nenhum emprego à vista. Por vezes, nem empresa. O endereço todo é falso.

Brincadeiras perigosas. Trotes que comprometem. Brinca­-se com sentimentos e situações de pessoas, muitas vezes, em desespero.

Já paramos para pensar alguma vez o que pode acarretar uma falsa notícia? Boa ou má?

E se a pessoa que a recebe sofrer de problemas cardíacos e vier a ter uma dificuldade maior?

Quantos sustos em telefonemas a cobrar, em que quem recebe fica com o coração aos saltos, pois naqueles breves segundos da mensagem gravada que antecede a identificação, mil pensamentos passam pela mente.

Quem será? O irmão viajando? Terá se acidentado? A mãe doente? Terá piorado seu estado de saúde?

A filha que já deveria ter chegado? Que terá acontecido?

Desgastes e mais desgastes. Por nada. Tudo brincadeira. Coisa de quem não tem nada mais sério para fazer. Nem mais importante.

Somos responsáveis por tudo que nos outros provocamos.

Não se brinca com sentimentos, apreensões, ansiedades. O envolvido pode não resistir ou lhe podemos provocar séria lesão física ou moral.

Ocupemos o nosso tempo com tudo que é construtivo. Com o que possa diminuir problemas para os outros.

Preocupemo-nos pelo bem estar do nosso amigo, colega, irmão. Não lhe aumentemos a carga de dificuldades, já por si tão pesada.

Usemos a nossa palavra para divulgar as coisas boas, alegres, que orientam e felicitam.

Usemos o telefone com responsabilidade. É instrumento de auxílio, trabalho, jamais de brincadeiras tolas ou levianas.

Bilhetes, cartas e cartões que geram expectativas que jamais se concretizarão, não deverão ser por nós escritos.

A palavra impressa deve ser conduzida para as boas coisas. Nunca a divulgação da mentira ou do trote.

Não busquemos alegrias passageiras, risadas bobas em troca da paz, da tranquilidade e da harmonia de outras pessoas, mesmo que sejam aquelas da nossa mesma idade, do mesmo rol de interesses.

Há tantas formas sadias de promover alegria, sem se servir de tolices, trotes e brincadeiras de mau gosto.

*   *   *

Foi na véspera do dia 1º de abril de 1848 que os fenômenos mediúnicos, em uma pequena vila do Estado de Nova York, se apresentaram de tal forma que chamaram a atenção do mundo.

Eram arranhaduras no interior da madeira, pancadas através das quais um Espírito respondia às questões de duas meninas: Kate e Margareth.

O vilarejo chamava-se Hydesville, no Condado de Rochester.

As meninas pertenciam a uma família de sobrenome Fox.

E na noite/madrugada em que os fenômenos atingiram o auge, vizinhos e curiosos a eles assistiram.

No dia 1º de abril foram em torno de 350 as pessoas presentes.

*   *   *

Palavra é talento. Utiliza a tua palavra para produzir alegria, tranquilidade e paz.

A palavra nobre sustenta para sempre.

Redação do Momento Espírita Em 15.07.2009.