Estudo:
Querer antecipar a primavera
Querer antecipar a primavera
É fechar os olhos para as flores invernais.
É perder a chance de esquentar as mãos,
De fechar a casa e viver do próprio calor,
Um tanto mais...
* * *
Em tempos de ansiedade, em tempos de aversão a qualquer tipo de desconforto passageiro, estamos deixando de aprender com o tempo do agora.
Vemos os dias da semana como meros sacrifícios para chegarmos numa sexta-feira à noite.
Vemos as horas do dia como inimigas, que nos impedem de alcançar as seis da tarde, que consideramos a hora da libertação do trabalho.
Vemos os meses do ano como fardos a serem carregados para que alcancemos logo o período das férias.
Feriados são caçados a dedo nos calendários, como sendo a salvação para os dias enfadonhos.
Tudo isso como se a vida fosse uma sucessão de aflições constantes, de fatos, coisas e pessoas que temos que tolerar para podermos usufruir, apenas, de breves e fugazes momentos de felicidade.
Queremos antecipar a primavera. Não somos capazes de admirar as belezas do inverno e o tudo que ele nos traz.
Podemos, talvez, dizer que essa seria uma conduta masoquista. Admirar o que não se gosta? Curtir o incômodo?
No entanto, não se trata disso. É uma constatação bem mais profunda, que começa com a ideia de que nem tudo que parece ruim, nos faz mal.
Aquilo que dizemos não gostar, o frio intenso do inverno, por exemplo, é um convite a desenvolvermos outras habilidades.
Toda adversidade é um desafio. Todo desafio é uma proposta da vida para uma mudança de patamar, de perspectiva. É uma proposta de crescimento.
Crescemos pelo amor e pela dor. Por que não?
Não essa dor gratuita que provocamos, que criamos sem necessidade, mas a dor das provas, do esforço, do ir um pouco além.
Quem se fecha para os invernos na vida, em estado de pura revolta, não percebe quantas flores desabrocham nessa estação.
E podemos falar literalmente.
A primavera é conhecida como a estação das flores. No entanto, existem muitas e muitas flores que aparecem em plena estação fria.
Vejamos a cerejeira, o pessegueiro, a tulipa, o crisântemo, os lírios.
Por que fechar os olhos para elas? Por que perder a chance de andar pelos jardins em dias frios, se podemos nos proteger do vento gelado?
Os tempos mais duros têm muito a nos ensinar. As segundas-feiras não precisam ser tão difíceis. E as quartas podem ser tão agradáveis quanto os feriados.
Inverno é tempo de olhar para dentro, de nos recolhermos, mas não de tristeza, de desistência.
Aproveitemos a beleza de cada estação, sem desejar antecipar a próxima.
Acalmemos o coração. A vida não é uma coleção de breves instantes de felicidade, de júbilo, de finais de semana ou de férias sonhadas.
A vida é o que acontece no meio de tudo isso.
A felicidade não está somente nos prêmios. Está também e, muito mais, no caminho construído para alcançá-los.
Pensemos nisso. O inverno pode ser tão belo quanto a primavera. Não queiramos antecipar as estações.
Redação do Momento Espírita
É fechar os olhos para as flores invernais.
É perder a chance de esquentar as mãos,
De fechar a casa e viver do próprio calor,
Um tanto mais...
* * *
Em tempos de ansiedade, em tempos de aversão a qualquer tipo de desconforto passageiro, estamos deixando de aprender com o tempo do agora.
Vemos os dias da semana como meros sacrifícios para chegarmos numa sexta-feira à noite.
Vemos as horas do dia como inimigas, que nos impedem de alcançar as seis da tarde, que consideramos a hora da libertação do trabalho.
Vemos os meses do ano como fardos a serem carregados para que alcancemos logo o período das férias.
Feriados são caçados a dedo nos calendários, como sendo a salvação para os dias enfadonhos.
Tudo isso como se a vida fosse uma sucessão de aflições constantes, de fatos, coisas e pessoas que temos que tolerar para podermos usufruir, apenas, de breves e fugazes momentos de felicidade.
Queremos antecipar a primavera. Não somos capazes de admirar as belezas do inverno e o tudo que ele nos traz.
Podemos, talvez, dizer que essa seria uma conduta masoquista. Admirar o que não se gosta? Curtir o incômodo?
No entanto, não se trata disso. É uma constatação bem mais profunda, que começa com a ideia de que nem tudo que parece ruim, nos faz mal.
Aquilo que dizemos não gostar, o frio intenso do inverno, por exemplo, é um convite a desenvolvermos outras habilidades.
Toda adversidade é um desafio. Todo desafio é uma proposta da vida para uma mudança de patamar, de perspectiva. É uma proposta de crescimento.
Crescemos pelo amor e pela dor. Por que não?
Não essa dor gratuita que provocamos, que criamos sem necessidade, mas a dor das provas, do esforço, do ir um pouco além.
Quem se fecha para os invernos na vida, em estado de pura revolta, não percebe quantas flores desabrocham nessa estação.
E podemos falar literalmente.
A primavera é conhecida como a estação das flores. No entanto, existem muitas e muitas flores que aparecem em plena estação fria.
Vejamos a cerejeira, o pessegueiro, a tulipa, o crisântemo, os lírios.
Por que fechar os olhos para elas? Por que perder a chance de andar pelos jardins em dias frios, se podemos nos proteger do vento gelado?
Os tempos mais duros têm muito a nos ensinar. As segundas-feiras não precisam ser tão difíceis. E as quartas podem ser tão agradáveis quanto os feriados.
Inverno é tempo de olhar para dentro, de nos recolhermos, mas não de tristeza, de desistência.
Aproveitemos a beleza de cada estação, sem desejar antecipar a próxima.
Acalmemos o coração. A vida não é uma coleção de breves instantes de felicidade, de júbilo, de finais de semana ou de férias sonhadas.
A vida é o que acontece no meio de tudo isso.
A felicidade não está somente nos prêmios. Está também e, muito mais, no caminho construído para alcançá-los.
Pensemos nisso. O inverno pode ser tão belo quanto a primavera. Não queiramos antecipar as estações.
Redação do Momento Espírita